No sexto debate eleitoral, Passos repetiu que governará com o CDS, enquanto Portas falou num terceiro candidato a primeiro-ministro.
Pedro Passos Coelho disparou todas as críticas para o PS, mas Portas, deixando outra vez claro que não governará com José Sócrates, tentou seduzir algum eleitorado social-democrata, apresentando o CDS como "um partido mais seguro e mais estruturado" e sem "problemas de natureza programática".
Na SIC, o líder social-democrata voltou a pedir uma maioria absoluta - pedido que Portas classificou de irrealista - e voltou a argumentar que "uma alternativa ao governo do Eng. José Sócrates terá de ser liderada pelo PSD". Pedindo uma "ampla votação" nas eleições de 5 de Junho, Passos garantiu logo nos primeiros minutos do debate que "o PSD conta sempre com o CDS para governar". Para Passos um resultado eleitoral que obrigasse a um governo PSD, PS e CDS seria "uma salada russa" sem força para resolver os problemas do país.
Já Portas lamentou a recusa do PSD em formar uma coligação pré-eleitoral - "que teria gerado uma dinâmica de vitória maior e evitaria problemas de natureza programática -, e citou o apoio de Passos Coelho aos primeiros PECs e a "controvérsia" e "contradição" à volta do programa eleitoral do PSD para defender que "Portugal precisa de mais uma candidatura a primeiro-ministro" que poderá emergir de um CDS que, calcula, poderá conquistar 15% dos votos nas próximas eleições.
Em matéria fiscal, a taxa social única (TSU) voltou a ser o tema quente do debate. O líder do CDS disse concordar com o princípio mas não com a forma do PSD: "eu não tenho a certeza que há modo de financiamento para esta medida". Sobre o assunto, Passos defendeu que "precisamos mesmo de baixar a TSU e isso terá de ser compensado com receita fiscal" porque "enquanto primeiro-ministro recuso-me a cortar salários". Essa redução, explicou Passos, será de quatro pontos ao longo da legislatura. O líder do PSD admitiu uma descida adicional depois disso mas apenas se for "autofinanciável".
Sobre a redução do número de funcionários públicos, Portas e Passos apresentaram receitas distintas. Passos citou a regra de 5 por 1, enquanto Portas defendeu rescisões por mútuo acordo com "indemnizações atractivas" para o trabalhador. Outro dos temas de discórdia foi a redução do número de deputados na Assembleia da República.
«JN»
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