Otelo relatou-lhe, entre outras, a situação que Portugal atravessava. Olof como grande defensor da social democracia que era pretendeu saber quais as medidas mais importantes que pretendia implantar para mudar a sociedade portuguesa.
Otelo, com a sua imponência militar e como se dono de Portugal fosse, respondeu-lhe que a mais importante era «acabar com os ricos».
O primeiro-ministro respondeu-lhe que achava a «ideia curiosa» porquanto era o contrário dos princípios suecos onde «neste país a primeira coisa que fizemos foi acabar com os pobres».
Ontem em declarações prestadas por Pedro Passos Coelho, numa das suas habituais “calinadas” para não ser só Eduardo Catroga, veio afirmar que «quer taxar os ricos para ajudar os pobres».
Pensava que Passos Coelho conhecia minimamente as bases da social-democracia mas afinal reconheço que o líder do PSD contínua ainda a ser um péssimo aluno da política é uma pessoa sem qualquer experiencia para nos governar.
O que Passos Coelho nos deveria dizer era que: «vai criar uma taxa para acabar com os pobres» em vez de afirmar que «quer taxar os ricos para ajudar os pobres».
Passos Coelho também deve desconhecer que a social-democracia sueca foi a referência de muitos políticos portugueses no pós 25 de Abril de 1974, principalmente de homens do PSD e do PS.
Olof Palme foi assassinado em 28 de Fevereiro de 1986. Ele e o seu partido destacaram-se por serem os arquitectos do Estado de Bem-Estar e puseram em prática o modelo social de desenvolvimento (negaram-se a aceitar que o dinheiro fosse tudo, e o ser humano nada). Defendeu o Pacifismo e o Universalismo, criticou a desigualdade social, criticou as ditaduras, tanto de esquerda como de direita, criticou o apartheid na África do Sul, e a politica externa norte-americana.
Foi assassinado numa rua de Estocolmo. Até ao momento ninguém descobriu o autor ou autores do crime. Há uma hipótese que diz que foi assassinado por se opor ao neoliberalismo que nessa altura surgiu em grande força, e um politico da envergadura de Olof Palme, amante da Social Democracia e do equilíbrio entre o Estado e o privado, era um enorme estorvo à nova teoria económica.
Por: António Centeio
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