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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Maus tratos psicológicos sobre crianças cresceram

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Santarém registou, em 2008, um significativo aumento de situações de maus-tratos e abuso emocional (mais 11,6 por cento de casos que em 2007), disse à agência Lusa o seu presidente.

Num balanço da actividade da comissão em 2008, Eliseu Raimundo disse à Agência Lusa que, embora a negligência das famílias face aos seus filhos continue a liderar o número de processos acompanhados (39,9 por cento), este índice baixou 9,1 por cento em relação ao ano anterior.
Pelo contrário, os maus-tratos psicológicos/abuso emocional fundamentaram a intervenção da CPCJ em 25,2 por cento dos processos acompanhados em 2008, uma subida de 11,6 por cento em relação a 2007.
Na procura de uma resposta para esta situação, a CPCJ decretou como lema para 2009 «Pelas Crianças Vamos Conversar», sendo sua intenção promover conversas informais com pais, a partir das associações de pais ou de grupos informais, com a ajuda de especialistas.
«Estes são sinais de que precisamos de mudar as estratégias», disse Eliseu Raimundo, frisando que Santarém tem, nomeadamente nas suas escolas superiores de Educação, Enfermagem e Desporto, «massa cinzenta» para ajudar os pais no que «é hoje educar».
«Mesmo a negligência ocorre muitas vezes por desconhecimento dos pais sobre como educar», enquanto o abandono escolar, ainda com 13,7 por cento dos casos, se deve frequentemente «à desvalorização que os pais fazem da escola», afirmou.
É por isso que a CPCJ de Santarém defende no seu relatório anual a adopção de «medidas penais severas» contra os pais que permitem e até fomentam o abandono escolar, por entender que «este tipo de atitude compromete o futuro das crianças e o do país».
«Só a penalização ao nível do Rendimento Social de Inserção ou a sensibilização não chegam. Deveria ser uma penalização penal, pois é um crime», afirmou Eliseu Raimundo.
«Lusa»

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