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domingo, 13 de abril de 2014

OPINIÃO: Os aumentos que nós temos que pagar

Por: Isabel Faria
Contrariamente ao habitual, mas porque a vida também é feita deles ( e quantas vidas se desfazem por causa deles?), uma crónica com muitos números.
Os jornais davam ontem conta que o Salário Mínimo Nacional (SMN) em Portugal é hoje inferior ao que era em 1974, ano em que, um mês e dois dias após o 25 de Abril, foi instituído.
A preços actuais, o primeiro Salário Mínimo, equivaleria a 534,75€, mais 50 Euros do que os actuais 485€, valor em vigor desde 1 de Janeiro de 2011.
No link em baixo pode ver-se a evolução do SMN desde 27 de maio de 1974.
Algumas notas breves, para além da nota inicial:
1 - O aumento do Salário Mínimo nos últimos dez anos foi inferior ao dos dois primeiros anos de Democracia.  
2 - Nunca, até a tomada de posse de Passos Coelho, o SMN esteve sem ser actualizado por mais de um ano e meio.
3 - Há três anos e três meses que o SMN não é actualizado.
Só tomado em conta os últimos dez anos, as contas do que se podia pagar e comprar em 2004 e se pode hoje são feitas por cada um de nós, todos os dias.
A título de exemplo apenas o caso da electricidade e da taxa moderadora no SNS
Electricidade:
1 de Janeiro de 2004 - 0, 0945 Euros  (em €/kWh) + 5% de IVA
1 de Janeiro de 2014 - 0, 1444   Euros (em €/kWh) + 23% de IVA
Taxas moderadoras: Urgências
2004:
Hospitais Centrais + IPO – 6.90 Euros
Hospitais Distritais – 6.10 Euros
Centros de saúde - 2.70 Euros
2014:
Hospitais: 20.65 €
Centros de Saúde: 10,35€
A resposta a esta ofensiva que eles querem final, podemos dá-la a 25 de Maio, nas Eleições Europeias. Ou antes ou depois na rua.
Ou, então, podemos ficar quietos e acender a vela e morrer em casa por não conseguir ir ao médico ou ao Hospital. Ou de frio, no Inverno, por não conseguirmos ligar o aquecedor.
Uma nota final: o aumento do SMN que Coelho anda a propagandear a pensar nas eleições de daqui a um mês, a verificar-se, será de 15 Euros. Não chegará, pois, para pagar a taxa moderadora de uma urgência hospitalar.