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sábado, 4 de maio de 2013

"Este governo não tem ponta por onde se lhe pegue, está desnorteado"

António José Seguro diz que o PS "não será cúmplice" dos cortes ontem anunciados por Pedro Passos Coelho

Se dúvidas houvesse, António José Seguro fechou ontem a porta com estrondo ao executivo. "O PS não dará o seu patrocínio às políticas do governo, não será cúmplice do corte de quatro mil milhões". "Este governo não tem ponta por onde se lhe pegue, está desnorteado", afirmou o secretário-geral socialista, em entrevista à TVI, poucos minutos depois de Pedro Passos Coelho anunciar novas medidas de corte na despesa.
Seguro ainda admitiu que, individualmente, há matérias que poderiam ser discutidas na Concertação Social - caso da convergência dos sub-sistemas de saúde ou da mobilidade especial. Mas o pacote anunciado pelo primeiro-ministro, sustentou, é "mais do mesmo sobre os mesmos" e significa que vai haver "menos economia e menos emprego". "Nem uma vez o primeiro-ministro falou em combate ao desemprego", criticou, reiterando a necessidade de o país "parar com a austeridade e mudar de caminho".
Este é um "governo ajoelhado e submisso perante a Europa", "não tem credibilidade, não tem autoridade, não tem voz na Europa", prosseguiu António José Seguro, recusando que tenha havido um recuo no discurso do partido, que até há poucas semanas pedia eleições antecipadas. Seguro diz que esta posição se mantém: "O país precisa de um novo governo, que não seja um governo submisso". E atirou para a coligação no executivo as responsabilidades pela actual situação - "já há crise política". "O actual governo, a actual coligação, são um factor de i nstabilidade no país", afirmou, questionando o silêncio do CDS e de Paulo Portas. Ao contrário do PSD, o CDS manteve-se ontem em silêncio sobre a intervenção do primeiro-ministro, remetendo uma reacção para o fim de semana.
Seguro revelou ainda que tomou conhecimento das medidas ontem anunciadas por Passos Coelho "pela televisão". E que o primeiro-ministro lhe telefonou 15 minutos antes da declaração ao país para lhe revelar que escreveu uma carta à troika, que lhe seria enviada de seguida. Um episódio apontado por Seguro para questionar a real vontade do governo em discutir as medidas ontem anunciadas - uma abertura que Passos Coelho fez questão de expressar repetidamente, apontando para os partidos políticos, parceiros e movimentos sociais.
Coligações À semelhança do que já tinha feito no discurso de encerramento do congresso socialista, no último domingo, Seguro reiterou que pedirá uma maioria absoluta para o PS nas próximas eleições legislativas, mas que procurará, uma vez chegado ao governo, acordos com outros partidos. Na entrevista de ontem a Judite de Sousa, Seguro apontou para acordos de incidência parlamentar, tanto à direita como á esquerda. "Não privilegio absolutamente ninguém", sustentou, admitindo acordos com partidos "à direita em algumas matérias e com partidos à esquerda noutras". Exemplo: em questões de política europeia apontou para a direita, mas foi dizendo que o Bloco de Esquerda "tem tido uma evolução interessante". Seguro disse também já ter na cabeça quem será o seu ministro das Finanças, mas sem adiantar nomes.
«i»

2 comentários:

o Bisneto do Sartela disse...

E se Abril ficar distante como o desejam os partidos que defendem o capitalismo aliados à TROYKA : A nossa força é bastante para fazer um Abril novo.

Mario Fernão Pies Leal disse...

LECH WALESA, o traidor do povo diz.

"Sistema capitalista não irá sobreviver a este século"
por Lusa, publicado por Ricardo Simões Ferreira02 maio 201380 comentários

O antigo presidente polaco Lech Walesa afirmou hoje, no Estoril, acreditar que "o sistema capitalista não irá sobreviver a este século".
Lech Walesa, um antigo eletricista que liderou o movimento sindical polaco durante a ditadura comunista, falava nas Conferências do Estoril num debate intitulado "No caminho para uma nova ordem mundial".
Depois de ter lançado a pergunta "qual deve ser o modelo económico mais adequado ao mundo globalizado e à Europa?", Walesa afirmou: "o sistema capitalista não vai sobreviver a este século".
Questionado pelo sindicalista João Proença sobre o futuro do Estado social numa Europa mergulhada no desemprego, Walesa indicou em que devem ser feitas reformas.
"Os países da União Europeia não confiam uns nos outros, isto vai continuar até que sejam criadas as instituições certas", afirmou Lech Walesa que foi também o primeiro presidente da Polónia (1990-95) após o fim do regime comunista.
Walesa, que disse ter participado recentemente em vários protestos anticapitalistas, afirmou que "os capitalistas são os responsáveis por dar emprego às pessoas" e defendeu que o desafio do futuro passa pela criação de emprego.
Estou de acordo: Mário FPLeal Brasil