Mário Soares entende que o País não deve ser subserviente nas negociações com a 'troika' e dá sugestões de contra-propostas.
Apesar de reconhecer que Portugal "não tem larga margem de manobra", o líder histórico do PS defende, num artigo publicado hoje no Diário de Notícias, que não devemos aceitar as ‘receitas' que a ‘troika' nos vai propor com "subserviência e sem discussão". Até porque, sublinha Mário Soares, "a ‘troika' não nos dá nada: empresta-nos e com juros muito elevados".
Nesse sentido, Mário Soares considera que, antes que o programa de assistência financeira montado pela equipa do FMI, do BCE e da Comissão Europeia seja publicado e discutido em público, "o Governo, o maior partido da oposição e o Presidente da República devem, a uma só voz, apresentar os ajustamentos e as propostas que lhes pareceram necessárias".
E o antigo Presidente da República dá algumas sugestões de contra-propostas, considerando, em primeiro lugar, que a redução do défice e da dívida "tem de ser compatível" com a retoma do crescimento, de modo a diminuir o desemprego e a pobreza.
Mário Soares diz ainda que é essencial que "a taxa de juro, que iremos pagar pelo empréstimo, tem de ser mais baixa e razoável e o prazo para o pagar alargado".
Além disso, o Orçamento deve incluir verbas para financiar os investimentos-chave, nomeadamente a contrapartida dos fundos estruturais, e o Estado Social tem de poder manter as suas funções básicas, defende.
Na opinião de Mário Soares é ainda necessário continuar a incentivar as exportações.
Deve ainda ser elaborado um plano que identifique as áreas em que o País deve apostar, sugerindo o mar, as florestas, as indústrias tradicionais, a agricultura, o turismo, as industrias inovadoras e criativas e as tecnologias ambientais.
«DE»
Sem comentários:
Enviar um comentário