O sector têxtil português, que já perdeu 40 mil empregos nos últimos anos, diz o Governo, depara-se com um novo teste à sua sobrevivência. A Comissão Europeia (CE) deverá hoje rever a sua política comercial, oferecendo condições preferenciais ao Paquistão que é um concorrente directo de Portugal em produtos têxteis e vestuário. O Governo fala de "destruição da indústria", "severos problemas sociais" e "milhares de empregos perdidos". O debate no Executivo comunitário liderado por Durão Barroso promete aquecer, visto que mais de um terço dos 27 membros da Comissão protestaram contra a iniciativa do comissários belga, o liberal Karel de Gucht.
O Governo antecipa o pior. Numa carta assinada pelo ministro da economia, Vieira da Silva diz que "esta proposta vai implicar uma destruição severa da indústria têxtil portuguesa": "Evidência estatística sugere que milhares de empregos podem ser destruídos", avisa. Na região Norte do País, onde radica 80% da indústria deste sector e 28,8% das exportações, "mais um choque no sector dos têxteis e vestuário está fadado a desencadear severos problemas sociais". Isto numa altura em que Portugal acaba de adoptar um pacote tri-anual de austeridade desenhado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e União Europeia (UE).
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