Artigo de Opinião
Na mesma semana em que os meios de comunicação social noticiavam que um jogador de futebol num acidente destruíra o seu automóvel de 300.000 euros, noticiavam também que uma mulher de oitenta a sete anos, em Lisboa, não tinha meios para comprar um simples aquecedor.
Este é um pequeno sinal do desequilíbrio em que assenta esta sociedade. E tão desequilibrada está que deu de si e mostrou toda a sua nudez. Parece que se voltou de pernas para o ar.
O que vivemos actualmente pode ser o ponto de partida para uma vivência mais justa, e leve a uma distribuição mais equitativa da riqueza. Se assim não for é sinal de que não aprendemos a lição e voltaremos ao mesmo em situação mais agravada e em perigosa instabilidade.
É por isso que os Estados, agora tão pressurosos no socorro a instituições bancárias, não deve, demitir-se do seu dever de intervenção para impedir todos os desmandos do capitalismo global. Agora começamos a perceber o que queriam aqueles que proclamavam a não intervenção do Estado; agora vamos compreendendo o que sonhavam todos aqueles que anunciaram esta sociedade como o fim da história. Como se a humanidade tivesse alcançado um ponto de perfeição do seu percurso, que só precisasse de ser afinado aqui e ali. Agora sabemos que está a pagar os desmandos que outros praticaram.
Não foram os trabalhadores que arrastaram a humanidade para a situação presente. Mas são eles que estão pagar o mais pesado do tributo à crise. Até a tecnologia, como no século XIX, serve para justificar despedimento…
A tecnologia, património da humanidade, fruto de conquista milenar do homem, não pode estar apenas ao serviço de alguns e justificar o desemprego; se a máquina substitui o homem na produção, que todos beneficiem disso e não sirva apenas para uns poucos acumularem lucro.
Não tenhamos ilusões, se não pusermos a economia ao serviço de todos, não conseguiremos uma sociedade equilibrada e continuaremos a caminhar para a violência e a insegurança. E a cair cada vez mais fundo.
Eduardo Bento
Na mesma semana em que os meios de comunicação social noticiavam que um jogador de futebol num acidente destruíra o seu automóvel de 300.000 euros, noticiavam também que uma mulher de oitenta a sete anos, em Lisboa, não tinha meios para comprar um simples aquecedor.
Este é um pequeno sinal do desequilíbrio em que assenta esta sociedade. E tão desequilibrada está que deu de si e mostrou toda a sua nudez. Parece que se voltou de pernas para o ar.
O que vivemos actualmente pode ser o ponto de partida para uma vivência mais justa, e leve a uma distribuição mais equitativa da riqueza. Se assim não for é sinal de que não aprendemos a lição e voltaremos ao mesmo em situação mais agravada e em perigosa instabilidade.
É por isso que os Estados, agora tão pressurosos no socorro a instituições bancárias, não deve, demitir-se do seu dever de intervenção para impedir todos os desmandos do capitalismo global. Agora começamos a perceber o que queriam aqueles que proclamavam a não intervenção do Estado; agora vamos compreendendo o que sonhavam todos aqueles que anunciaram esta sociedade como o fim da história. Como se a humanidade tivesse alcançado um ponto de perfeição do seu percurso, que só precisasse de ser afinado aqui e ali. Agora sabemos que está a pagar os desmandos que outros praticaram.
Não foram os trabalhadores que arrastaram a humanidade para a situação presente. Mas são eles que estão pagar o mais pesado do tributo à crise. Até a tecnologia, como no século XIX, serve para justificar despedimento…
A tecnologia, património da humanidade, fruto de conquista milenar do homem, não pode estar apenas ao serviço de alguns e justificar o desemprego; se a máquina substitui o homem na produção, que todos beneficiem disso e não sirva apenas para uns poucos acumularem lucro.
Não tenhamos ilusões, se não pusermos a economia ao serviço de todos, não conseguiremos uma sociedade equilibrada e continuaremos a caminhar para a violência e a insegurança. E a cair cada vez mais fundo.
Eduardo Bento
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