A população alpiarcense é maioritariamente agrícola. As marcas do passado ainda marcam profundamente o sofrimento e a exploração a que esteve sujeita para continuar as lembranças nas gerações seguintes.
Dificilmente quem se situar à direita da “CDU” e “PS” ainda é mal visto ou um «safado, porque não tem as nossas ideias». Se for comunista ou socialista praticamente tudo lhe é tolerado mas…se tiver outra opção política:.. «tudo menos alpiarcense» se não alcunhado de «reaccionário».
Enquanto esta mentalidade perdurar no meio rural em que Alpiarça está inserida todo o caminho é árduo para quem nele tenha que desbravar, como é preciso, uma dose de paciência para ignorar a burrice e a falta de ódio que alguns fundamentalistas continuam a ter.
Algumas atitudes e linguagem de determinados «filiados na esquerda alpiarcense demonstram que na sede do seu partido deve haver tudo menos tolerância para com as ideias dos outros».
Todos os partidos à direita do PCP/CDU e PS encontrarão enormes dificuldades para obter seja o que fôr. Os alpiarcenses, como os adeptos dos clubes de futebol, gostam de ver, e apreciam, aqueles que fazem «obra». Não lhes interessa se a Câmara está endividada ou não. Esta questão é para os «intelectuais do burgo» que levam os dias no “Águias” a falar em «activos/passivos ou nos truques de “engenharia financeira” que permite maiores gastos nas verbas orçamentadas» ou nalgum programa cultural de «fina música». Criticam também aqueles que fazem alguma coisa, mesmo mal, quando esta camada social pouco ou nada é capaz de fazer.
Esquecem-se – estamos a falar dos políticos – que a maioria dos eleitores sabe muito bem quem é «capaz de tomar conta do destino da sua terra» e sabe também que os «tais da “direita” levam os dias na conversa sem nada fazer».
Também sabem, porque os vêem, que alguns desses ex-candidatos mesmo mostrando o «melhor sorriso do mundo ou tendo um passado desportivo cheio de palmarés» nada fizeram como continuam a fazer pouco pela terra que os recebeu de braços abertos. Sabem ainda que: «criticam quem foi eleito» mas que «não são capazes de fazer ver ao eleitorado» se estivessem no poder conseguiriam fazer melhorou: explicando ao pacato cidadão, o que fariam para beneficiar os habitantes e fazer crescer Alpiarça.
«Os outros», aqueles que foram eleitos pelos partidos opostos – mais à direita – ainda conseguem apanhar alguns votos que os instala na Assembleia Municipal. Cabe-lhes então o ingrato papel de «votar contra», quando deveriam mostrar, divulgar e informar a população que «apresentaram esta ou aquela proposta à mesa para discussão» Mas não! Limitam-se a estar em plena assembleia sentados com o objectivo de quando chegar o momento da votação: votarem contra ou absterem-se. Até conseguem fazer passar a a ideia ao menos incauto que a «Assembleia Municipal é uma espécie de Assembleia da República».
Existe uma enorme diferença entre “Assembleia da República e Municipal”. Esta última deve colocar de parte os ideais políticos para beneficiar o concelho que os elegeu, mesmo que muitas vezes tenhamos que contrariar certos princípios.
Fazem-se estes soberanos de “políticos de cidade” quando na verdade não passam de modestos “políticos de aldeia”.
O cidadão, o eleitor, o alpiarcense detesta este tipo de gente.
Sabe-se que o modesto eleitor (aqueles que fazem a maioria de votantes e conseguem fazer obter “maiorias”) não é bom apreciador de “assembleias”. A prova está na fraca presença das “assembleias” – salvo raras excepções ou quando algum “ponto de ordem” emanado da “Concelhia” o exige.
Se perguntarmos ao «homem do campo» se preocupa com as «actividades da Assembleia Municipal» a resposta é tão simples como isto: «onde é que isso?» ou «quem lá trabalha?».
Interessas-lhes sim quem «governa a autarquia» porque são estes que dão a cara; que tem de mostrar serviço e todos dias são julgados. Se fizerem asneira, cai-lhes o “Carmo e a Trindade” em cima.
O simples cidadão quer lá saber da “Assembleia da República” para alguma coisa. Quer é saber o que o Governo faz ou anda a fazer. Este é que lhe mexe nos bolsos e lhe tira os direitos que tinha; lhes oferece uma «saúde que é uma vergonha»; que faz uma «Justiça» só para os ricos; quer lá saber que o Benfica ou Sporting estejam cheios de dívidas querem é que o «seu clube ganhe».
A oposição alpiarcense (PSD, PP e outros) esquece este importante pormenor (não se esqueçam, os menos atentos, que estamos a falar do poder local – Alpiarça - e não de uma outra qualquer grande localidade).
Os “políticos de direita” tem dificuldade em destrinçar uma «terra agrícola» de uma «cidade avançada» mesmo que seja do interior. Cada localidade é um caso. Há que estudá-la. Daqui a oposição não conseguir fazer frente à esquerda (CDU/PS) porque não explora a estratégia destes para depois a inverter a seu favor.
Resta-lhes ter pela frente um árduo caminho.
Alpiarça é uma localidade pequena. Tem pouca população. É de conhecimento público as dificuldades de encontrar pessoas que estejam dispostas para fazer parte das «listas de candidatos». Contam-se pelos dedos de uma só mão as pessoas capazes e disponíveis para “Cabeça de Lista”.
Até as estruturas partidárias locais tem dificuldade na nomeação de dirigentes. Acabam sempre por ser os mesmos. Num mandato muda as pessoas, no seguinte mudam os cargos para continuarem sendo sempre as mesmas pessoas.
Havendo vários partidos candidatos logo alguém (partido) tem que perder. Em termos eleitorais a escolha da pessoa certa é difícil.
O tempo demonstrou que é assim. Não foi por acaso que a “CDU” durante anos ganhava sempre as eleições. Só perderam quando um grupo de pessoas teve a brilhante ideia de descobrir a «fórmula magica de contornar a situação». Conseguiu e venceu!
Quer o “PSD”, “PP”, “BE”, “Listas de Independentes” ou “Coligações” só tem uma hipótese de destronar a esquerda local. Apenas uma. Não é feio seguir o que os outros fizeram. Pode-se dar a volta ao texto de uma outra forma.
Estes pequenos partidos (a nível local) só tem uma fórmula, que não é magica nem inovador de destronar a “esquerda”.
Juntarem-se e formar uma nova “força política”; depois arranjar um “cabeça de lista” que tenha, entre outras qualidades: carisma, ser conhecido, com seriedade, não muito jovem (para inspirar confiança), ambicioso, que seja acessível, possuidor de ideias e colocar tudo em acção.
A não existir ou não haver entendimento, o melhor que há a fazer é: continuarem no “Águias” dizendo mal da “esquerda alpiarcense”, Mas uma coisa é certa: ela é que ganha e gere o destino alpiarcense.
Continuem a dizer que os socialistas só têm «ideias de direita». Para os socialistas se rirem porque na hora da verdade o que consta são os votos.
Esta teoria apresentada é pura e simplesmente infantil. Aprende-se nas «aulas». Foi assim que Rosa do Céu ganhou. Bastou-lhe criar “Alpiarça é a Razão”.
Depois? Bem…depois…apenas fazer a coisa mais simples: «convidar os opositores e insatisfeitos com o poder instalado. Formar listas e englobá-los todos numa só força capaz de vencer».
O resultado está à vista.
2 comentários:
Concordo em tudo com o que escreveu, mas essa mentalidade ainda se vai manter por muitos anos em Alpiarça.
Tambem lhe digo que essa ideia de votar sempre contra tambem se passa em Almeirim, por norma a vereadora da oposição vota sempre contra, só vota a favor se for uma coisa proposta por ela, está tudo dito, enquanto esta mentalidade não mudar, a politica local tambem não muda.
Antes de mais quero dar os parabéns a este blog, pois ultimamente tem sido neste espaço que se tem escrito algo com pés e cabeça e mais importante ainda, imparçial.
Quanto a este assunto tenho uma opinião que se calhar dá um pouco que pensar.
Acho que muito difilmente a coligação PCP/CDU chegará novamente ao poder, pois analisando os factos e as circunstâncias é extremamente complicado à coligação atingir os seus objectivos, pois não querendo menosprzar as pessoas, acho que o Prof. Mário, por muito boa pessoa que seja, não o vejo com "garra" para conquistar a CMA.
Ele precisa de mais pessoas novas com ele, basta de Celestinos Brasileiros e companhia...
Alpiarça precisa de mais sangue novo e se reparár-mos nalguns factos, constatamos que pessoas como eu, já na casa nos 30, não estamos para votar em mais coisas do género "ó tempo volta par trás".
Tenho a sensação de que a nossa terra precisa de mais e melhor no seu corpo executivo, basta de ter Vereadores que não são mais que meros funcionários públicos, só ali estão por conveniência, nem ao trabalho se dão se quer de ir por exemplo aos Frades ou à Gouxaria...
Tenho também a sensação de que o Eng. Luis Garrotes caiu ali de pára-quedas, como tal não o podemos incriminar de nada, pois ele não foi mais que uma segunda opção, pois como todos sabemos o Sr. António José Coelho não aceitou o cargo que lhe estava destinado, porque não estava para largar tudo o que construi nos ultimos anos para regressar para uma casa que está mais desorganizada que nunca.
Não entendo qual o papel dos encarregados da CMA, pois como é do conhecimento de todos, os próprios funcionários da CMA já não têm respeito a ninguém, aquilo mais parece uma farra todos os dias que outra coisa qualquer.
Acho que se a Dr.ª Vanda for a candidata pelo PS, deverá ter como seu numero 2 uma pessoa de caracter e personalidade forte, alguém como um que já lá esteve à muito tempo.
Quanto ao orgão delibertivo "Assembleia Municipal", esta deverá do meu ponto de vista ser um misto de juventude com experiência, ou seja jovens com novas ideias, capazes de dinamizar e promover o empreendedorismo e a experiência, porque é sempre necessária para o melhor prosseguimento dos fins.
Acho que seja aí que partidos como o PSD têm de pensar, ou seja procurar pessoas capazes de dinamizar, inovar, defender os interesses dos municipes e acima de tudo apresentar novas e melhores propostas que as actuais.
Uma vitórias nas Eleições Autárquicas não se constrói em 6 meses ou 1 ano, constrói-se em muito mais tempo, com um trabalho de "campo" àrduo e complicado, pois já não existem pessoas como César Augusto que possam dizer em alto e bom som "Cheguei, vi e venci".
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