Das Portas do Sol aos jardins da República, passando pelo Sá da Bandeira, os espaços verdes da cidade de Santarém estão transformados em estaleiros de obras e campos arqueológicos. No jardim das Portas do Sol, os arqueólogos puseram a descoberto uma cisterna romana do século I e outras estruturas ainda em estudo.
"O jardim está a beneficiar de profundas obras de remodelação que irão permitir musealizar todo um conjunto de achados arqueológicos trazidos à luz do dia ao longo dos últimos 20 anos", explicou Ricardo Gonçalves, vereador das Obras Públicas na Câmara de Santarém.
Segundo o autarca será o primeiro núcleo museológico da cidade e a principal sala de visitas para os turistas. Além da cisterna, os arqueólogos foram ainda surpreendidos com a descoberta de 13 esqueletos humanos, numa necrópole do século XIII que estaria associada à antiga Ermida de S. Miguel, já desaparecida, ou à Igreja de Santa Maria da Alcáçova, fundada por D. Afonso Henriques e recentemente restaurada.
A equipa de arqueologia do Instituto Politécnico de Tomar encontrou mais vestígios do período de ocupação islâmica, assim como materiais de tecelagem ou armas da Idade do Ferro. "Os trabalhos nas Portas do Sol deverão ficar concluídos até ao Verão e incluem a instalação de um miradouro virtual e equipamentos multimedia interactivos num centro de interpretação, que permitirá aos visitantes compreenderem os vestígios arqueológicos e a evolução histórica do local, da Idade do Bronze, Idade do Ferro, períodos de ocupação romana e islâmica até à actualidade."
As obras de requalificação do Jardim da República em Santarém também trouxeram à luz do dia outra grande necrópole, onde já foram descobertos cerca de 90 esqueletos humanos. O Jardim Sá da Bandeira também está em remodelação - toda a área será transformada no Passeio da Liberdade, que inclui um parque de estacionamento subterrâneo e uma zona verde. Junto ao Largo Cândido dos Reis, foram ainda encontradas 640 sepulturas naquele que é considerado o maior cemitério islâmico de Portugal.
«DN»
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