O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu
tem um plano de ataque à deflação que será activado se necessário. Mas não já
Uma decisão, não mexer nas taxas de juro directoras, e
vários recados, a Lagarde e aos mercados: o Banco Central Europeu está atento e
saberá tomar as medidas necessárias para apoiar, através da política monetária,
a economia da zona euro.
"O meu maior medo" é a "estagnação
prolongada [da economia] em relação àquele que é o nosso cenário base",
com "consequências graves ao nível do desemprego, que, apesar de dar
sinais positivos aqui e ali, continua muito elevado", disse ontem o
presidente do BCE, Mario Draghi, depois da reunião do Conselho de Governadores.
Draghi garantiu que a prioridade do BCE será sempre esta, apoiar a actividade
económica. "Estamos determinados a manter um elevado grau de política
acomodatícia e a agir rapidamente se necessário."
O Conselho de Governadores do BCE discutiu todas as
medidas possíveis, incluindo o célebre QE (Quantitative Easing - compra de
títulos em mercado), que permite baixar os juros e aumentar a liquidez.
"Ainda não esgotámos as medidas convencionais, mas todos os instrumentos
que temos no mandato, incluindo 'quantitative easing', serão
equacionados", disse Draghi.
O presidente do BCE afirmou que o Conselho de Governadores
está a seguir de perto os desenvolvimentos nos mercados financeiros "e é
unânime na sua decisão de utilizar também instrumentos não convencionais para
lidar eficazmente com os riscos de um período demasiado prolongado de baixa
inflação".
A economia da zona euro cresceu 0,2% no último
trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior, depois de um crescimento de
0,1% e de 0,3% nos trimestres anteriores, dados associados a um crescimento
anémico da actividade económica.
O plano de ataque à deflação, que tem preocupado
diversos economistas, já está a ser preparado mas apenas será posto em prática
se esta se tornar um perigo real na Europa, uma situação que Draghi e o
Conselho de Governadores acredita que não chegaremos. O presidente do BCE
aproveitou para dizer que fica sensibilizado com as preocupações da directora
geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, que tem alertado
para os riscos de uma inflação demasiado baixa na Europa, que atrase a
recuperação económica, mas acrescentou que a Europa sabe tomar conta de si.
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