Saramago regressou à cidade que também amava. As cinzas do escritor jazem em solo lisboeta já que em vida a cidade não o acolheu, taõ bem como seria desejavel.
Foi uma das poucas oliveiras resistentes do olival que o viu brincar na aldeia de Azinhaga que agora acolhe os seus restos mortais.
Em declarações à agência Lusa, Vítor Manuel da Guia, presidente da junta de freguesia da Azinhaga do Ribatejo disse "Saramago adorava as oliveiras da aldeia e sempre que estava de visita lamentava que estivessem a desaparecer"
José Saramago nasceu, em 1922, filho e neto de camponeses, e no livro "As Pequenas Memórias" (2006), sobre a infância e adolescência, lembra "a oliveira que dava sombra à entrada".
A Orquestra de Percussão Tocá Rufar deu início à cerimónia de homenagem ao escritor.
O professor e cantor lírico Jorge Vaz de Carvalho leu depois Palavras para Uma Cidade, texto de Saramago de homenagem Lisboa.
Pelas 11:30, Pilar del Río, mulher do escritor e presidente da Fundação José Saramago, cuja sede será na Casa dos Bicos, depositou as cinzas sob as raízes da árvore, que veio do olival onde Saramago viu o lagarto verde com que termina "As Pequenas Memórias".
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, colocou depois terra de Lanzarote junto à oliveira e ao banco de jardim feito de mármore de Pêro Pinheiro, lembrando o “Memorial do Convento”, antes de finalizar a cerimónia.
No local, foram colocadas duas lápides. Uma com o nome e as datas de nascimento e de óbito e uma outra com uma frase do livro Memorial do Convento: "Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia."
Também presentes na cerimónia o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, o editor de José Saramago, Zeferino Coelho, o director da Biblioteca Nacional, Jorge Couto, entre muitos amigos e curiosos.
José Saramago morreu há exactamente um ano, pelas 11:30 do dia 18 de Junho de 2010, no seu quarto na ilha de Lanzarote, em Espanha.
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