O presidente da Liga dos Bombeiros considera que o fim dos Governos Civis vai obrigar à "reestruturação do sistema de protecção civil" devido ao papel que estas instituições enquanto "ponte com o Governo central e com os autarcas".
Duarte Caldeira salientou que o fim dos Governos Civis “vai obrigatoriamente suscitar uma reflexão e reestruturação do sistema de protecção civil em Portugal”, porque o Governo Civil tem competências do ponto de vista político-administrativo que ou transitam para outra entidade ou têm de ser repensadas.
Em causa está, explicou, o papel desempenhado por “muitos governadores civis dos últimos governos como preciosos auxiliares para os bombeiros, ao fazerem a ponte com Governo central e com os autarcas”.
Neste sentido, “não vemos com maus olhos que seja repensado o sistema de protecção civil em Portugal nesse domínio” mas o que “pensamos é que tem de ser rapidamente clarificado para quem transitam as competências que a lei consagra e que estavam atribuídas aos governadores civis com o risco de, se isso não for feito no curto prazo, criar alguma perturbação no sistema”, salientou.
No entanto, o dirigente da Liga considera que a extinção destas figuras não põe em causa a qualidade do socorro porque os Governos Civis já desempenhavam uma função política e não operacional
Segundo Duarte Caldeira, os governadores civis representam a Protecção Civil a nível distrital apenas sob o ponto de vista da hierarquia político-administrativa e não comandavam agentes de protecção civil em termos operacionais.
Segundo Duarte Caldeira, os governadores civis representam a Protecção Civil a nível distrital apenas sob o ponto de vista da hierarquia político-administrativa e não comandavam agentes de protecção civil em termos operacionais.
“O desaparecimento da componente político-administrativa não tem incidência de tipo nenhum com a resposta operacional ao socorro, visto que esta é assegurada pela estrutura da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) e pelos corpos de bombeiros”, destacou.
Na sequência do anúncio do fim dos Governos Civis pelo novo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o Governador Civil de Lisboa pediu hoje a demissão e considerou que o fim desta instituição irá afectar os bombeiros, forças de segurança e, consequentemente, os cidadãos.
“O PSD cumpriu aquilo que andava a prometer. Agora do ponto de vista da forma como se está a realizar, acho um erro e quem vai pagar a factura são, directamente, os bombeiros voluntários e as forças de segurança e, indirectamente, os cidadãos", afirmou António Galamba (PS).
A Lusa tentou obter comentários dos outros governadores civis, mas apenas o de Beja, Major-General Manuel Monge, e o de Portalegre, Jaime Estorninho, admitiram ter já enviado ao ministro da administração interna, Miguel Macedo, pedidos de exoneração dos cargos que ocupam.
«Lusa»http://www.facebook.com/antoniocenteio
1 comentário:
Antes não havia "Protecção Civil" e as coisas funcionavam possivelmente melhor.
Há muito que tenho a ideia que esse organismo foi criado para alimentar mais uns boys, nomeadamente oficiais do exército que acumulam reforma+salário.
Quem pesquise os ajustes directos do Estado vai lá ver quanto custou a frota, e mais curioso, o balúrdio que uma conhecida firma de advogados (a mesma de sempre) "mamou" por elaborar os contratos.
Há que reduzir TODAS as despesas não essenciais. Não se podem manter estruturas que na maior parte do tempo nada têm que fazer e que custam elevadas somas ao erário público.
Se calhar atrás dos Governos Civis deveria ir a Protecção Civil.
Basta que em reunião dos bombeiros do Distrito seja eleito por exemplo por um prazo bi-anual, ou outro que entenderem melhor, o Comandante de Bombeiros que ficará como coordenador de operações e 1º responsável pelo combate às catástrofes.
Foram todos estes organismos que no seu conjunto custam milhares de milhões que levaram este País para o abismo.
Enviar um comentário