Projectar a candidatura da cultura avieira a património nacional e apresentar um conjunto de estudos relacionados com esta temática são os objectivos do primeiro Congresso Nacional da Cultura Avieira, que se vai realizar entre 7 e 9 de Maio em Santarém e Salvaterra de Magos.
Com a presença já confirmada da ministra da Cultura na sessão de abertura, este congresso conta também com o alto-patrocínio do Presidente da República, também ele convidado para estar presente na primeira edição desta iniciativa promovida pelo consórcio que lidera a candidatura da cultura avieira a património nacional.
Está prevista a participação de cerca de 30 investigadores e especialistas na cultura avieira, que durante três dias irão debater temas relacionados com a vida destas populações como a gastronomia, a arquitectura palafítica das suas habitações, o carácter próprio das migrações dos avieiros, a etnografia, a religiosidade, as embarcações, entre outros. Será também prestada homenagem a Maria Micaela Soares, uma das mais antigas investigadoras da cultura avieira e que será também uma das oradoras no congresso.
Vão também ser debatidos os futuros investimentos que este consórcio, composto por mais de 40 entidades públicas e privadas, pretende realizar para criar e recuperar infraestruturas nas aldeias piscatórias avieiras e nas margens do rio Tejo. O objectivo é criar um novo destino turístico ligado à cultura avieira e ao rio, disse em conferência de imprensa João Serrano do núcleo de coordenação do projeto.
“A cultura avieira é o cimento que pode ajudar a ligar toda esta estratégia colectiva de desenvolvimento desta região”, salientou ainda João Serrano, referindo-se também à candidatura deste projeto ao programa PROVERE na componente de estratégia de eficiência colectiva.
No encerramento do congresso, que será na tarde de 9 de Maio junto ao rio tejo em Salvaterra de Magos, está também prevista a presença de uma comitiva de ministerial composta pelo ministro da Agricultura, ministro da Economia e ministra do Ambiente. Apoios que, para o núcleo de coordenação do projeto, representam também uma “nova atitude do Governo para com esta candidatura”. “Estamos muito satisfeitos pelo facto do ministério da Cultura, depois de ter analisado o estudo do dr. Augusto Mateus, ter concluído que afinal a cultura é um importante factor de desenvolvimento económico do país”, disse João Serrano.
ARH Tejo disponível para apoiar projectos de investimento
Do consórcio fazem ainda parte 20 empresas privadas de várias áreas do sector do turismo, duas universidades – Aveiro e Évora -, o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE) e duas paróquias do concelho de Santarém (Vale de Figueira e S. Vicente do Paul). Está também prevista a adesão da Universidade da Beira Interior e da Universidade do Minho, sendo que desta última existe já um investigador a trabalhar na aldeia de Caneiras (Santarém).
Na rota do avieiros
O projecto de candidatura da cultura avieira prevê ainda a criação de rotas fluviais no rio Tejo para ligar a marina do Parque das Nações em Lisboa à zona de Constância. O primeiro percurso, onde o rio é mais navegável, será de Lisboa a Valada e poderá ser explorada por embarcações de maior porte. A segunda rota, onde o Tejo só é navegável em pequenas embarcações como a dos avieiros, será entre Valada e Constância. Haverão também rotas terrestres que poderão ser exploradas por operadores de transportes rodoviários e empresas de turismo, algumas delas já ligadas ao consórcio.
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