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sábado, 24 de abril de 2010

Abril para ti, Abril para mim…

Por Carina João *

Se alguma coisa há a desejar às gerações futuras (esta é para ti filha), é que não percam de vista estes ideais saídos de Abril. Mas “estes ideais” pressupõem a sua prática, mais do que a sua eterna lembrança, sem que muitas vezes haja a desejada correspondência nos actos, nas práticas. Não me importava nada de não festejar o 25 de Abril, se isso implicasse que nada do que significa estivesse me falta. Preferia lembrá-lo, sim, mas que não houvesse esta necessidade tão próxima de lembrar tempos de falta de liberdade, de várias formas de liberdade, como seja a maior delas todas em democracia, e tão na ordem do dia, a liberdade de expressão.



Eu não vivi o 25 de Abril, aliás, ainda nem era nascida, por isso acho que não sou filha da madrugada. Se alguma coisa define a minha geração? posso considerar que sejamos mais filhos do défice, da crise ou afins, do que outra coisa…infelizmente. Mas aprendi com aqueles que fizeram essa madrugada. Com aqueles que mais do que falarem dos ideais, os praticavam diariamente. Julgo mesmo que a melhor forma de se mudar alguma coisa seja com o exemplo, com a prática das virtudes e não apenas com o seu anúncio. Os festejos e os floreados dispensam-se se não reflectirem a verdadeira essência do que significam.


Porque um dia houve uma geração que passou das palavras aos actos, Abril para mim é ter a possibilidade de construir um país. E para ti?
* Deputada do PSD na Assembleia da República

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