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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vítima de furto revolta-se no julgamento

Um lesado no caso do rapaz suspeito de furtar dezenas de carros que está a ser julgado no Tribunal de Santarém revoltou-se na audiência desta terça-feira, dizendo que a justiça não é para todos e classificou o arguido como o veterano dos ladrões de Santarém.
Luís Jerónimo, funcionário público, ouvido na qualidade de testemunha, contestou a multa que o tribunal lhe aplicou, de 288 euros, por ter faltado à sessão anterior alegando que não ouviu a juíza presidente do colectivo, Maria José Cortes, anunciar a data.
Exaltado, Luís Jerónimo, que começou logo por dizer que estava contra o Estado e o sistema porque além de ter os prejuízos da viatura ainda teve que pagar uma multa, foi advertido pela juíza que teria que alterar o seu comportamento senão tinha que ser detido.
Maria José Cortes justificou ainda que não lhe tinha que dar explicações sobre a multa aplicada. A testemunha referiu que ficou com as fechaduras do carro rebentadas, com riscos na lateral direita e com a capota da viatura amolgada, realçando que ainda não pediu qualquer orçamento para a reparação porque ganha pouco mais que 400 euros e não tem dinheiro.
Quando questionado pela advogada de defesa se, estando a dormir em casa, como é que tinha a certeza de quem tinha roubado o carro estacionado perto da casa do filho, Luís Jerónimo perguntou à causídica se se sentia “moralmente bem a fazer esta pergunta”.
Durante o testemunho, referiu-se ao principal arguido e a outros dois rapazes que foram apanhados pela GNR em Fazendas de Almeirim (Almeirim) com o carro, como uma quadrilha. O colectivo advertiu-o que estas expressões podem ser consideradas à luz da lei como ofensivas, mas a testemunha retorquiu que é o “Presidente da República que diz que há leis mal feitas”.
A leitura do acórdão está marcada para dia 4 de Março às 09h30. Depois do principal arguido, que tem vários processos por furto de viaturas a decorrer, ter faltado três vezes seguidas a julgamento, desta vez foi presente a julgamento detido por agentes da PSP da Nazaré, localidade onde reside actualmente com a mãe. Os dois polícias apenas tinham a missão de o entregar ao tribunal, mas optaram por esperar pelo fim da audiência para o levar de volta e prevenir assim a ocorrência de outro furto.
«O Mirante»

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