A água da rede de abastecimento público no concelho da Chamusca vai passar a custar o dobro do que custa agora. Um aumento de cem por cento que surge no âmbito da passagem da gestão do sistema de abastecimento para a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo. A Câmara Municipal da Chamusca vai suportar parte desse aumento nos próximos três anos.
Durante a reunião da assembleia municipal de sábado, o presidente da câmara, Sérgio Carrinho (CDU), reconheceu que o aumento é muito grande. “São cem por cento de aumento que vão pesar muito nos orçamentos de muitas famílias, por isso decidimos na câmara introduzir um mecanismo compensatório, para que o aumento seja progressivo”.
A proposta que foi aprovada com uma abstenção de António Gaudêncio, do PS, prevê que a câmara suporte parte do aumento durante três anos. “Vamos fazer o esforço de suportar cinquenta por cento do aumento no primeiro ano, 25 por cento no segundo ano e 12,5 por cento no terceiro. Pensamos que é um espaço de tempo normal para que os consumidores se adaptem aos novos tarifários”, disse Sérgio Carrinho.
O aumento do preço da água na Chamusca motivou alguma discussão, porque na opinião de alguns dos eleitos devia ter sido actualizado ao longo dos tempos, mas nunca o foi por motivos políticos. Falou-se também de muitos problemas nas ligações e de pagamentos em falta, que têm motivado muitas queixas e tomadas de posição de alguns eleitos, principalmente do PS.
Foi por isso que António Gaudêncio se absteve e perguntou: “Será que, mais uma vez, a câmara não está a prejudicar os consumidores que cumprem pontualmente os seus pagamentos? Não será possível fazer a derrogação compensatória apenas aos consumidores que tenham as suas contas em dia, ou para as famílias verdadeiramente carenciadas?”.
O presidente da câmara mostrou-se bastante incomodado com essa intervenção, garantindo que a autarquia tem feito um grande esforço para resolver todas as questões. “Não podemos estar continuamente a olhar para trás. Em todas as empresas há sempre uma percentagem de incobráveis, nós também não podemos fugir a isso. Mas se há casos que desconhecemos, penso que seria eticamente correcto que nos informassem disso. Por outro lado não é possível fazer a separação dos consumidores, temos é que lutar pela mudança de hábitos. Na maior parte dos casos são as famílias com menos posses que têm consumos mais elevados”, garantiu em jeito de resposta.
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