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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Estabilidade para os Bombeiros alpiarcenses

O poder autárquico alpiarcense esteve vários anos sob a alçada da CDU. Quer queiramos quer não, aceitemos ou não a sua ideologia, a seriedade e a competência dos eleitos não pode ser posta em causa de forma alguma porque não existe algo de que os possamos acusar.

Daquilo que fizeram é bem visível porque está à vista de todos. Agora se estamos ou não de acordo com o que foi feito, é questão discutível. Depende do ponto de vista de cada um.
Mas existe um factor importante na política que é o “compadrio”. Existiu como existe e há-de existir. Basta o cargo da pessoa que ganha por «força de voto» ter o direito de «colocar pessoas de sua confiança nos cargos de responsabilidade». A lógica assim o manda e aconselha. Quem disser o contrário ou não estiver de acordo, está errado.
Fora esta «área de confiança» todo o resto – em termos de CDU – foi baseado na competência e transparência de quem prestava serviço no município. Fosse ou não familiar como tivesse ou não simpatia com a CDU.
Após a derrota de Raúl Figueiredo temos que admitir que as coisas mudaram um pouco.
Exemplifico: a mudança e substituições no “Comando dos Bombeiros Municipais” como a razia de demissões de bombeiros que dedicaram os melhores anos da sua vida à causa pública. Só esta entrega merece-nos o maior respeito.
Já a algum tempo que a situação interna dos bombeiros não funciona da melhor forma. Vejamos, em conformidade com as notícias publicadas recentemente (Rotundas&Encruzilhadas): O então presidente da Câmara, eleito pela CDU, Raúl Figueiredo, nomeou para “Comandante” Rui Luís Oliveira. Exerceu o cargo com competência. Destituído do cargo por Rosa do Céu - novo presidente – é nomeado para comandante a pessoa de Rodrigo Mira. Mais tarde abandonou o cargo (na opinião pública ainda existe a dúvida se o mesmo «abandonou ou se foi destituído»).
Rodrigo exerceu o cargo com uma forma de comandar, um tanto ou quanto anormal. Defensor de um tipo de disciplina interna bastante coesa, levou com que alguns voluntários se demitissem, como fez o 2.º Comandante Mário Favas.
Para substituição deste entra quem já praticamente exercia cargo de chefia, António Pratas Rosa. Por razões desconhecidas exerce o comando poucos meses. Será substituído por Fábio Correia – coincidência ou não, por acaso é o irmão do ex-motorista de Rosa do Céu. Não chegou a aquecer o lugar porque ainda há poucas horas foi demitido por «razões operacionais».
Mantido no cargo lugar por «razões políticas» foi agora destituído. A sua retirada imprevista, mas já planeada, pode ter sido causada pela «pressão socialista» que houve por causa da idade e inexperiência de Fábio Correia.
Faz um certo sentido este poder influenciável dos socialistas se tivermos em conta que recentemente Teresa Freitas foi eleita responsável da “Concelhia do PS”. São acontecimentos curtos demais para uma coincidência dos novos responsáveis políticos, que depois de consultada as bases, foram informados (aqueles que não sabiam) das anomalias existentes.
Surge então toda esta remodelação como o «acabar do mau ambiente que se vive internamente nos “BMA”. Não é por acaso que as coisas acontecem desta forma. Os problemas internos já vinham de traz.
Por opção politica de quem nomeou o último «comandante» o momento existente não era apropriado como a estratégia politica aconselhava a não demitir quem foi nomeado.
Suspenso que foi o mandato e sendo substituído por quem têm poderes para nomear ou destituir, o momento de mudança, quer a nível de autarquia quer de concelhia, chegou agora. A primeira “vítima” foi Fábio Correia.
Todas estas “jogadas politicas” como a «eleição de novos socialistas para os mais diversos cargos» tinha que dar os seus efeitos.
Já a algum tempo estavam esboçados e discutidos na família socialista – temos que aceitar pela simples razão de ser o “PS” que está no poder.
Como o cargo de “Comandante do Corpo de Bombeiros” é um lugar de «confiança politica» logo a destituição de Fábio Correia tinha que ser tomada – no momento certo. Agora se foi por «motivos operacionais» ou outros quaisquer, pouco importa porque já aconteceu aquilo que tinha que acontecer: ser demitido.
Na minha opinião estes casos não deveriam acontecer, mas é lógico, que é um direito que assiste aos políticos instalados. Podem sempre, a qualquer momento, mudar a pessoa que é «de sua confiança politica» mesmo que seja o principal responsável pelos bombeiros.
Os problemas internos que existiam, continuam a existir, mas dificilmente passando para o exterior, porque pela «praxe» tal não é permitido: faz «parte da família».
Não tenho dúvidas que a nova responsável pela “Concelhia do PS” deve saber basicamente como funciona os “BMA”, para além de estar bem informada dos problemas que por lá existem. Em colaboração com a presidente da autarquia e em conformidade com a nova legislação existente, nomeie então para novo “Comandante” a pessoa certa porque o activo dos «homens da paz» precisa de muita estabilidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Fica por aqui uma duvida: Pela lei Nacional não deve ser nomeado apenas Comandantes com um certo perfil?.
Parece que os unicos nomeados com esse perfil, foi o Rui Luis e Rodrigo Mira.
Gostava que alguém me esclacesse esse assunto .

Anónimo disse...

NR: Respondendo ao leitor, cumpre-nos informar da seguinte forma:
A legislação que rege os bombeiros é uma espécie de “manta de retalhos”. Daqui surgir às vezes problemas como nos BMA.
Basicamente funciona assim:
Os bombeiros profissionais (os chamados Sapadores) tem regras próprias e bem definidas, funcionando à base de um Regulamento feito de propósito para este tipo de bombeiros. Por norma o seu comandante é um militar de carreira. Existem Sapadores nas grandes cidades;
Depois existem os chamados “Voluntários” englobados numa estrutura de Associações
(Associação de Bombeiros Voluntários de…) que tem que ter um Presidente eleito pelo sócios. Este por sua vez nomeia um “Bombeiro” para comandante.
Bombeiro este que não pode ser qualquer um. Deve reunir certos requisitos. Tais como. Ser um bombeiro com um curriculum exemplar; ter anos de activo, ser um bombeiro exemplar e camarada, ter muita experiência e formação a nível de colóquios e ter o acordo dos outros bombeiros para que tudo funcione dentro de uma certa disciplina.
Estes são para além de outros que existem, os mínimos requisitos para a nomeação de um “comandante de bombeiros voluntários.
Para os bombeiros municipais como os de Alpiarça, já é diferente e daqui surgirei anomalias como estão a acontecer.
As normas que existem são aquelas definidas por lei mas em alguma determina condições para a nomeação do cargo. Esta nomeação de “comandante” fica ao simples critério do Presidente da Câmara, porquanto é este organismo que numa linguagem simples se pode chamar de «dona do corpo de bombeiros”. Por sua vez o presidente da Câmara nomeia quem muito bem entender para o comandante. Até pode ser uma pessoa alheia a corpo de bombeiros como nunca ter sido bombeiro; como pode ser um «rapaz» a comandar um corpo de homens com experiência e anos de serviço à causa.
O que pode acontecer é depois os conflitos surgirem, por que por norma os bombeiros são pessoas com orgulho na farda que vestem e não morrem de amores por quem nada perceba da arte.
Como o presidente é um político, é normal e legal ele propor e nomear para comandante a pessoa que entender, visto, quer queiramos ou não ser um lugar de confiança politica (ver crónica).
E….quando acontece ser um então chamado “cachopo” como se tem falado ultimamente dos bombeiros alpiarcenses, a coisa só pode acabar em demissões e a passagem para a praça publica de que afinal «lá dentro as coisas não funcionam como deveriam funcionar e daqui….o povo dizer o que não sabe e falar naquilo que ouve dizer.
Conclusão. No caso dos bombeiros de Alpiarça, qualquer pessoa pode ser o comandante dos bombeiros, mesmo que apenas tenha só dezoito anos. E esta idade porquê? Porque um rapaz com dezoito anos já é considerado perante a lei como um «homem», logo tem condições para comandar.
Claro que na prática parte-se do princípio que tal coisa não acontece, mas….pode acontecer.
Quanto ao resto do «filme»…que cada um entenda o que quiser e pense o que lhe apetecer.
Na nossa opinião, gostamos ou não das pessoas, o Rui Oliveira ( para além de jovem era um militar e um homem responsável com conhecimento sobre bombeiros, pela especialidade que tinha na Marinha; O Rodrigo Mira, praticamente reunia todas as condições.
O falecido Comandante Francisco Batata foi aquilo que todos nós alpiarcense sabemos: um homem conhecedor da arte
António Centeio