Artigo de Opinião
Por: Mariana Teixeira
Talvez consequências traumatizantes, vindas do início do século passado, obriga-nos que tenhamos que viver numa cultura enraizada no ideal de esquerda.
Até os partidos políticos combatem quem se oponha publicitar outras que não seja a ideologia de esquerda para ao mesmo tempo apregoarem lateralmente que vivemos numa «sociedade democrática onde todos temos o direito de nos exprimir, logo: podemos ter outras ideias.
Não sou nem defensora de extremos, nem de esquerda nem de direita. Ambos não são prestam para além de poderem ser pior que as ditaduras que já existiram.
No entanto de maneira alguma posso aceitar que os responsáveis políticos a nível europeu não permitam o livre apregoar de quem não aceita aquilo que o oposto nos faz crer existir, a utopia do bem social e da igualdade.
Ultimamente a repressão tem surgido para quem usa demonstrar que não aceita a cultura de esquerda, dando-nos a impressão que temos defender um totalitarismo como existiu ainda recentemente na então União Soviética.
Verifico na actual juventude, que vem a demonstrar alguma força de se impor que «a implantação da direita faria com que houvesse mais autoridade».
É verdade que nos últimos anos, não só em Portugal, se tem visto desacatos que crescem como um rastilho, vindo de uma parte da população, que segundo alguns estudos sociais, descrevem o perigo em que vivemos como as respectivas autoridades e serviços de informação são sabedores.
Nos momentos confusos, em que se vai tornando conhecimento por via da comunicação social, que algo se está a alastrar, as autoridades remetem-se ao silêncio e só intervêm quando o tal rastilho começou a arder. Aparece então o uso da força que é a maneira mais simples de resolver os problemas para com os mais fracos.
Por alguma razão radicalizaram-se posições dos jovens perante o conservadorismo de direita e esquerda e se agruparam em movimentos de libertação. Foi, talvez, daqui que houve diversos renascimentos que tem feito com que ultimamente comece a aparecer grupos violentos, cujas autoridades consideram ser o caminho da direita, mas que apenas – talvez - lutam pelo livre acesso aquilo que a esquerda recusa por se constatar o carácter nulo da «autoridade do Estado» e alguma perda de direitos. Quando a cultura enraizada de esquerda em que estamos englobados não reconhecer o livre arbítrio, o outro caminho, da direita, começa a ganhar forças. Em nome de uma esquerda tolerante e de uma democracia, onde temos que ser benévolos, tudo é permitido obrigando a quem não esteja de acordo, passar a estar.
Numa sociedade justa e igualitária todos temos deveres e obrigações, mas para que a sociedade possa estar equilibrada tem esta por obrigação de aceitar e respeitar os ideais de quem tem outra maneira de ver as coisas, mas nunca de ser visto nem sujeitá-los a represálias porque não se enquadra com a esquerda.
Talvez, quando esta pequena crónica for publicada, pouco tempo depois, os leitores me chamem ou pensem aquilo que eu não sou, mas mesmo que fosse não devo deixar de ter ideias diferentes das outras pessoas. Para os mais incautos sou uma mulher com pensamentos de esquerda mas que não aceita uma esquerda totalitária. Muito menos a outra denominada «esquerda» que a sociedade nos tenta impingir porquanto vivemos numa insegurança permanente.
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