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sábado, 6 de dezembro de 2014

A Análise Anual do Crescimento para 2015

A Análise Anual do Crescimento (AGS) para 2015, publicada pela Comissão Europeia, está centrada no regresso da Europa a uma firme trajectória de criação de emprego e de crescimento económico sustentáveis. A chegada da nova Comissão, com uma ambiciosa agenda para o emprego, o crescimento, a equidade e a mudança democrática, constitui o momento ideal para gerar uma nova dinâmica. Com a proposta de um ambicioso Plano de Investimento que visa mobilizar pelo menos 315 mil milhões de euros adicionais em investimento público e privado adicional ao longo dos próximos três anos, a Europa vira uma nova página. O plano integra-se na abordagem global da Comissão no apoio à criação de emprego, e ao relançamento do crescimento na Europa. No quadro dessa abordagem, a Comissão, na sua Análise Anual do Crescimento para 2015, recomenda que se prossiga uma política económica e social baseada em três grandes pilares: 1) um estímulo ao investimento; 2) um empenhamento renovado nas reformas estruturais e 3) a prossecução da responsabilidade orçamental.
A Análise Anual de Crescimento constitui o lançamento do ciclo anual de governação económica, estabelece as prioridades económicas gerais para a UE e proporciona aos Estados-membros orientações políticas para o ano seguinte. Apesar dos esforços desenvolvidos a nível nacional e da UE, a recuperação da economia europeia continua a ser pouco expressiva e frágil, o que está a prejudicar os progressosna redução do elevado nível de desemprego e de pobreza. A reposição da confiança e a colocação de toda a UE numa trajectória de crescimento só poderão ser alcançadas através de um esforço comum: os Estados-membros deverão comprometer-se de forma determinada a mudar a sua actuação a nível nacional. Dadas as importantes diferenças na situação económica dos vários Estados-membros, a abordagem mais adequada variará necessariamente de país para país. A fim de proporcionar uma orientação comum e de especificar devidamente as abordagens nacionais, a Comissão recomenda três grandes pilares para a política económica e social da UE em 2015:
 1. Estimular o crescimento
 Desde que rebentou a crise económica e financeira mundial, a UE tem estado a sofrer de baixos níveis de investimento. São necessários esforços colectivos e coordenados a nível europeu para inverter essa tendência negativa e voltar a colocar a Europa numa firme trajectória de recuperação económica. São necessários investimentos para modernizar os sistemas de segurança social, financiar a educação, a investigação e a inovação; para uma utilização da energia mais respeitadora do ambiente e mais eficiente; para modernizar as infraestruturas de transporte e para disponibizar ligações em banda larga mais rápidas e com grande cobertura geográfica.
 A Comissão Europeia está a fazer o que lhe compete: lançou um Plano de Investimento no valor de 315 mil milhões de euros para os próximos 3 anos. Esta "ofensiva de investimento" baseia-se em 3 vertentes, que se reforçam mutuamente 1) mobilizar financiamento para investimento sem criar nova dívida pública; 2) apoiar projectos e investimentos em áreas fundamentais como as infraestruturas, a educação, a investigação e a inovação e 3) eliminar obstáculos específicos em determinados sectores e outros obstáculos financeiros e não financeiros ao investimento. A Comissão Europeia apela ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros que apoiem o Plano de Investimento e adoptem rapidamente as medidas necessárias, de modo a assegurar os efeitos decisivos para a economia europeia.
 2. Um compromisso renovado relativamente às reformas estruturais
 À medida que a atenção vai sendo transferida para a resolução das situações de emergência decorrentes da crise para a reconstrução de bases sólidas para o crescimento e o emprego, é necessário reafirmar o empenhamento nas reformas estruturais. A nível da UE, o aprofundamento do Mercado Único constitui uma reforma estrutural "por excelência", que ajudará as nossas economias a modernizarem-se e a tornar a Europa mais competitiva e atractiva para os investidores. As prioridades incluem a remoção dos obstáculos regulamentares e não regulamentares que ainda subsistem em sectores como a energia, as telecomunicações, os transportes e o Mercado Único de bens e serviços.
 A nível dos Estados-membros, a Comissão recomenda que a acção seja centrada numa série de reformas fundamentais: dinamizar os mercados de trabalho e combater os elevados níveis de desemprego; assegurar a eficiência e a adequação dos sistemas de reforma e de protecção social; criar mercados de produtos e serviços mais flexíveis; melhorar as condições de investimento para as empresas e a qualidade do investimento em investigação e inovação (I&D); e aumentar a eficiência das administrações públicas em toda a Europa.
 3. Prosseguir a responsabilidade orçamental
 Os progressos alcançados na consolidação orçamental são significativos: os défices orçamentais médios da UE foram reduzidos, em apenas três anos, de 4,5% do PIB em 2011 para cerca de 3% do PIB em 2014. O menor número de países que são objecto de um procedimento por défice excessivo - de 2,4, em 2011, passou para 11 em 2014, reflecte essas melhorias no plano orçamental, que foram essenciais para esatbalecer a confiança no bom estado das finanças públicas e estabilizar a situação financeira. O controlo dos défices a longo prazo e a redução de elevados níveis de endividamento continuam a ser peças fundamentais para um crescimento sustentável. Precisamos de políticas orçamentais responsáveis e favoráveis ao crescimento, em sintonia com o Pacto de Estabilidade e Crescimento e tendo em conta as especificidades das diferentes situações nacionais. Os países com maior margem orçamental terão mais responsabilidades de estimular a procura e o investimento nacionais. Os sistemas fiscais terão de ser mais justos e eficientes e a fraude e evasão fiscais deverão ser combatidos de forma mais decisiva.
 Racionalizar a governação económica na Europa
 A Comissão Europeia propõe igualmente a racionalização e o reforço do Semestre Europeu, atribuindo-lhe um papel mais concreto e político com base nos 3 pilares da Análise Anual do Crescimento. Um Semestre Europeu mais direccionado permitirá reforçar a economia de mercado social e aumentará a eficácia da coordenação das políticas económicas da UE através de uma responsabilização por parte dos intervenientes, incluindo os parceiros sociais. O novo ciclo de política económica simplificará também a apresentação dos resultados do trabalho da Comissão e diminuirá as exigências da comunicação de informações por parte dos Estados-membros, tornando o processo mais aberto e multilateral. Relatório sobre o Mecanismo de Alerta
 A Análise Anual do Crescimento é acompanhada pelo relatório sobre o Mecanismo de Alerta (RMA), que constitui parte integrante da supervisão regular ao abrigo do Procedimento relativo aos Desequilíbrios Macroeconómicos e visa identificar e resolver os desequilíbrios que possam comprometer o desempenho das economias nacionais, da área do Euro ou da UE no seu todo. Foram recentemente introduzidos no Procedimento relativo aos Desequilíbrios Macroecómicos indicadores de emprego e das condições sociais, com vista a obter uma melhor compreensão do mercado de trabalho e da evolução dos riscos em termos sociais.
 O RMA mostra que, embora os Estados-membros da UE tenham progredido no sentido da correcção de alguns desequilíbrios que os afectam e a competitividade tenha aumentado em várias economias, os desequilíbrios macroeconómicos e as suas fortes consequências em termos sociais continuam a ser fonte de sérias preocupações. A lenta recuperação e a inflacção extremamente baixa têm sido um obstáculo para a redução mais pronunciada dos desequilíbrios identificados e dos riscos macroecómicos que lhes estão associados.
 Por outro lado, o reequilíbrio das contas correntes continua a ser assimétrico. Embora se tenha assistido a uma redução dos défices em vários países, esse resultado tem dependido em grande medida da queda da procura e, mais especificamente, da queda do investimento, o que poderá ter implicações negativas para o potencial de crescimento a médio prazo, se a situação não for corrigida. Entretanto, a Alemanha e os Países Baixos continuaram a registar excedentes muito significativos das suas contas correntes, reflexo de uma procura e investimento interno muito débeis.
 No que respeita a países individuais, a Comissão considera que serão necessárias novas análises (aprofundadas) para examinar em pormenor a acumulação e a resolução de desequilíbrios e de riscos relacionados em 16 Estados-membros: Bélgica, Bulgária, Alemanha, Irlanda, Espanha, França, Croácia, Itália, Hungria, Países Baixos, Portugal, Roménia, Eslovénia, Finlândia, Suécia e Reino Unido.
 Relatório conjunto sobre o Emprego
A Análise Anual do Crescimento para 2015 é também acompanhada pela publicação da proposta da Comissão relativa ao Relatório Conjunto sobre o Emprego, que analisa a situação do emprego na Europa e as respostas políticas dos Estados-membros. O relatório mostra que reformas estruturais substanciais trazem bons resultados. Analisa ainda o potencial existente em termos de melhoria do desempenho em matéria.
«europedirect.ipsantarem»

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