.

.

.

.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

PS acusa Governo de consumir dinheiro de forma impreparada

O Partido Socialista acusou hoje o Governo de estar a “consumir dinheiro de forma impreparada”, ao comentar a aprovação hoje pelo executivo de 59 investimentos prioritários, a maioria dos quais nos setores marítimo-portuário e ferroviário.
O dirigente socialista Eurico Brilhante Dias afirmou à agência Lusa que “o Governo foi capturado por uma contradição insanável” e que, “em grande medida, não era de esperar que um governo que não tem uma ideia estratégia para o país a tivesse para as infraestruturas”.
O Governo aprovou hoje um conjunto de 59 investimentos prioritários a concretizar nos próximos oito anos, que envolvem um investimento global de 6.067 milhões de euros, a maioria dos quais nos setores marítimo-portuário e ferroviário.
As prioridades estão estabelecidas num relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado que o Governo vai enviar na sexta-feira para Bruxelas e cujas linhas gerais foram apresentadas hoje pelo Ministro da Economia, numa conferência de imprensa.
Eurico Brilhante Dias acusou o Governo de “elencar um conjunto de projetos, sem desígnio coletivo e sem coerência interna”, apontando ainda que o executivo “vem dizer que estes projetos são prioritários quando ao mesmo tempo ainda não fez os estudos sobre os seus impactos na economia, no emprego e de natureza ambiental”.
“Ficam as perguntas: então [os projetos] são prioritários, mas não conhecemos os impactos? Então e se depois dos estudos resultar que os impactos são mínimos ou negativos deixam de ser prioritários?”, questionou.
O socialista recordou que, “durante 2013, o secretário-geral do PS e o PS no parlamento, por várias vezes, pediram ao Governo que avançasse no trabalho de preparação deste quadro comunitário, [no qual] a área das infraestruturas é central”.
A situação levou-o a considerar que “há projetos que estão presentes com mérito individual, alguns dos quais já deviam estar concluídos, como o Túnel do Marão, mas o seu mérito individual carece de coordenação”.
Acentuou ainda que “há projetos com maturidade diferente: projetos que estão quase a terminar, outros que nem sequer começaram, outros [ainda] de que se desconhece o impacto na economia portuguesa”.
Eurico Brilhante Dias acusou o executivo de “não ter feito os trabalhos de casa”, questionando: “Como saímos desta contradição insanável – entre o que é prioritário, mas não foi estudado, e o que provavelmente deixará de ser prioritário se for estudado?”
“O país não pode continuar a gastar fundos comunitários desta maneira. Não pode continuar a consumir dinheiro de forma impreparada. É isto que está a acontecer”, sintetizou.
Apontou ainda ao Governo a contradição de ter “diabolizado o investimento público” e agora estar com a “necessidade de apresentar um conjunto de projetos ao abrigo do quadro comunitário”.
«Lusa»

Sem comentários: