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terça-feira, 26 de novembro de 2013

TRANSPORTES DE AMBULÂNCIA: 200 euros de diferença no mesmo percurso

Lisboa é o distrito com maior diferença de preços no transporte de doentes não urgentes sem credencial do médico de família, revela um estudo da TESTE SAÚDE.
 A equipa daquela revista de consumidores vestiu a pele de um utente e pediu orçamentos telefónicos para o transporte de um doente não urgente com acompanhante. Tratava-se de um percurso de 50 km, com duas horas de espera. No distrito de Lisboa, registou-se uma diferença de mais de 200 euros entre o valor apresentado pelos Bombeiros Voluntários de Moita Ferreiros, na Lourinhã (43 euros) e o indicado pelos Bombeiros Voluntários de Odivelas (250 euros). A menor variação ocorreu no distrito de Viseu, onde a viagem custa entre 50 euros (Ambulâncias Viriato) e 70 euros (Bombeiros Voluntários de Viseu).
 O estudo, que também incluiu um inquérito por escrito, mostra não haver diferença na média de preços praticada por bombeiros e privados para a generalidade dos consumidores.
 Não existem critérios legais para o cálculo dos custos do transporte, pelo que cada um inclui as parcelas que entende.
A cobrança ao quilómetro é a única constante em todas a entidades que responderam à TESTE SAÚDE. Os valores indicados oscilam entre 40 cêntimos e 2 euros, embora o mais frequente seja 51 cêntimos por quilómetro.
 Évora e Setúbal são os distritos com a média de preços mais elevada (79 e 75 cêntimos por quilómetro). Do lado oposto surgem Castelo Branco e Guarda, com 49 cêntimos. A Cruz Vermelha pede 55 cêntimos em viagens superiores a 25 quilómetros; nas mais curtas, cobra taxa de saída: 35 ou 37,50 euros, para
doentes sentados e acamados, respetivamente.
 Esta taxa também entra na conta de 23 corporações de bombeiros (das 88 que responderam) e de 20 operadores privados (das 84 que responderam). Os valores oscilam entre 7,50 euros e 30 euros.
 O período em que a ambulância está parada a aguardar pelo doente, em geral, também é pago. O mais comum é receberem 5 euros por cada hora, com a primeira grátis. Porém, o preço varia entre 2 e 30 euros.
 Se o paciente precisar de oxigénio, a maioria cobra 10 euros à hora pela aplicação. O acompanhante quase sempre pode seguir “à boleia”, mas há entidades a considerar que a sua presença vale entre 10% e 20% da fatura.
 A falta de critérios para o cálculo dos custos de transportes dificulta a comparação de preços pelos consumidores. Por isso, a DECO pede a fixação de métodos de cálculo dos custos de transporte, definindo as parcelas que podem ser contabilizadas e o seu significado. Os valores a cobrar deverão ser definidos pelos prestadores e publicados em locais acessíveis.
 No atual quadro legal, só as ambulâncias podem transportar doentes não urgentes. O veículo simples de transporte, previsto há anos, foi suspenso pelo Governo até 2015, para atualizar o regulamento. Este veículo pode ter vantagens para os doentes, pelo que urge enquadrar legalmente a sua utilização.
«DECO»

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