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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Os pobres não tomam banho em Portugal

Por: Anabela Melão
"Teve sucesso uma frase de domingo à noite, na TVI, sobre o aumento do IVA no gás e na electricidade: "É evidente que isto é uma pantufada monumental na classe média", disse Marcelo Rebelo de Sousa. Pantufas usam-se em casa e são suaves, uma espécie de luvas grossas para os pés. Bater com elas é uma espécie de bofetada com luva branca sem o desdém que esta implica. "Pantufada monumental" é uma contradição de termos. Adiante. O que me espantou foi, falando-se do aumento do IVA no gás e na electricidade, o porquê da classe média ser a mais prejudicada. Só vejo uma razão: os pobres não tomam banho em Portugal. É uma tese curiosa que espero que Marcelo desenvolva melhor na próxima semana. É verdade que ele já adiantou que "o Governo vai acautelar as classes mais pobres com tarifas sociais". Mas sabemos o que são, sempre, as tarifas sociais em Portugal e particularmente o que elas são agora, em tempos de vacas magras: migalhas para um lote ínfimo de desfavorecidos. A maioria dos pobres, tal como a classe média, vai ter o IVA aumentado de seis para 23 por cento. Não comento aqui a medida. Estranho, insisto, é ela ser "pantufada" especialmente dirigida à classe média. Mesmo dando de barato que os pobres tomem menos banho, noutro uso que dão ao gás e à electricidade, a cozinha, eles são mais prejudicados do que a classe média. Eles são mais por longos refogados e fritos e esta mais por saladas, poupando no fogão."

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