A dívida pública poderá chegar aos 135,1% do PIB em 2014 caso o Governo não utilize 7,1 mil milhões de euros da 'almofada' financeira que tem em depósitos, alertou a Unidade Técnica de Apoio ao Orçamento (UTAO).
"Está prevista a redução dos depósitos em 4,2 pontos percentuais (7,1 mil milhões de euros) durante o segundo semestre, permitindo uma diminuição da dívida pública ao longo deste período. Caso essa redução não se efetuasse, a dívida pública atingiria os 135,1% do PIB no final de 2014", alertam os técnicos da UTAO, num parecer preliminar sobre o segundo orçamento retificativo, a que a agência Lusa teve acesso.
A UTAO recorda que o retificativo prevê que os depósitos da administração central no final de 2014 diminuam 1,1 pontos percentuais face ao Documento de Estratégia Orçamental (DEO), atingindo os 7,4% do PIB (12,5 mil milhões).
No entanto, dizem os técnicos, o nível de depósitos da administração central no final do primeiro semestre situou-se em 11,6% do PIB (19,6 mil milhões).
Nesse sentido, se se mantivesse a constante de nível de depósitos até ao final do ano, a dívida pública atingiria os 135,1% do PIB no final deste ano.
Neste segundo orçamento retificativo, o Governo reviu ainda em alta a previsão para a dívida pública para este ano, que deverá fixar-se em 130,9% do PIB, contra os 130,2% previstos no DEO e os 126,6% previstos no Orçamento do Estado para 2014.
A dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, atingiu os 134% do PIB no final do primeiro semestre deste ano, segundo dados do Banco de Portugal divulgados no final de agosto.
O valor da dívida líquida de depósitos também subiu no primeiro semestre, alcançando 204.071 milhões de euros, o equivalente a 122,4% do PIB, quando no primeiro trimestre o tinha ficado pelos 118,8% do PIB.
«NM»
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