Por: Anabela Melão |
Elina Fraga: "A muitos restará fazer justiça pelas
próprias mãos". A bastonária da Ordem dos Advogados afirma que o novo Mapa
Judiciário, que entrou hoje em vigor, a somar à excessiva carga fiscal e a
outros problemas que estão a manchar a ‘joia da coroa’ da ministra da
Justiça, levará a que muitas pessoas decidam por “fazer justiça pelas próprias
mãos”. Num tom bastante crítico, no seu esta reforma do Mapa Judiciário lhe
lembra a Guerra no Iraque: “Lembra-me quando começou a guerra no Iraque.
Ouviam-se as bombas rebentar e o ministro da Propaganda continuava a dizer que
estava tudo bem”. A plataforma Citius está indisponível desde a semana passada
e devido às obras, algumas sessões judiciais ocorrem em contentores. .A
bastonária afirma que “o que se está a promover em Portugal é uma Justiça para
ricos e outra para pobres”. Algo que, frisou, a “Ordem não pode aceitar” e que
tudo indica que, alheia ao facto de os cidadãos serem obrigados a percorrer, em
alguns casos, cerca de 140 km para ter acesso à Justiça, a ministra Paula
Teixeira da Cruz “vai desistir da Justiça”.
E mais.
Na sua opinião “é evidente que se as pessoas estão esmagadas por impostos” não
têm dinheiro para custear um processo judicial nem para suportar as deslocações
aos tribunais, e, por isso, assegura: “A muitos restará fazer justiça pelas
próprias mãos”.
A alusão pode ter sido demasiado forte mas a verdade é que a
desesperança instala-se na vida dos portugueses e os brandos costumes podem
reverter-se num desnorte e prejudicar a lucidez e o bom senso. Porque a falta
de lucidez e de bom senso é a marca de uma (des)governação que limita os
cidadãos no direito de recorrerem aos tribunais, último reduto da
democracia.
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