Mas se o PSD/TPA nasceu há meia dúzias de dias e anda de cueiros, o sindicalismo, embora com origem na Idade Média, nasceu verdadeiramente com a Revolução Industrial e tem alguns séculos de vida…
A teia ideológica do PSD/TPA manifesta-se, constantemente, nas parcamente alinhavadas e pré-fabricadas opiniões que, sem manifestação de qualquer alicerce real, aqui apresentam neste jornal digital. Estes comentadores pretendem, ingloriamente, defender a política da sua agremiação, que é, simplesmente, nada fazer em defesa dos trabalhadores da Renoldy, com os quais dizem, publicamente, estar solidários quando, ao mesmo tempo, não querem melindrar os interesses daqueles que apenas olham para lucros e dividendos e desprezam os trabalhadores, causando situações sociais dramáticas como a atual.
Para isso, tal como o governo que lhes emprestou uma sigla, necessitam de atacar os trabalhadores. Não abertamente, que os trabalhadores e suas famílias são a maioria da população, mas os seus representantes, neste caso, os sindicatos. Separar os representantes dos trabalhadores representados, isolá-los, denegri-los, de forma a enfraquecer o coletivo é o objetivo deste PSD/TPA. E também denegrir as formas de luta dos trabalhadores como “ greves e concentrações” que, desde o 25 de Abril e até ver, são legais tal como os sindicatos que já o eram antes, embora sob controlo do governo… Provavelmente, com as ideias destes senhores no poder, as greves e concentrações passariam a ser ilegais, como no tempo da ditadura…
Nada que o governo “pai” PSD/CDS e outros iguais não tentem, aproveitando a maioria parlamentar para alterar a legislação laboral, esmagando a contratação coletiva e impondo os contratos individuais ou recibos verdes, tentando transformar o mundo do trabalho numa espécie de grande “praça de jorna” do século XXI, piorando as condições de vida dos trabalhadores e famílias… O paraíso dos “empreendedores”, acionistas e gestores gananciosos e, pelos vistos, também destes comentadores do PSD/TPA.
Mas se o PSD/TPA nasceu há meia dúzias de dias e anda de cueiros, o sindicalismo, embora com origem na Idade Média, nasceu verdadeiramente com a Revolução Industrial e tem alguns séculos de vida… E acreditem, comentadores, que nessa altura, como a repressão era violenta, a resposta dos trabalhadores e sindicatos era dada a condizer… E de toda essa luta ao longo destes séculos beneficiaram eu e a maioria dos trabalhadores e famílias do mundo inteiro e até o senhor comentador se não nasceu Afonso Pinto de Magalhães ou Belmiro de Azevedo… Ter horário de trabalho de 8 horas diárias em vez de trabalhar de sol a sol… Acha que esta alteração ocorreu pelos bonitos olhos dos trabalhadores, que foi dada de bandeja ? Férias pagas? Enfim… Quantas greves e manifestações foram feitas... Até no país da Angela Merkel, que os senhores comentadores PSD/TPA devem admirar, se fazem greves… Ainda há dias os pilotos da Lufthansa entraram pela 12ª vez em greve desde abril de 2014 para lutarem pela alteração das carreiras profissionais ou os trabalhadores da Amazon por melhores salários e condições de trabalho, ou a greve dos maquinistas, ou a greve nos aeroportos… Pois, estes trabalhadores alemães também devem ser manipulados por perigosos esquerdistas…
Mas olhemos para Portugal…
Segundo um estudo da Deco de setembro/outubro de 2014: “Cortes impostos pela empresa: 11% mais horas de trabalho e igual salário; 11% perda de benefícios (alimentação, transporte, etc.); 10% menos salário; 4% mais horas de trabalho e menos salário”
Entretanto, os amigos do PSD/TPA: “Desde 2008, as empresas do PSI-20 pagaram 13 mil milhões de euros em dividendos. (…) Há casos de empresas que, ao longo destes anos, pagaram dividendos mesmo quando apresentaram prejuízos e há companhias que pagaram aos acionistas acima do valor dos lucros obtidos.” - No Expresso, em finais de março de 2015. Por aqui se vê quem, na realidade, andou a viver acima das possibilidades !!! Foram os trabalhadores ou os banqueiros, acionistas e gestores?
E os senhores do PSD/TPA ainda querem que os trabalhadores se calem, não façam greves nem concentrações, e aceitem passivamente os despedimentos ! Grandes amigos da onça!
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3 comentários:
"Até no país da Angela Merkel, que os senhores comentadores PSD/TPA devem admirar, se fazem greves… "
Até concordo com o sr. comentador neste ponto. De certeza que nos países modelo do comunismo é que não se fazem greves de certeza. Já todos sabem que lá não é preciso porque o glorioso comité central do PC resolve todos os problemas dos trabalhadores e anda tudo satisfeito da vida.
A greve é a última arma do trabalhador e em muitos casos é justa mas não é para fazer por dá-cá-aquela-palha ou porque na agenda política do partido interessa paralisar portos, transportes ou a administração pública como agora acontece.
Será por acaso que sempre que as eleições se aproximam aumenta o número de greves?
Já todos cá andamos há muito tempo para sabermos distinguir o que é justo do que é provocado.
Ainda há pouco tempo foi feita uma reunião sindical numa empresa próxima para "os trabalhadores saberem a situação da empresa" e depois de ser confirmada a dificil situação financeira e económica, nada como elaborar um caderno de reivindicações, incluindo aumentos.
Curiosamente o PCP/CGTP tinha marcado uma greve geral para umas semanas depois. Coincidências ...
Com todos os defeitos que se possam apontar a Pinto de Magalhães e Belmiro de Azevedo estes ainda conseguiram criar muitos postos de trabalho dando sustento a muitas famílias. E o autor do post,o que fez?
Enfim, como diria o outro: "Papagaios há muitos, obreiros é que há poucos..."
No texto é referido "E de toda essa luta ao longo destes séculos beneficiaram eu e a maioria dos trabalhadores e famílias do mundo inteiro e até o senhor comentador se não nasceu Afonso Pinto de Magalhães ou Belmiro de Azevedo…" A referência a estes senhores deve-se ao facto de serem ricos e, enquanto tal, não necessitarem das conquistas alcançadas pela luta dos trabalhadores... Não tem nada a ver com criar postos de trabalho e enriquecer à custa de baixos salários e da imposição de baixos preços aos produtores, pagando impostos no estrangeiro... Isso é outra história. Custa muito a entender? DAAAAA....
E não se esqueça do 1º de Maio, das 8 horas de trabalho e dos 10 trabalhadores mortos nas manifestações e greve geral no século XIX, nos Estados Unidos!
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