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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A “chamada queda do Muro de Berlim” foi uma anexação forçada, diz PCP


Num artigo do Avante!, o PCP considera que o fim do Muro representou a destruição das "realizações económicas, sociais e culturais de mais de 40 anos de poder dos trabalhadores" na ex-RDA.
Na semana em que se assinalam 25 anos sobre a queda do Muro de Berlim, o Partido Comunista Português (PCP) publicou um artigo no jornal Avante! em que recorda as “notáveis realizações nos planos económico, social e cultural” da República Democrática Alemã (RDA). A reunificação da Alemanha é vista como uma “anexação” que deu origem a uma “‘grande Alemanha’ imperialista”.
“Aquilo a que assistimos no território da ex-RDA foi à destruição forçada das realizações económicas, sociais e culturais de mais de quarenta anos de poder dos trabalhadores”, pode ler-se no editorial publicado pelos comunistas a 6 de novembro. Referindo-se sempre à “chamada queda do Muro de Berlim”, o PCP considera que as celebrações do fim do muro são a forma capitalista de celebrar o fim do socialismo e da RDA, através de uma reunificação que consideram ser, na verdade, uma “anexação” que levou à formação de uma “‘grande Alemanha’ imperialista”.
“Hostilizada e caluniada pela reação internacional, a RDA, pelas suas notáveis realizações nos planos económico, social e cultural e pela sua política antifascista e de paz, impôs-se e fez-se respeitar no concerto das nações como Estado independente e soberano”, escrevem.
Sem nunca referir as pessoas que morreram a tentar sair da RDA para a República Federal da Alemanha (RFA), o texto responsabiliza “o imperialismo” por nunca ter desistido “das suas tentativas de liquidar a RDA socialista acabando em 1989 por alcançar a vitória, conseguindo que manifestações, nomeadamente em Leipzig, que na sua essência reclamavam o aperfeiçoamento do socialismo e não a sua destruição, ganhassem a dinâmica contra-revolucionária que conduziu à precipitação dos acontecimentos e à anexação forçada da RDA pelo governo de Helmut Kohl”.
A construção do Muro
Para o PCP, a construção do muro de Berlim em 1961 era necessária pelo seu “caráter defensivo”. “É a resposta a constantes provocações na linha de demarcação entre a parte Leste e Ocidental da cidade e reiteradas violações de soberania da RDA, no coração de cujo território se encontrava Berlim, num incontestável ato de segurança e de soberania”.
“Independentemente da opinião que se tenha sobre a construção do muro de Berlim, a verdade é que este, se não contribuiu, pelo menos não impediu que a RDA fosse internacionalmente reconhecida como Estado independente e soberano”.
Ao mesmo tempo, o editorial critica a hipocrisia dos que celebram a queda do Muro de Berlim porque “têm construído e continuam a construir barreiras do mais variado tipo (sociais, raciais, religiosas e outras) por esse mundo fora, incluindo muros físicos, intransponíveis de que o exemplo mais brutal é o muro erguido por Israel para cercar e aprisionar o povo palestiniano na sua própria pátria, a que se juntam os muros erguidos pela Coreia do Sul na Península da Coreia dividida, por Marrocos contra a luta libertadora do povo sahauri, pelos EUA na fronteira com o México e outros”.
Segurança e paz na Europa ficaram comprometidas
No final, derrubar o Muro não trouxe segurança nem paz à Europa, escreve o PCP. “A anexação da RDA, as derrotas do socialismo no Leste da Europa, não contribuíram para a segurança e a paz na Europa e no mundo. Pelo contrário”.
A Alemanha, manifestando as suas ambições de grande potência económica e militar, estende a sua esfera de influência para o Leste do continente europeu e lança-se na destruição da Jugoslávia tornando-se responsável pela primeira guerra na Europa depois da 2.ª Guerra Mundial.
A situação que hoje se vive na Ucrânia, nomeadamente com a ascensão ao poder de forças fascistas, a perseguição anticomunista e a escalada de confrontação com a Rússia é o desenvolvimento lógico da «cavalgada» do imperialismo para Leste que se seguiu às derrotas do socialismo na RDA e noutros países socialistas”.«Observador»

6 comentários:

Anónimo disse...

Há sempre os dois lados da moeda.

Uns vêem a queda do muro como libertação, outros vêem o seu contrário.

Infelizmente o PCP não fala das centenas ou milhares de mortos que procuraram atravessar o muro, muitos só porque queriam visitar familiares.

O PCP o partido que apregoa as Amplas Liberdades mostra sempre o seu verdadeiro lado negro de partido defensor do Partido Único e depois borra sempre a escrita toda ao defender a Coreia do Norte e outros países anti-democráticos.

Eu tenho para mim que se um dia o PCP chegasse ao Poder como Governo, ai de nós os que fizéssemos greve ou disséssemos alguma coisa contra o governo. Seríamos acusados de contra-revolucionários e arranjariam a maneira de acabarem com as eleições livres. Isso é feito nas câmaras municipais onde eles são maioria.

Como pensam vocês por exemplo que são escolhidos os membros das comissões de trabalhadores e os membros do sindicato nas câmaras de maioria comunista?

São escolhidos democraticamente claro mas... por LISTA ÚNICA de elementos militantes ou simpatizantes do PCP, porque assim não chateiam.

A quem é que vocês pensam por exemplo que está entregue a Direcção do Grupo Desportivo dos Trabalhadores da Câmara de Alpiarça?

Não sabem? Pensem um bocadinho!

Anónimo disse...

Num dia chuvoso e triste como o de hoje, haja alguém que nos faça soltar uma sonora gargalhada. Não me ria tanto desde que ouvi o deputado europeu João Ferreira defender a saída de Portugal do euro.

Anónimo disse...

Para qualquer pessoa, conhecedora da vida prática, mesmo que seja leiga em política, concluirá facilmente sobre quem vivia bem e quem vivia mal nos dois reinos da Alemanha, parte ocidental e parte oriental.
Ao deitar abaixo o muro, qual foi a parte que não teve dúvidas em abandonar o local onde nasceu, cresceu e trabalhou? É óbvio! Todos sabemos que foi a parte oriental sob a influência comunista que sentiu o alívio das grilhetas que arrastava há quarenta anos! Se o lado oriental fosse essa maravilha social que nos pintam, a fuga seria inversa. O fluxo seria do lado ocidental para o lado oriental comunista.
Será que o Povo é assim tão ignorante e estúpido que não reconhece o que é efectivamente bom ou mau para si próprio?
Eis a questão.

Anónimo disse...

senhores democratas porque não falam também no muro de tábuas da PALESTINA?

Anónimo disse...

A política é um pouco como a religião.Tem pecadilhos em toda a parte.
Agora que a queda do muro de Berlim, foi uma espinha atravessada na garganta de muitos comunistas, não há dúvida. É preciso algum estofo psicológico para ver desmoronar o castelo que antes pensavam ser indestrutível e, depois, assistir ao colapso da "muralha de aço"!
Daí o relembrar dos factos pelo jornal Avante - órgão oficial do Partido Comunista Portugês.
Como diria o outro: " É a vida Alvim!"...

MFPLeal disse...

Sim, comparando a vida nesta sociedade do após 25 de Novembro de 1975, não está nada melhor para os desempregados, reformados,jovens...só está boa para quem tem capital e quem os defende.
MFPLeal