Câmara de Almeirim vai criar mais 100 talhões para os interessados que estão em lista de espera
Enquanto puder, “vou cultivando feijão, tomate, cebolas,
cenouras e tudo o que são hortícolas”, diz António Conceição, de 77 anos, um
dos “agricultores” mais antigos das bio hortas urbanas de Almeirim.
Lançado em
Abril de 2012, o projeto “Sachonabo” tem vindo a registar um grande sucesso
entre a população da cidade.
Os atuais 60 talhões, com cerca de 50 metros quadrados cada,
estão atribuídos desde o arranque das bio hortas, e a lista de espera é tão
grande que a Câmara vai disponibilizar mais 100 canteiros para cultivo, com as
mesmas dimensões, num terreno contiguo. “A procura tem vindo a superar todas as
nossas melhores expectativas”, afirma o presidente da autarquia, Pedro Ribeiro,
acrescentando que o projecto “Sachonabo” já extravasa a função social com que
inicialmente foi pensado. “Já não estamos a falar só de famílias mais carenciadas
que cultivavam os seus próprios alimentos, mas também de muita gente que tem
aqui o seu local de distração e de convívio na reforma” explica o autarca.
A qualquer hora do dia,
há sempre alguém nas bio hortas de Almeirim, seja para regar, tratar, arrancar
umas ervas ou colher algo para levar para casa, entre dois dedos de conversa e
um troca de conselhos com vizinhos sobre o tempo, o crescimento dos morangos
ou a melhor altura para semear feijão verde.
Manuel Faustino é outro caso de alguém que encontrou um
hobby para os tempos livres, agora que está aposentado.”Sempre gostei de ter a
minha horta e sinto-me bem aqui. Foi como juntar o útil ao agradável”, afirma,
acrescentando que tudo o que cultiva é para consumo próprio ou para dar à família,
tal como a maioria dos que aderiram ao projeto.
O que se colhe da terra é mais saudável, pois o “Sachonabo”
segue os princípios da agricultura biológica, ou seja, é desaconselhado o uso
de qualquer tipo de pesticidas ou químicos no crescimento das plantas.
«Por: João Pepino/Noticias de Cá/Dica da Semana»
2 comentários:
Qualquer dia temos os Almeirantes em Alpiarça para fazer expropriação das terras incultas para ampliar o seu projecto das hortas comunitárias.
Pelos vistos, aqueles que em tempos defendiam a terra a quem a trabalha, cansaram-se e serão outros a usar o slogan cooperativista da Revolução. Só que desta vez, serão ocupações pacíficas, naturalmente.
Sim é de facto uma boa ideia, mas deviam ser entregues aos menos de 70 anos que ainda se podem mexer. Agora
ver filhos a despejarem nas hortas os velhos e deixà-los lá sentados todo o dia, não é para este fim que as hortas devem ser.
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