FUI ontem, domingo pela tardinha, dar um passeio com a família pela barragem dos Patudos e deparámo-nos com um espectáculo no mínimo, macabro. Centenas, para não dizer milhares, de peixes jazem junto às margens da albufeira. Andei pela margem pouco mais de cinquenta metros, frente às piscinas municipais e contei cerca de uma centena de peixes mortos Desde peixe pequeno até carpas com cerca de 1Kg.Tive conhecimento da situação através dos jornais em que o executivo camarário lamentava a situação e dizia estar a envidar todos os esforços para identificar e sanar o problema. Só que nunca pensei que o cenário fosse daquela gravidade.
Dizem os entendidos:
"...
A energia da vida aquática provém do sol; por isso, é necessário que a luz penetre na água em boas condições. Esta penetração depende, entre outros fatores, do estado de turvação da água e é tanto mais difícil quanto mais poluida se encontrar.
A turbidez das águas é a redução da transparência, devido à presença de substâncias em solução ou em suspensão. A turbidez pode alterar o ambiente aquático de várias maneiras, tais como, pela redução da luminosidade, pelo aumento da temperatura (partículas em suspensão absorvem o calor mais rapidamente que a água) e pela sedimentação.
Se a diminuição da transparência é devida a abundância de plâncton, a água é muito rica e a sua produtividade tende para o máximo.
No entanto, as matérias orgânicas em suspensão podem igualmente aumentar a turvação e, neste caso, não só a luz penetra dificilmente na água como, ainda, as partículas em flutuação podem acumular-se nas guelras ou brânquias causando, por asfixia, a morte dos peixes."
"...Entre os gases dissolvidos, o oxigênio é o mais importante e absolutamente indispensável à vida da maioria dos organismos que vivem num tanque (peixes, insetos, algas, plantas superiores etc), o oxigênio provém da atmosfera ou das plantas verdes submersas; estas não libertam este gás senão durante o dia.
Assim, depois de uma noite quente, um tanque rico em algas, pode ficar desprovido de oxigênio ao ponto de provocar a asfixia dos peixes, sabido que, nestas condições, a água se encontra com uma elevada percentagem de anidrido carbónico dissolvido, que é normal à fauna piscícola."
Os factores que contribuem para a morte dos peixes, pelos vistos, são múltiplos e complexos. Por isso há que entregar ( parece que foi entregue mas a solução está demorada) o assunto aos VERDADEIROS especialistas que terão certamente resposta para o assunto. Ou pelo menos podem dar aconselhamento aos responsáveis da câmara municipal para que possam lidar mais eficazmente com o problema.
Uma coisa, à partida parece clara:aquele cenário de tantos peixes mortos pela margem da barragem a dar uma panorâmica de hecatombe ambiental a quem nos visita, poderia ser minimizada pela Câmara Municipal de Alpiarça. Bastaria colocar 2 ou 3 funcionários a cuidar da situação durante o fim de semana que, como é sabido teve imensos visitantes devido aos vários eventos anunciados, limpando as margens, recolhendo o peixe morto, dando-lhe o devido caminho e tratamento. É preciso notar que estamos na presença de uma requisição para um caso urgente de saúde pública da responsabilidade da autarquia. Ter-se-ia evitado sobretudo, este triste espectáculo, negativamente comentado pelos forasteiros que há anos, por motivos vários, frequentam a barragem dos Patudos, ex-libris da Vila de Alpiarça. É claro que esta é a minha opinião mas, o que diz e faz o executivo municipal é que conta.
Um Alpiarcense
3 comentários:
Senhor António Centeio, posso confirmar esta notícia e dizer mais alguma coisa que poderá ter alguma relação com a mesma
Hoje, segunda- feira 07-07-2014 pela manhã, os bombeiros municipais deslocaram-se à antiga sede da música (em ruínas, junto à Igreja) e retiraram 2 bebés- cegonha já mortos, do ninho que se encontra sobre uma parede dos escombros da velha sede, enquanto os pais assistiam impotentes e sem consolo à retirada dos filhos mortos.
Por volta das 14:00 h ao passar junto à barragem com um amigo, reparámos que havia mais de 6 cegonhas adultas na margem da lagoa onde se encontram ainda os peixes mortos que exalam um cheiro nauseabundo.
Estas são verdades que ninguém poderá desmentir. Estão à vista de quem queira ver. Se existe alguma ligação entre os "cegonhos" mortos, o peixe putrefacto e estas cegonhas que procuram o sustento para si e para os filhos na barragem dos Patudos, é caso para investigar por parte das autoridades competentes. Políticas à parte, alguma coisa vai mal neste processo que é conhecido pelas várias entidades responsáveis.
Urge uma investigação séria para bem dos animais, da natureza e do ambiente que nos rodeia. Noutros tempos já teria caído aqui na barragem dos Patudos, o Carmo e a Trindade, trazendo consigo um batalhão de repórteres.
É verdade. Noutros tempos (leia-se durante o período em que a Câmara foi Socialista) o barulho que algumas pessoas não teriam já feito. Lembro-me, por exemplo do que era publicado na Voz de Alpiarça, a propósito de qualquer monte de lixo ou a qualquer aumento das plantas aquáticas na Vala de Alpiarça. Onde andam essas pessoas? Eu penso que sei a razão desses silêncios: é que agora, no executivo da Câmara, na força maioritária, existe um Partido Ecologista. Por isso essas pessoas estão descansadas. Podemos estar todos, acho eu.
Esta pressa de retirar os peixes mortos não aconteceu por acaso.É certo que isso já foi feito várias vezes. Mas, a notícia e os alertas de alguém que tem a força da comunicação apressou o trabalho.
Por isso dizem que a comunicação é um segundo poder. Se for o Zé da esquina a denunciar, ninguém lhe liga importância.
Enfim, é a realidade que temos.
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