Europeísta convicto, o presidente do ISEG não acredita na Europa com este modelo e com estes líderes.
Em entrevista ao jornal i, o professor de Finanças e presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), tece palavras duras sobre uma Europa à beira do colapso e sem gente capaz de a segurar.
"A Europa, neste momento, parece um governo de Sócrates: sempre atrasado nas medidas, sempre a inventar desculpas e a fazer uma série de trapalhadas. Em vez de estar a liderar, a antecipar e a ir para a frente, está sempre a reagir", sublinha o presidente do ISEG.
Para João Duque, "há aqui uma potência muito poderosa, que lidera, e que lidera mal. Lidera mal uma Europa... Lidera lá uns interesses, uma visão de interesses pessoais (...) sem Merkel, sem Sarkozy... Podia e devia ser diferente!".
Segundo o responsável, "Merkel não tem visão, Sarkozy não tem visão e não é com Berlusconi que vamos contar... Os próprios responsáveis pela manutenção dos sistemas não são capazes de os manter, estão a deixar colapsar a Europa. Isso, para mim, é muito perigoso", salienta, acrescentando que "a Europa, assim, vai desaparecer".
O professor de Finanças defende que é preciso reinventar a Europa. "Isto aconteceu em todas as fases da História: períodos bons e sucessores que não foram capazes de os aguentar e as coisas desmoronaram-se. E depois são maus!", aponta.
Para "salvar o sistema", o presidente do ISEG diz que "os políticos europeus deviam perceber que têm que abdicar de algumas coisas e têm que ser corajosos. Têm que criar um governo europeu, têm que criar políticas europeias, têm que financiar a Europa do ponto de vista das finanças públicas de uma forma federal, têm que libertar para a Europa o poder de tributar e fazer uma política económica mais europeia".
Sobre Portugal, diz João Duque, "Isto vai ser um trinta e um. Sair do euro, sozinhos, nunca. Isso, para mim, seria um disparate, sair de livre vontade, não. Portugal não tem condições nenhumas, não tem crescimento económico, não tem equilíbrio na balança comercial, não tem meios de financiamento alternativos... Não tem nada!".
Por outro lado, "se sair toda a gente, nós não somos o foco, não somos a ovelha ranhosa... Isto é como uma manada em andamento, de vez em quando larga uns que estão mais debilitados para os chacais. Já estamos cá atrás da manada, se nos largam, morremos", conclui.
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