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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Entrevista a Fernanda Cardigo, presidente da Junta de Freguesia de Alpiarça

FERNANDA  CARDIGO
Não se sente realizada porque tem consciência de que há cidadãos a necessitarem de diverso tipo de ajuda mas sabe mais do que ninguém que não tem meios para os ajudar

Fernanda Cardigo, predidente da Junta de Freguesia de Alpiarça

Fernanda Cardigo, presidente da Junta de Freguesia de Alpiarça é uma autarca dinâmica que sabe o que os alpiarcenses gostam e precisam.
Desde que foi eleita as iniciativas que já levou a efeito demonstram claramente o trabalho que já fez.
Sempre activa quer fazer e dar o melhor pela sua ‘Alpiarça’  mas mesmo assim não se sente realizada porque tem consciência de que há cidadãos a necessitarem de diverso tipo de ajuda mas sabe mais do que ninguém que não tem meios para os ajudar.
Na entrevista que deu ao Jornal Alpiarcense ficamos a saber que a falta de meios como de verbas não a assusta e que, como presidente da Junta de Freguesia ainda tem muito para fazer e dar aos alpiarcenses.

Vamos ler a entrevista:



Qual o balanço que faz dos primeiros meses de mandato?

Como sabe, eu e alguns membros da Junta não tínhamos experiência executiva autárquica. Não encarámos isso como um aspecto negativo, antes pelo contrário. Além disso, o facto da minha vida profissional se ter desenvolvido sempre em Alpiarça (e, portanto, conhecendo bem o meio) em áreas de gestão administrativa e no movimento associativo, tem sido uma mais-valia para o exercício desta função.

Tínhamos e temos sonhos, alguns dos quais com consciência que dificilmente serão realizáveis devido, nomeadamente, às limitações orçamentais.

Mas temos uma certeza: pretendemos servir a população da freguesia de Alpiarça. Daí que, desde a primeira hora, apostássemos numa Junta aberta e próxima dos cidadãos.

Logo na elaboração do Plano de Actividades para 2014 demos oportunidade, cumprindo o Estatuto da Oposição, ao PS e ao TPA, coligação PSD/MPT, para apresentarem propostas.

Temos também, apesar de a lei não o obrigar, efectuado todas as reuniões mensais do executivo abertas a quem queira assistir.

Para além de estar todos os dias, durante a manhã, na sede da Junta, tenho-me deslocado aos lugares efectuando atendimento de proximidade para ouvir as populações e sempre que os assuntos não digam respeito à Junta, faço a ponte para as entidades visadas, nomeadamente a Câmara.

Por essa via, e fico contente por isso, já se resolveram alguns problemas que afectava este ou aquele freguês.

É um projecto que, desta maneira, é a primeira vez que é implementado na freguesia de Alpiarça.

Por isso e mesmo com as tais limitações que nos impedem de realizar tudo o que achamos que deveria ser feito, achamos que o balanço é muito positivo.



Que obras têm realizado e que projectos tem para a freguesia?

Nestes primeiros seis meses de mandato fizemos intervenções consideráveis no jardim Dom Dion, nomeadamente a impermeabilização do lago e substituição da respectiva bomba, nos equipamentos sanitários, substituição de mosaicos e azulejos e ainda reparação de portas e janelas.

Efectuámos reparações no telhado da antiga escola Visconde Barroso devido a graves danos causados em temporal ocorrido no inverno passado, assim como pequenas intervenções nas escolas da freguesia, trabalhos nas estufas de modo a termos material vegetativo adequado para colocar nos jardins e espaços verdes sob a administração desta autarquia e, naturalmente, a manutenção regular dos equipamentos da Junta.

Para além de pequenas obras de manutenção e de alindamento efectuadas no cemitério do Vale da Cigana, está prevista para breve, em colaboração com a Câmara Municipal, uma intervenção significativa a nível da pavimentação dos arruamentos.

Nos parques infantis temos procedido à manutenção dos respectivos equipamentos.

Vamos também em breve dar início a arranjos no adro da igreja paroquial, a nível da calçada.

Depois, há todo um conjunto de intervenções nas áreas social, económica, cultural, etc, que temos desenvolvido e que iremos dar continuidade, tanto de modo próprio, como em parceria com a Câmara e outras entidades. De entre elas, deixe-me destacar pela sua importância, o Festival do Melão e o “Aqui … ao luar”.

Toda esta actividade é sustentada, e para que os alpiarcenses tenham a noção das limitações com que nos debatemos, com um quadro de quatro funcionários efectivos e um contratado e um orçamento de duzentos e dez mil euros.



Quais as dificuldades que tem encontrado?

É, sem dúvida, a falta de verbas e de pessoal. Mas temos factores que, a meu ver, fazem com que determinado tipo de dificuldades sejam ultrapassadas: somos uma equipa unida, motivada e com vontade de fazer coisas em prol dos alpiarcenses.

O que tem previsto fazer nas áreas da ação Social, Cultura / Desporto e Educação?

A intervenção na área social reveste-se de uma grande importância, particularmente nesta fase que Portugal atravessa e que a freguesia de Alpiarça não fica alheia.

Contudo, o orçamento da Junta, como já realcei, é muito limitado. Daí que a nossa preocupação tenha sido trabalhar em rede com o Município de Alpiarça (e com outras entidades) para não haver desperdício de recursos, nem duplicação de apoios.

Dou-lhe como exemplos, nessa envolvência em parcerias, o projecto Contrato Local de Desenvolvimento Social + de Alpiarça (CLDS+)  e o Gabinete de Inserção Profissional (GIP).

Na área da cultura e do entretenimento, prometemos e estamos a desenvolver desde meados de Junho a iniciativa a que já me referi, “Aqui …ao luar” e que decorrerá ao longo do Verão, quer na vila, quer nos lugares.

Pretendemos com essa iniciativa que artistas amadores de Alpiarça desenvolvam e dêem a conhecer as suas capacidades, que se fomente o convívio e a boa disposição entre as pessoas e que se anime o comércio local, na área da restauração. Com esse objectivo envolvemos colectividades, moradores e empresas.

Também nos predispusemos a dar maior utilidade ao património da Junta, o que temos vindo a concretizar. Cedemos uma sala da antiga escola Visconde Barroso para uma exposição promovida pelo Albandeio e já assinámos protocolos com a ARPICA e a CAP para utilização de instalações e equipamentos para acções nas áreas da inclusão social, emprego e formação profissional.


Qual o valor do protocolo de delegação de competências com a Câmara Municipal de Alpiarça e em que vai ser utilizada essa verba?

Com base na entrada em vigor da Lei 75/2013, que estabelece o novo regime jurídico das autarquias locais e que determina as competências das câmaras municipais que se consideram delegadas nas Juntas de freguesia, assinámos com a Câmara Municipal um acordo de execução em que a Junta de Freguesia passa a assegurar as pequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e do primeiro ciclo, sendo a verba a transferir pela Câmara de cinco mil euros anuais. No entanto, esta verba poderá ser revista.

Assinámos igualmente um contrato interadministrativo para a gestão e conservação e reparação de equipamentos desportivos dos espaços de jogo e recreio (parques infantis) no valor de cinco mil euros anuais, bem como a gestão, manutenção, conservação e reparação dos cemitérios e zonas envolventes.

Que apoios orçamentados tem a Junta para prestar apoio às colectividades do conselho?

O valor que está orçamentado é de mil e quinhentos euros.

Relações  com o Executivo da CDU?

O relacionamento entre autarquias é realmente excelente. E de outro modo não poderia ser, sob pena dos prejudicados serem os alpiarcenses.

E nos tempos que atravessamos, com tantas dificuldades, este tipo de relacionamento é fundamental para a optimização de sinergias.

Isto em termos institucionais, a que há a acrescentar os relacionamentos pessoais, que também são excelentes.

Mas não só com a Câmara temos este tipo de relacionamento. Também com todas as forças políticas representadas na Assembleia de Freguesia e com a Mesa deste órgão, as relações têm sido muito cordiais, onde a postura construtiva merece realce.


Sente-se uma presidente realizada?

Nunca me poderei sentir realizada quando, por exemplo, a nível dos apoios sociais temos consciência de que há cidadãos a necessitarem de diverso tipo de ajuda e não temos meios para os ajudar.

Mas apesar de alguma frustração e como logo no início desta entrevista lhe referi, o balanço destes seis meses é, a meu ver, positivo. Acima de tudo tenho consciência que nos temos dedicado de corpo e alma a uma gestão correcta dos parcos recursos da Junta, sempre com o cuidado de não defraudar os que em nós confiaram.

Quer deixar alguma mensagem para os alpiarcenses?

Tudo temos feito para que a Junta de Freguesia cumpra a sua missão.

Temos procurado a opinião dos fregueses para melhorar a nossa gestão. Temos dado a conhecer a nossa actividade de forma activa. Temo-nos envolvido em iniciativas que nos parecem positivas para toda a população de Alpiarça como, por exemplo, programas de apoio e incentivo ao comércio ou, nas áreas social e cultural, em iniciativas próprias ou em parcerias.

Temos procurado manter um relacionamento construtivo com todas as forças políticas de Alpiarça.

Os alpiarcenses poderão estar certos que, apesar de todas as dificuldades que as autarquias atravessam, com esta atitude, trabalhamos para ultrapassar os obstáculos que vão surgindo, contribuindo para que todos os que vivem em Alpiarça tenham melhor qualidade de vida.

É também este desafio que lançamos aos alpiarcenses: que não se resignem, que tomem em mãos a luta por um futuro melhor.

Por: António Centeio/JA

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