Finalmente, "habemus"
Aníbal. Cavaco não aparecia em público desde a última vitória do
Sporting na Liga. Cheguei a pensar contratar os detectives dos McCann.
Finalmente, "habemus" Aníbal. Cavaco não aparecia em público desde a última vitória do Sporting na Liga. Cheguei a pensar contratar os detectives dos McCann.
O Presidente reapareceu, para inaugurar um hotel de cinco estrelas, quando já todos esperavam que estivesse a dar entrada num lar. Desde 5 de Outubro que Cavaco só contactava com os portugueses virtualmente, ou através dos "palpites" da virtuosa Manuela Ferreira Leite. Foi visto na passada terça-feira, a descerrar uma placa na inauguração do novo e luxuoso - Hotel Myriad - , não consta que a placa tenha ficado de pernas para o ar.
O Myriad, segundo o grupo Sana, é um hotel "majestoso" e "um vislumbre do futuro". Infelizmente, quando juntamos "Majestoso" e "futuro", na mesma frase, os portugueses só conseguem imaginar o desemprego.
O Myriad tem um toque de Dubai, a fazer recordar a arquitectura de alguns seis estrelas do emirado. Talvez , influenciado por toda essa exuberância (que mistura tradição e modernidade luxuosa) o presidente deixou um recado aos jornalistas, junto à porta da sauna: "o que não falta em Portugal são apetites por palcos mediáticos, eu prefiro trabalhar".
Aníbal quer (novamente) que o deixem trabalhar mas, nos dias de hoje, isso é o supremo luxo. Para nosso mal, o país não pode fazer como o Myriad, e imitar o Dubai , onde o índice de desemprego é tecnicamente nulo.
Voltemos à realidade. Enquanto Cavaco anda a descerrar placas em hotéis de luxo, o País dá aos últimos retoques na lápide com a inscrição comemorativa do falecimento do povo português. Segundo o "Correio da Manhã", a taxa de natalidade em Portugal atingiu o número mais baixo dos últimos 60 anos. Em Junho nasceram apenas seis mil bebés... desde a década de 50 que não havia um mês com tão poucos nascimentos. Este é o tipo de problema que devia preocupar Aníbal. Bem sei que ele, por si só, já não o pode resolver. Se estivéssemos no Dubai, talvez Aníbal ainda pudesse fazer 60 filhos antes de falecer; em Portugal não é possível.
Deixar de haver portugueses devia preocupar o presidente, porque ele é presidente de todos os portugueses, e se todos passarem a ser nenhum, o presidente deixa de existir, no sentido estrito da palavra; não confundir com a não existência habitual da figura. Em vez de ficar pela inauguração do Myriad, o presidente podia ter ido mais longe. Podia ter metido uma cunha para que os donos do hotel cedessem uma "suite", daquelas de 530 euros por noite, de borla a casais portugueses que quisessem ir para lá fazer filhos.
Temos que aproveitar tudo. Ou isso, ou resta pôr os reformados a fazer filhos à população activa - eles têm tempo.
«Jornal de Negócios»
O Presidente reapareceu, para inaugurar um hotel de cinco estrelas, quando já todos esperavam que estivesse a dar entrada num lar. Desde 5 de Outubro que Cavaco só contactava com os portugueses virtualmente, ou através dos "palpites" da virtuosa Manuela Ferreira Leite. Foi visto na passada terça-feira, a descerrar uma placa na inauguração do novo e luxuoso - Hotel Myriad - , não consta que a placa tenha ficado de pernas para o ar.
O Myriad, segundo o grupo Sana, é um hotel "majestoso" e "um vislumbre do futuro". Infelizmente, quando juntamos "Majestoso" e "futuro", na mesma frase, os portugueses só conseguem imaginar o desemprego.
O Myriad tem um toque de Dubai, a fazer recordar a arquitectura de alguns seis estrelas do emirado. Talvez , influenciado por toda essa exuberância (que mistura tradição e modernidade luxuosa) o presidente deixou um recado aos jornalistas, junto à porta da sauna: "o que não falta em Portugal são apetites por palcos mediáticos, eu prefiro trabalhar".
Aníbal quer (novamente) que o deixem trabalhar mas, nos dias de hoje, isso é o supremo luxo. Para nosso mal, o país não pode fazer como o Myriad, e imitar o Dubai , onde o índice de desemprego é tecnicamente nulo.
Voltemos à realidade. Enquanto Cavaco anda a descerrar placas em hotéis de luxo, o País dá aos últimos retoques na lápide com a inscrição comemorativa do falecimento do povo português. Segundo o "Correio da Manhã", a taxa de natalidade em Portugal atingiu o número mais baixo dos últimos 60 anos. Em Junho nasceram apenas seis mil bebés... desde a década de 50 que não havia um mês com tão poucos nascimentos. Este é o tipo de problema que devia preocupar Aníbal. Bem sei que ele, por si só, já não o pode resolver. Se estivéssemos no Dubai, talvez Aníbal ainda pudesse fazer 60 filhos antes de falecer; em Portugal não é possível.
Deixar de haver portugueses devia preocupar o presidente, porque ele é presidente de todos os portugueses, e se todos passarem a ser nenhum, o presidente deixa de existir, no sentido estrito da palavra; não confundir com a não existência habitual da figura. Em vez de ficar pela inauguração do Myriad, o presidente podia ter ido mais longe. Podia ter metido uma cunha para que os donos do hotel cedessem uma "suite", daquelas de 530 euros por noite, de borla a casais portugueses que quisessem ir para lá fazer filhos.
Temos que aproveitar tudo. Ou isso, ou resta pôr os reformados a fazer filhos à população activa - eles têm tempo.
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