.

.

.

.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Aprenda a fugir das comissões bancárias

Domiciliar o ordenado é uma das fórmulas para reduzir esses custos. Outro truque passa por apostar na internet


Os custos de manutenção são um dos critérios que deve considerar na sua conta à ordem. Estes variam entre os bancos e até entre os tipos de conta na mesma instituição bancária. Por isso mesmo, convém estar atento aos valores que são cobrados e, se não estiver satisfeito, o melhor é fazer uma pesquisa na concorrência e comparar os preços para o tipo de utilização que pretende fazer.
“Se até há uns anos ter dinheiro no banco significava receber juros, mesmo numa conta à ordem, — uma vez que o cliente punha os seus recursos à disposição do banco para este os poder utilizar na concessão de crédito ou em investimentos —, nos últimos anos, a tendência inverteu-se”, alerta a Associação de Defesa do Consumidor (Deco).
De acordo com a mesma fonte, actualmente basta ser titular de uma conta à ordem para incorrer em despesas, mesmo que não adquira nenhum produto ou serviço. “As comissões de manutenção vieram onerar quem possui uma conta e são cobradas, em geral, em valor inversamente proporcional ao saldo da conta. Ou seja, penalizam quem tem menos dinheiro”.
De acordo com a ronda feita pela entidade, que analisou 41 contas à ordem, todos os bancos – à excepção do ActivoBank, Best Bank e BigOnline – cobram a um cliente, com saldo médio mensal de 500 euros, por ter conta aberta. Os valores variam entre 20,80 euros anuais (Banco BIC) e 124,80 euros (Banco Atlântico Europa). Mas, se o saldo médio do cliente rondar os 2000 euros mensais, já sobe para oito o número de instituições que não exigem despesas de manutenção.
Um dos truques para reduzir os custos de manutenção passa por apostar na conta-ordenado. A explicação é simples: estas estão geralmente isentas de custos de manutenção e as operações são, em regra, mais baratas do que numa conta regular, uma vez que garantem uma maior fidelização do cliente. É o caso dos cartões de débito e de crédito, das transferências interbancárias pela Net, dos cheques e do acesso a um descoberto autorizado proporcional ao valor do vencimento (permite levantar dinheiro ou fazer pagamentos a crédito). A maioria dos bancos exige um valor mínimo de vencimento para o cliente aceder às vantagens das conta-ordenado: entre 250 (ActivoBank e BigOnline) e 750 euros (Best Bank). Se for cliente do Barclays, da Caja Duero, do Crédito Agrícola e do Atlântico Europa, nem a domiciliação o salva dos custos de manutenção.
Homebanking Outra alternativa para reduzir as comissões passa por apostar na internet. “Se não pode ou não quer domiciliar o ordenado, a solução para fugir aos custos de manutenção são os bancos online — Activobank, Best Bank e BigOnline. Em qualquer banco dito tradicional, terá de pagar”, refere a Deco.
O que é certo é que o homebanking e o multibanco continuam a ser vistos como os meios preferenciais de movimentar a conta. Segundo a mesma ronda da Deco, as transferências pelo multibanco ainda são gratuitas em todos os bancos e, ao usar o homebanking, poupa em média 4,87 euros por cada transferência face ao que pagaria ao balcão. “A economia chega aos 5,14 euros se tiver o ordenado domiciliado. Entre as instituições analisadas que cobram esta comissão, transferir custa em média 80 cêntimos e no pior dos cenários, no BBVA, paga 1,82 euros”, diz.
Já as contas-pacote, evite-as. Foram criadas com a promessa de disponibilizarem um conjunto de produtos e serviços a troco de uma mensalidade, mas de acordo com a associação, deter uma destas contas custa entre 24,96 (BIC Mais e Montepio Consigo) e 74,88 euros (Banco Popular), para quem tem ordenado domiciliado, e entre 37,44 (Banco BIC) e 99,84 euros (Cliente Frequente do Millennium bcp), para quem não recebe o vencimento na conta. Ou seja, quando comparadas com a oferta normal dos bancos, as contas-pacote só interessam a clientes que não domiciliem o vencimento e façam várias transferências interbancárias através do homebanking.

Contas com ordenado domiciliado
BPI balcão
Conta ordenado
Mínimo de ordenado: 500€
Cartão de débito: grátis
Cartão de crédito: primeira anuidade grátis, a partir daí terá um custo de 15,60 €
Pedido de cheques
Net: 18 cêntimos
Balcão: 27 cêntimos
Transferências  
Net: grátis
Balcão: 3,43 €
Custo anual: 56,76 €

BEST net
Conta + ordenado
Mínimo de ordenado: 750€
Cartão de débito: grátis
Cartão de crédito: grátis
Pedido de cheques
Net: 0,05 cêntimos
Balcão: 1,05 €
Transferências
Net: grátis
Balcão: 5,15 €  
Custo anual grátis

Bes net
bes 100%
Mínimo ordenado: 500 €
Cartão de débito: grátis
Cartão de crédito: grátis
Pedido de cheques
Net: 81 cêntimos
Balcão: 1,30 cêntimos
Transferências
interbancárias
Net: grátis
Balcão: 5,20€ a 7,80€
Custo anual grátis

Activo bank net
Conta simples opção ordenado
Mínimo de ordenado: 600€
Cartão de débito: grátis
Cartão de crédito Classic:
grátis
Pedido de cheques
Net e balcão: 63 cêntimos
Transferências
Net: grátis
Balcão: 5,51 €
Custo anual grátis

Contas sem ordenado domiciliado
Activo bank  net + balcão
conta simples
Mínimo de abertura: 250€
Cartão de débito e crédito: grátis
Pedido de cheques:
Net e balcão: grátis
Transferências
Net: grátis
Balcão: 5,51 €
Custo anual
Net: sem custos
Balcão: 66,12€

BIC Balcão
conta à ordem
Mínimo de abertura: 250€
Cartão de débito: 13€
Cartão de crédito:  1.ª anuidade grátis, depois 15,60€
Pedido de cheques
Net: 39 cêntimos
Balcão: 62 cêntimos
Transferências
Net: 1,04€
Balcão: 3,28 €
Custo anual: 89,96€
 
BIC balcão
conta à ordem
Mínimo de abertura: 100€
Cartão de débito: 7,80€
Cartão de crédito:  1.ª anuidade grátis, depois 15,60€
Pedido de cheques
Net: 18 cêntimos
Balcão: 27 cêntimos
Transferências
Net: grátis
Balcão: 3,43€
Custo anual: 64,56€
fonte: deco 
nota: o estudo foi feito antes do BES ter dado lugar ao Novo Banco

«i»

Sem comentários: