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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A solução da crise da Câmara vai passar pelo fecho de serviços, despedimentos ou a não renovação de contratos

Num outro post publicado neste blogue e que citava o jornal O Ribatejo pode ler-se que o presidente da câmara disse:
"Neste cenário, a capacidade de financiamento da autarquia será bastante limitado, o que nos exige a nós um grande esforço na definição das prioridades de investimento, a Câmara vai concluir a 2ª fase da reabilitação da Casa dos Patudos (que dizem respeito aos arranjos exteriores, no valor de 1,5 milhões de euros), e apresentar várias candidaturas a fundos do QREN através da “bolsa de mérito” criada para os municípios que apresentem boas taxas de execução das obras que têm a decorrer.
As verbas serão destinadas à qualificação da área exterior dos paços do concelho, ao arranjo urbanístico do espaço central do Frade de Cima, ou à qualificação do espaço desportivo e de lazer do Casalinho, entre outros projectos.
«Jornal o Ribatejo»
É evidente que com um corte de verbas previsto de 4,3% das transferências do Estado, acrescido dos aumentos do IVA que se irão reflectir na taxa de inflação a câmara pode contar sempre com menos 7 a 8% de capacidade orçamental para realizar despesa.
A solução vai passar por fecho de serviços e vêm aí despedimentos ou não renovação de contratos.
Alguns dos que andam aí a condenar a câmara por não despedir, falam, falam, falam, porque se acham de fora ou porque pensam que não lhes calha a eles. Mas se lhes calhar aos filhos ou às mulheres, ou aos maridos são capazes de não achar graça nenhuma e mudarem de discurso.
Todos falam muito quando estão de fora. Há aquele velho ditado que diz: quem tem telhados de vidro não atire pedras. Ora muitos que se acham donos da verdade e que mais criticam quem está à frente das coisas são por vezes os que mais culpa têm nas medidas erradas que se tomaram noutros tempos.
De um leitor

2 comentários:

Anónimo disse...

Caminhar de olhos vendados num campo de minas...

Num país onde o Sector Primário era Rei. Numa terra onde o vinho, o melão, a melancia, o tomate, o morango, o milho e até a produção de leite já foram Reis e onde já nem príncipes há porque a agricultura tem vindo a ser sucessivamente destruída assim como outros sectores produtivos e exportadores do país, é evidente que Alpiarça vai empobrecer claramente.

Pena que alguns senhores locais do passado que abandonaram a câmara depois de aposentados com mais de quinhentos contos por mês para irem "turistar" quando viram que "a coisa estava preta" tal como fez Guterres quando confrontado com o pantanal, não tenham a coragem de dizer publicamente a verdade e assumirem o estado em que deixaram as coisas.

É evidente que estes que entraram têm andado um bocado atarantados e nem sempre se calhar tomaram as melhores medidas porque acho eu que a sensação que eles sentiram quando entraram na câmara foi que estavam a caminhar sobre um campo de minas com os olhos vendados e o avanço é às apalpadelas para não ficarem com as pernas destroçadas por alguma mina.

Eu se fosse ao presidente não falava só na dívida eu contava tudo: o estado calamitoso em que foram deixados os serviços, as "burlas" e as "tramoias" para esconder dívida, as falsas informações prestadas ao Tribunal de Contas e à Direcção-Geral das Autarquias por causa das várias ultrapassagens ao limite da dívida, as dívidas aos bancos mascaradas com factoring, ALD, Leasing, alugueres etc etc, os autênticos "empatas" que em vez de trabalharem só cuscam, calhandram e atrapalham, a calamidade do parque de máquinas e viaturas em que os carros da presidência eram as melhores viaturas da câmara, retro-escavadoras que já deviam estar no ferro-velho, os autocarros municipais a chegarem ao fim de vida útil, sendo que o autocarro escolar mais pequeno se arrasta e que bebe quase tanto óleo como gasóleo, a falta e degradação do equipamento mais básico de jardinagem, etc etc etc.

Eu acho que o Mário Pereira diz é pouco dêem a palavra ao vice-presidente Carlos Jorge que é quem tem de gerir as parcas Finanças e os parcos Recursos Humanos e que deve andar todos os dias a contar as moedas no fundo dos cofre da câmara para ir acudindo aos aflitos.

Coitado do homem que ainda há dias desabafava: ainda é com o pessoal do desemprego que se vai fazendo alguma coisa...

Anónimo disse...

Em resumo, a Câmara em vez de estar ao serviço dos cidadãos tem servido de asilo no combate ao desemprego.
A questão que se coloca é se é para isso que esse organismo existe.
Não conheço nenhuma empresa privada que tenha como finalidade dar emprego.
Os empregos são uma consequência do desenvolvimento da actividade produtiva.
Ora se não vai haver cortes na componente salarial, significa que os 4,3 % menos (que podem chegar aos referidos 7/8%) se vão reflectir na prestação de serviços aos cidadãos.
A grande questão que se coloca é se os cidadãos estarão dispostos a ficar prejudicados na sua já débil qualidade de vida e conforto?
Individualmente acho que cada empregado da autarquia terá de merecer o dinheiro que ganha.
Não pode ir ao Frade, ao Casalinho, etc e ver um buraco, um desabamento, uma árvore caída e não tentar resolver ou comunicar ao serviço competente, apenas porque não é do seu pelouro.
Não precisávamos chegar ao estado em que nos encontramos para mudar certas atitudes.
Nos tempos que correm, um funcionário camarário deve esquecer os vícios do passado.
O Estado não tem que lhe servir de asilo e garantir-lhe emprego para toda a vida.
Cada um tem a responsabilidade de fazer por merecer o dinheiro que ganha, independentemente de ser pouco ou muito.
Lembrem-se que devem estar ao serviço dos cidadãos e não o contrário.
Mudando o "chip" é possível manter todos os empregos e no mínimo prosseguir os serviços com a mesma qualidade.
Basta que TODOS tentem suprir a redução de 8% das transferências do Estado, com 8% de mais trabalho, 8% de racionalização de meios, 8% de redução de improdutividades.
Não me parece difícil se todos quiserem remar para o mesmo lado.