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sábado, 18 de janeiro de 2014

OPINIÃO: Uma "avalanche de opiniões"

Por: F. Mariano
Tenho acompanhado com toda a atenção o que tem sido escrito por aqui a propósito da água fornecida e consumida em Alpiarça, aumentos, falta de transparência na facturação, falta de resposta a perguntas concretas e as posições dos vários intervenientes. 

Não vou desenvolver a matéria de facto e de direito que assiste a acusadores e acusados. Tanto mais que este assunto já está a “aborrecer” muita gente, incluso o responsável do Jornal Alpiarcense que até esteve na sessão e acompanhou tudo, ou quase tudo. 

Nesta avalanche de opiniões há uma frase aqui publicada e escrita por um comentarista anónimo que retenho e prometo que vou guardar:


“Fica-nos uma dúvida. É a única certeza que temos.”

 De facto esta frase tão curta é a coisa mais assertiva que aqui foi dita sobre a questão. 

O resto são coisas que só o tempo irá demonstrar. Agora, o esconder factos, evidências colocadas por munícipes naquela sessão é que já me parece grave. Muito grave. A empresa intermunicipal “Águas do Ribatejo” para além de defender a sua posição enquanto empresa que fornece um bem fundamental à vida de todos nós, apresentou e explicou questões técnicas e económicas e, omitiu questões simples que lhe foram colocadas por consumidores e que são de todo o interesse para quem paga:

“ Por que razão a empresa Águas do Ribatejo não faz referência na factura ao calibre do contador usado pelo cliente, uma vez que existem no tarifário vários calibres e os preços são diferenciados?”
“ Por que razão não menciona o desconto social efectivamente dado, na factura lançada às famílias carenciadas?”

 Por que razão pune o beneficiário da Tarifa Social com TOTAL perda de benefício (!) logo que este ultrapasse 15m3?

 De salientar que não se trata de perder os benefícios a partir apenas do consumo de 15m3. A família carenciada perde também todo o desconto de um direito adquirido até aos 15m3! Isto é, passou a ser considerada pela Águas do Ribatejo uma família não carenciada no mês ou meses em que ultrapassou o limite imposto dos 15m3! 

Uma coisa inédita que, ultrapassa mesmo as recomendações e propósitos da ERSAR ( Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos).



Recomendação da ERSAR:

“3.1.3 Tarifários especiais (TARIFA SOCIAL)

1. As tarifas de abastecimento, saneamento e gestão de resíduos devem ser reduzidas quanto a utilizadores finais domésticos cujo agregado familiar possua rendimento bruto englobável para efeitos de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) que não ultrapasse determinado valor, a fixar pela entidade titular, o qual não deve exceder o dobro do valor anual da retribuição mínima mensal garantida.

2. A redução recomendada no TARIFÁRIO SOCIAL descrito no número anterior, no caso dos serviços de águas, deve concretizar-se através da isenção das tarifas fixas e da aplicação ao consumo total do utilizador das tarifas variáveis do primeiro escalão, até ao limite mensal de 15 m³ e, no caso dos serviços de gestão de resíduos, pela isenção da respectiva tarifa fixa.”
Ora o que me causa alguma perplexidade é a administração da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, demonstrar uma tão grande estima e respeito pela entidade reguladora (ERSAR) na questão das análises da água, considerações técnicas, acompanhamento, sustentabilidade etc. e não respeitar as recomendações emanadas desta mesma Instituição.
A ERSAR recomenda um 1º escalão até 15m3 e isenção das tarifas fixas. A AR criou um 1ºescalão até 5m3 e outro de 5 a 15m3 e faz incidir o desconto social neste escalão em tarifas fixas que a entidade diz que deverão ser isentas.

As razões são óbvias. Depois vai mais longe ainda e retira todo o benefício ao beneficiado caso tenha a ousadia de ultrapassar os 15m3! 

A entidade reguladora diz que o benefício é concedido até aos 15M3. Não diz que o carenciado perde os direitos adquiridos dos 15m3, caso ultrapasse este limite. Quanto ao resto basta ler e interpretar o que está escrito. Dá um pouco de trabalho é certo mas, é a maneira que temos para um cabal esclarecimento e informação dos outros e de nós próprios.

Noticia relacionada:
 "A VERDADE DOS NÚMEROS SOBRE A SESSÃO DE ESCLARECIM...":


NR: Como diz, e muito bem, o nosso estimado colaborador F.Mariano “este assunto já está a aborrecer muita gente” e como tal JA entende que está na altura de ir  colocando  o ‘ponto final’ no tema porquanto:  tudo que mais possa ser escrito ou opinado em nada alterará o que já foi decido pelas instâncias intervenientes, entenda-se as Câmaras e a ‘Águas do Ribatejo’.

Sendo assim de nada adianta os clamores perdidos pelas bandas do burgo. Os comentários que sejam recebidos serão publicados porque entendemos que os leitores terão sempre o direito de dar a sua opinião mas mais nenhum destaque será dado ao tema

6 comentários:

Anónimo disse...

Esta croja que 755 pessoas elegeram
só procuram a aldrabice, primeiro foi o muro do Museu, depois o IMI, mais tarde o construção do parque em frente à câmara, a seguir o parque de Campismo, são já tantas as aldrabices que já não tem conto.
Agora é o aumento da água, esta gente critica tudo o que se faz de bem e até agora a única coisa que foram capazes de apresentar foi as hortas comunitárias, há um parque para caravanas, que tristeza.

Anónimo disse...

Sou um leitor que tirei uma quarta classe a ferros como se costuma dizer. Gostei do que li neste artigo que a pessoa que escreve explica tim por tim. Mas á uma coisa que me admira muito. Uma é como é que aparece aqui este comentário provocador e sem geito nenhum que até é uma ofensa no meu ponto de vista a quem escreveu o artigo. Temos de ver que cada um tem o seu ponto de vista e só temos que respeitar. Também fico admirado como é que não aparecem aqui comentários mais inteligentes a comentar realmente o que foi aqui explicado no artigo. É só e obrigado.

Anónimo disse...

Amigo das 11:07 as tais pessoas que poderiam escrever os tais comentários inteligentes, lêem o artigo, concordam a 200% com o autor do post, só que entendem que não vale a pena estar a falar para o boneco. Quando as próprias forças políticas que governam a terra acham que está tudo bem com a orientação social e económica da sua empresa Águas do Ribatejo; Quando essas forças políticas entendem que a empresa cumpre cabal e inquestionavelmente as suas funções sociais; quando a empresa vende o seu peixe na sessão e depois não responde a perguntas concretas que lhe são colocadas por consumidores, acha que vale a pena vir comentar alguma coisa? As pessoas que têm um palmo de inteligência entendem que vir meter o óbvio na cabeça desta gente é uma total perda de tempo. Por isso olhe, vamos dar tempo ao tempo e esperar que a verdade dos factos ilumine o pensamento daqueles que têm o poder nas mãos e ao mesmo tempo daqueles que pertencem ao coro do "sistema" e que um dia farão parte do "coro dos caídos".

Anónimo disse...

Estava a ler aqui esta opinião sobre estas "embrulhadas" das águas e em seguida encontrei nos jornais esta notícia que vale a pena ler para perceber melhor esta discussão das Tarifas Sociais que muita gente tenta evitar.
Dos Jornais:
" De acordo com os critérios que recomendamos de utilização pelas entidades gestoras de uma tarifa social, (...) as famílias mais frágeis poderão reduzir para metade o valor total da sua factura", disse à agência Lusa o responsável da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
Jaime Melo Baptista estima que cerca de metade dos operadores de abastecimento de água já estará, "de uma forma ou de outra", a utilizar critérios sociais para definir o valor que as famílias com rendimentos baixos pagam por este serviço.
A tarifa social é definida no pressuposto de beneficiar as famílias "mais frágeis" através do não pagamento da componente fixa da tarifa e da aplicação do primeiro escalão, o mais barato, explicou."
Mesmo sem grande análise de leitura e a avaliar por tudo aquilo que aqui foi dito verifica-se que uma família carenciada cliente da Águas do Ribatejo, com uma factura mensal de 20.00€, paga cerca 18.00€ Não paga metade como é entendido pelo responsável da ERSAR. Porque a Tarifa Fixa não está ser cumprida com diz a ERSAR e o 1º escalão de 0 a 15m3 está a ser dividido em dois escalões (0 a 5m3 e 5 a 15m3) pagando o cliente com dificuldades económicas que atinge os 15m3 a água ao preço normal. De facto o desconto social de 50% da Águas do Ribatejo é "sui generis" reflecte-se apenas nas tarifas fixas que são cerca de 5.00€ e não no valor da água e resíduos sólidos.
Enfim, é pena que ninguém olhe verdadeiramente por estas famílias carenciadas que normalmente não têm voz e se sirvam delas para justificar contas e aumentos que pouca gente entende.
Esta é a realidade que temos, apesar de todos os "incómodos" e "aborrecimentos" que o tema nos possa causar.

Anónimo disse...

Então não dizem os presidentes das Câmaras Municipais e Águas do Ribatejo que estão atentos e sensibilizados para o problema dos mais pobres? Aqueles que pouco ou nada têm?
Depois de observar estas e outras atitudes só me apetece dizer: "É um fartar de hipocrisia e outras coisas subentendidas que eu não digo"!
Não pude estar presente mas, disseram-me quem esteve na sessão de esclarecimento na Biblioteca Municipal Dr. Hermínio Paciência, que o munícipe Manuel Vicente ao sugerir à direcção da Águas do Ribatejo o modelo da Águas de Santarém que tem apenas um escalão único de 0 a 15m3 e isenção das tarifas fixas associadas para as famílias economicamente mais débeis, conforme tem sido sugerido pela ERSAR, Miguel Carrinho, director administrativo e financeiro da AR terá dito que para isso teriam de aumentar ainda mais o preço da água! A Águas de Santarém consegue este modelo de Tarifas Sociais à custa dos tarifários normais praticados…teria concluído.
Que triste sina a de estes pobres de Alpiarça e dos demais 6 municípios que estão no mesmo barco. Nem o facto de as Câmaras deixarem de receber as rendas dos seus equipamentos conforme estava no contrato, e que nós pagámos ao longo de décadas lhes valeu!
Se o aumento para 2014 não tivesse sido amortecido pelas rendas devidas aos municípios e fosse de 6,6% conforme previsto, será que continuávamos a ter a água mais barata que os nossos vizinhos?
Como dira António Guterres, é só fazer contas!...
Parece-me um bom exercício para os estudiosos desta temática da água.

Almeirante

Anónimo disse...

Senhor Almeirante, foi pena não ter aparecido mais cedo para a discussão. As contas e projecções estão feitas!
Só que no meio de tantos milhões investidos, dos montes de dinheiro a fundo perdido que veio não sabemos de onde, e dos empréstimos e juros que são pagos não sabemos a quem, ficámos na mesma. Ceguinhos de todo! E nem as células milagrosas misturadas nas folhas de cálculo do EXCEL nos dão qualquer hipótese de compreensão dos números e muito menos da forma de gerir os dinheiros públicos.
Precisamos de uma reciclagem.