Mário Soares pode ter conseguido estabilizar o país no
período pós-revolucionário, Cavaco Silva ter sido o primeiro a conseguir
completar um mandato, Durão Barroso até pode ter saído de São Bento para a
presidência da Comissão Europeia, mas foi José Sócrates o escolhido, pelos
leitores do Económico, como o melhor primeiro-ministro do país.
Passos Coelho e Santana Lopes fecharam o pódio em mais uma
votação em real time no site do Económico que juntou mais de 11.000 votos
válidos.
Passos Coelho derrotou José Sócrates para chegar a
primeiro-ministro. O socialista tinha acabado de pedir ajuda internacional para
saldar as dívidas nacionais, colecionava PEC's e os eleitores não quiseram
dar-lhe o que seria o seu terceiro mandato à frente do país. Todavia, foi o socialista
que os leitores do Económico elegeram como o melhor chefe de governo. Passos,
que há pouco completou um ano de serviço, ficou na segunda posição, mas a mais
de mil votos de distância.
Carlos Mota Pinto, Freitas do Amaral, Nobre da Costa e
Francisco Pinto Balsemão não chegaram aos 50 votos. Mário Soares ficou aquém
dos 300 e Maria de Lurdes Pintassilgo pouco passou dos 400 numa votação em que
Pedro Santana Lopes conseguiu 1222 votos. No meio da tabela, Francisco Sá
Carneiro superou o político com mais vitórias absolutas na história da
democracia portuguesa, Cavaco Silva, e António Guterres, o actual Alto
Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
Leia aqui a
história do socialista.
Foi a licenciatura concluída a um Domingo, os projectos desenhados
enquanto funcionário da câmara da Covilhã, o interminável processo do Freeport
e até histórias de pressões sobre jornalistas. O primeiro socialista a
conseguir uma maioria absoluta não teve a mais tranquila das passagens em São
Bento. Ou não tivesse a sua saída coincidido com a chegada dos senhores do FMI.
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa nasceu em Alijó em
1957 e em 1974 esteve entre os fundadores do polo da Juventude Social Democrata
na Covilhã.
Fugiu no ano seguinte - foi estudar para Coimbra - e
encontrou no Partido Socialista o seu lar político.
Filiou-se em 1981, seis anos depois chegava a deputado e
em 1995 integrava o Governo de António Guterres como secretário de Estado
Adjunto do ministro do Ambiente. Dois anos mais tarde passava a
ministro-adjunto do primeiro-ministro, tendo sido um dos responsáveis pela
realização do Euro 2004. Em 1999, subiu a ministro com a pasta do Ambiente e
cinco anos mais tarde, já com Durão Barroso no Governo, a líder do PS. Em 2005,
com Jorge Sampaio em Belém, chegava a primeiro-ministro (com a primeira maioria
absoluta da história dos socialistas) e em 2009 renovava o mandato. Dois anos
depois, as contas públicas obrigavam-no a convocar eleições antecipadas e
seguir para Paris.
O choque tecnológico - com os célebres Magalhães em
destaque - a reforma na Educação - onde criou o programa das Novas
Oportunidades - e a aposta nas energias renováveis - acreditou nos carros
híbridos - ficam como marca da passagem de Sócrates por São Bento. Uma passagem
que acabou na noite de 22 de Março de 2011. A Assembleia chumbou o IV Plano de
Estabilidade e Crescimento, Sócrates pediu ajuda ao FMI e na manhã seguinte
apresentou a demissão
http://economico.sapo.pt/noticias/socrates-votado-como-o-melhor-primeiroministro_150114.html
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