ANGOLA, país de virtudes !
O candidato a vice-presidente da República da República de Angola, Manuel Vicente (foto) tem um gosto refinado por vinhos e conhaques caríssimos. Periodicamente, Manuel Vicente envia, a França e Portugal, um avião executivo (o luxuoso Falcon-900 ou o sofisticado Falcon X-7), como cargueiro para o transporte exclusivo dos seus vinhos e conhaques. Os voos são operados pela VipAir, uma empresa comparticipada pela Sonangol, e não são permitidos passageiros durante as referidas viagens.
Alguns casos recentes demonstram como o actual ministro de Estado para a Coordenação Económica e putativo sucessor de José Eduardo dos Santos na presidência da República e do MPLA, vive indiferente à maioria da condição dos cidadãos angolanos que nem sequer têm acesso a água potável.
Em Paris, a tripulação do Falcon-900, em missão de transporte dos vinhos e conhaques de Manuel Vicente, não teve autorização para transportar outra tripulação da VipAir que se deslocou à capital francesa com o objectivo de entregar um outro Falcon à revisão. Como justificação, o encarregado do candidato do MPLA informou a tripulação sobre a escala a Lisboa, em busca de outros vinhos. Algumas das garrafas de vinho Petrus, adquiridas em Paris, são reservadas apenas a multimilionários. O Petrus 1989 Magnum custa cerca de 9,700 euros, enquanto o Petrus 1990 Magnum atinge os 11,000 euros por garrafa. Já o conhaque regular de Manuel Vicente, o Rémy Martin Louis XIII, custa em média 2,500 euros, enquanto as garrafas especiais, da mesma marca e também ao gosto do dirigente angolano, custam acima dos 8,000 euros. Durante vários anos, até Janeiro passado, Manuel Vicente exerceu o cargo de todo-poderoso presidente do Conselho de Administração e director-geral da Sonangol, no qual constituiu uma fortuna pessoal
incalculável e de forma ilícita, como o Maka Angola tem gradualmente revelado. Por isso, as muitas garrafas de vinho Petrus regularmente adquiridas pelo referido dirigente angolano são apenas uma ínfima amostra do seu estilo de vida opulento.
Outro acto semelhante aconteceu também em viagem recente. De regresso a Angola, o Falcon da AirVip escalou um país africano por conveniência de serviço. Dado o calor tropical, Manuel Vicente pessoalmente instruiu a tripulação para alugar um quarto, em hotel de cinco estrelas, para o "repouso" exclusivo dos seus vinhos, provenientes de Paris, a uma temperatura de 18º C.
Há dias, Manuel Vicente deu indicações que, mesmo entre os seus mais relevantes colegas de governo, só alguns especiais podem usufruir das suas bebidas. Em viagem de serviço, através da VipAir, o ministro da Defesa, general Cândido Van-Dúnem, aproveitou a presença do ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias "Kopelipa", no Falcon, para provar o conhaque Luís XIII de Manuel Vicente. Na viagem seguinte, já sem a
presença do general Kopelipa no avião, o ministro Van-Dúnem solicitou que lhe servissem o referido conhaque e o pedido foi-lhe recusado por se tratar da garrafeira particular de Manuel Vicente. O general Kopelipa é o principal sócio de Manuel Vicente em negócios que envolvem biliões de dólares de investimentos, resultantes de actos de corrupção envolvendo a Sonangol e a presidência da República.
Mas, como a garrafeira de Manuel Vicente também cuida dos desfavorecidos, coube ao pessoal de bordo servir um conhaque Couvoursier ao ministro da Defesa.
Os actos de Manuel Vicente são ofensivos à moralidade e ao princípio da probidade que deve observar enquanto dirigente. O uso exclusivo de um avião de luxo adquirido com fundos da Sonangol, logo propriedade do Estado, para o transporte de vinhos e conhaque para satisfazer os seus caprichos etílicos é um acto inqualificável de corrupção e esbanjamento de fundos do Estado.
Milhares de crianças angolanas morrem à nascença nas mal apetrechadas maternidades do país ou no Hospital Pediátrico David Bernardino, de Luanda. Todas as manhãs, o Hospital de Pediatria de Luanda afixa uma lista com o nome das crianças que morrem sob os seus cuidados. É de cortar o coração. Mas, Manuel Vicente e seus colegas, que nasceram e cresceram pobres, julgam-se, quando muito, indiferentes ao sofrimento que causam ao povo angolano. Regra geral, escarnecem da miséria dos cidadãos, ao ponto do próprio Presidente José Eduardo ter publicamente afirmado que, quando nasceu filho de um pedreiro e de uma lavadeira, "já havia pobreza em Angola" e a culpa não era sua. Seguramente, estes dirigentes devem achar indigno respirar o mesmo ar que o povo, do qual apenas precisam do voto.
https://www.facebook.com/jornal.alpiarcense (Umberto Pacheco)
3 comentários:
Alexandre Sandrieu
A um escritor angolano
Falas de fertilizantes
Dizes verdades gritantes
Todavia…com bons modos
Mesmo assim és mal julgado
Tantas vezes condenado
E só queres pão p’ra todos.
Não desistas companheiro!
Ser escravo do dinheiro
Só pode trazer desgraça.
E, o que detém o poder,
Não passa tão a correr
Mas acredita que passa.
Sei que a tua agricultura
É no campo da cultura
E é outra terra que lavras.
Na terra que te condena
Abres sulcos com a pena
E semeias as palavras.
Se da luta não te cansas…
Das sementes que tu lanças
Hão-de nascer frutos sãos;
E o sol que, alguns, alumia
Terá de nascer, um dia,
P’ra todos os teus irmãos.
(da nossa página do Facebook)
Luso Africano: É por estas e por outras idênticas que tão depressa não me chulam mais. Só se for nas férias e mesmo assim só se não tiver outro sítio onde ir!
(Facebook)
MPLA, o expoente do comunismo africano. No fundo, são todos iguais e novo-ricos em potência.Vejam estes exemplos, ou o do Putin (ex-KGB afecto ao PCUS) e depois venham dizer que os capitalistas têm mau gosto.
É tão bom usar e abusar dos luxos que o capitalismo proporciona...
Isso de comunismo é só para o povo e para os tolos que ainda acreditam que somos todos iguais.
Só que há uns mais iguais que outros...
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