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sábado, 4 de outubro de 2014

A televisão vai salvar a Vodafone da crise do mercado móvel?


A Mariana está a fazer a mala para ir de férias e não sabe o que levar. Relembra o último verão e decide levar apenas o telemóvel: "Quando tens tudo o que precisas, não precisas de mais nada." O Power à Mariana, que apresenta o Smart 4 mini, foi o único anúncio televisivo específico para um telemóvel que a Vodafone Portugal fez neste verão. E a concorrência não fez muito mais. Não é que a venda de smartphones esteja a cair - nunca se compraram tantos no mercado português. Mas, ironicamente, já não são os telemóveis que dão quota de mercado às operadoras móveis. E, neste momento, também dão pouco dinheiro.
"A Vodafone tem vindo a perder quota de mercado no móvel, isso é visível", admite Emanuel   Sousa, administrador para a área de consumo da operadora em Portugal. No trimestre entre março e junho, perdeu 165 mil clientes. Comparando com junho de 2013, foi-se mais de meio milhão de assinantes. No primeiro trimestre, segundo a Anacom, a quota de mercado da empresa desceu 2,9 pontos percentuais para 38,8%, enquanto a Meo subiu 2,4 pontos e a Zon Optimus (NOS) juntaram forças com 12,7%. Mas a Vodafone não está a tentar segurar a sua fatia no serviço móvel; ao invés disso, percebeu que não podia continuar a ser uma operadora móvel. O que a Vodafone está a fazer é uma transformação para algo que nunca foi - uma operadora global de telecomunicações, que inclui televisão e serviço fixo.
O declínio do serviço móvel:
Menos cartões a serem realmente utilizados e menos dinheiro a ser gasto neles. De acordo com a Anacom, o mercado de serviço móvel perdeu 73 milhões de euros entre o primeiro trimestre de 2013 e o mesmo período deste ano, uma quebra de 11,7%, para 457 milhões de euros. O número de utilizadores desceu 3,6% e, segundo o Barómetro de Telecomunicações da Marktest, a mensalidade média ficou-se nos 14,10 euros.
"O mercado como um todo tem vindo a perder, a um ritmo bastante impressionante, à conta dos preços cada vez mais baixos. Não é porque os clientes utilizem menos", refere Emanuel Sousa, "até usam cada vez mais. Mas o preço decresce a um ritmo maior, por isso é que, de ano para ano, o mercado vai perdendo dimensão.«DV»

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