Em entrevista ao jornal i, Luís Archer, ex-padre e atual militante do PS, fala sobre o poder na Igreja e a forma como a política e a Igreja se assemelham.
Nunca pensou, “nem de perto nem de longe”, em ser padre, mas ao aceitar o cargo de diretor da revista associada ao Vaticano ‘La Parola’, em 1983, o seu destino acabaria por levá-lo a vestir a batina. Queria servir as pessoas, mas a experiencia pessoal negativa na Igreja levou-o a renunciar.
Em entrevista ao jornal i, não poupa criticas ao poder na Igreja, aos padres do século passado e à juventude cada vez mais sozinha.
Para Luís Archer “o poder, as pessoas viverem em bicos de pés para aparecer na comunicação social, os padres do século passado que não evoluíram e a juventude completamente sozinha a aderir a grupos radicais” são os grandes males de uma igreja que, na sua opinião, devia ter uma visão de futuro e com uma doutrina “para aplicar na realidade de hoje, de amanhã”.
Tal como na política, refere, também na Igreja são as ambições que levam à procura de poder e “é o dinheiro que faz mexer as coisas” pois “quem tem muito dinheiro compra lugares”.
A favor da transparência defende que a Igreja devia declarar os seus rendimentos e questiona o porquê de ser o povo, que foi quem pagou o santuário de Fátima, a assistir à missa em pé e ao calor, enquanto os padres estão por baixo dos toldos.
Ligado agora à política, sendo militante do PS, Luís Archer critica os ‘jotas’ que afirma serem “fedelhos em funções de adultos e com direitos de adultos” e critica “To Zé Seguro por fazer marcação cerrada a Passos Coelho” e por reagir apenas, nunca criando nada.
Conhecedor das duas áreas, o militante não hesita em afirmar que existe uma interação entre a igreja e o poder político sendo a primeira, em muitos casos, dependente dos apoios financeiros das autarquias.
«NM»
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