Um pouco da história de Clementina Relvas (irmã de José Relvas)
Clementina Relvas
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ESTÓRIAS DA HISTÓRIA
Carlos Relvas (na Golegã) e José Relvas ( em Alpiarça), pai
e filho, têm uma história familiar que daria um extraordinário filme se
Hollyood soubesse deles. Não deu filme mas deu romance: Alves Redol ter-se-á
inspirado numa lenda ligada à vida de Carlos Relvas para o enredo amoroso desse
belíssimo e esquecido "Barranco de Cegos".
Há dias revi a casa-ateliê de fotografia de C. Relvas, na
Golegã e recordei parte dessa história. Edifício lindíssimo de conteúdo
relevante para a história da fotografia mundial. O lado escandaloso, porém,
nunca é referido, o que está certo para a memória dos mortos que já não podem
justificar-se mas deixa a salivar o instinto mórbido do visitante.
«Chamo-me Rita Correia Relvas e o meu Bisavô Chamava-se
Alfredo da Costa Relvas casado com Ana Maria Miranda. Tiveram três filhos,
Leopoldina Miranda Relvas, António Miranda Relvas e Luís da Costa Relvas. O avô
deles Chamava-se António Nunes da Costa, tendo adoptado o apelido Relvas depois
de ter trabalhado na casa de Carlos Relvas (Fotógrafo) na Golegã. Baptizou os
seus filhos com o apelido "da Costa Relvas". Foi assassinado na
Golegã a mando de Carlos Relvas por se ter envolvido com a sua filha Clementina
Mascarenhas Relvas, já prometida para casamento com um descendente da família
Costa Alemão. Foi encontrado passados
muitos anos, aquando da construção do Tribunal da Golegã, emparedado numa
propriedade da família Relvas. Foi identificado por um anel de ouro, oferecido
por Clementina,com as suas iniciais e com o símbolo de um Joker, umas vez ser
essa a função que desempenhava. Esta é a verdadeira origem do apelido Relvas na
família Costa Relvas.
Surpreendeu-me a desfaçatez e este inútil desenterrar de
esqueletos. Nem Carlos Relvas foi apenas "um fotógrafo" nem se
percebe como o pretenso prevaricador teria direito ao apelido da família por
ele ofendida e que, a crer nesta bisneta, teria sido assassinado e emparedado
na casa do pai de Clementina.
Carlos Relvas e os filhos existiram, sim, e um deles, José
Relvas, foi o célebre republicano que viveu na Casa dos Patudos de Alpiarça,
que fez parte do Directório que preparou a implantação da República, e que a
proclamou à varanda do Município de Lisboa, em 5 de Outubro de 1910.
Carlos Relvas, a mulher Margarida Relvas e os filhos: José, Francisco e Clementina. |
Infelizmente é pelo desenterrar de esqueletos, mesmo por vezes dolorosa, que se aprofunda a verdade histórica
Como descendente da família Relvas
(Carlos Relvas é meu tetravô), não pude deixar de comentar. Há, de facto,
diversos descendentes de Carlos Relvas, embora nenhum já por varonia, pois a
única descendência provêm por via feminina de sua filha Margarida. Há uma
espécie de lenda sobre os amores da outra filha Clementina, algumas apontando
para o facto de um servidor da Casa Relvas ter sido morto a seu mando por se
ter relacionado com a infeliz rapariga. Parece que a sua vida não terá sido
muito normal, contando-se a história de ser vista a pedir em Lisboa. No
entanto, são histórias que nunca ouvi confirmadas. O que parece ter de facto
acontecido foi esta menina ter sido repudiada por seu marido. Talvez um dia
consiga revelar esta trama, de tantas outras que se teceram sobre esta
romântica família, em que vários dos seus membros se destacaram por gloriosas
virtudes e feitos, mas também por outras histórias mais ou menos trágicas.
"Mas
de Carlos Relvas não há descendentes directos. Os 3 netos filhos do Homem da
República morreram todos uns menores, o maior pelo suicídio."
Talvez
não seja bem assim. José Relvas teve relações extra conjugais e a minha família
mantém um mistério de há 3 gerações... a comprovar-se quem escreve estas linhas
é o trineto deste senhor, não só em descendência directa como de uma filha mais
velha (nascida a 1881) do que os filhos oficiais...
Realmente
é verdade essa história triste. Felizmente Carlos Relvas é mais conhecido pelo
seu legado artístico que por ter sido um assassino, ter deserdado a filha mais
velha e tê-la deixado a apodrecer a pedir numa igreja de Lisboa lá para os
lados do Chiado. Clementina pagou caro o seu amor pelo Costa. Mentalidades…
Quanto aos nomes Relvas, há muitos... Mas de Carlos Relvas não há descendentes
directos. Os 3 netos filhos do Homem da República morreram todos uns menores, o
maior pelo suicídio. A haver descendentes seriam apenas os seus netos filhos da
filha mais nova Margarida Relvas Navarro (pelo casamento com Alberto Navarro,
um médico do norte) que herdou todas as propriedades para os lados de
Riachos/Torres Novas. José Relvas o republicano, separou-se do pai e saiu da
Golegã para Alpiarça devido ao segundo casamento do pai. Carlos Relvas casou
pela segunda vez a pouco mais de um ano da morte da sua mulher Dona Margarida
Relvas, adorada pelo povo da Golegã. Esse 2º casamento odiado, com uma mulher
já também viúva de outros casamentos, obrigou a partilhas em vida e a mais
separações... C. Relvas transforma então a Casa-Estúdio em habitação e passa lá
a viver com a segunda mulher. Finalmente essa mulher novamente viúva depois da
morte de Carlos Relvas, destrói, vende ou faz desaparecer a maior parte do
património fotográfico, nomeadamente os nús femininos de Relvas que deveriam
ser numerosíssimos. Salva-se finalmente a acção da filha (apenas filha dessa
segunda mulher) que herdou a Casa-Estúdio de Relvas e depois de anos de
destruição e abandono, fez então uma doação do edifício à Câmara. É assim...
NR: Recolhas levadas a efeitos pelo JA.
Fontes: http://aorodardotempo.blogspot.pt/
Fontes: http://aorodardotempo.blogspot.pt/
1 comentário:
Parabéns pela notícia e trabalho, bem mais interessante que o habitual
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