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sábado, 9 de maio de 2009

Qual o candidato/a que apresentará projectos para o crescimento de Alpiarça?

Artigo de Opinião
Por: Antaeus


Li atentamente a entrevista que Sónia Sanfona deu a um jornal da região. Confesso que esperava algo de novo ou declarações que me espantassem em termos de projectos, mas concluo, na minha opinião, que uma flor vai mudar para o vaso continuar a ser o mesmo.

Penso que: por Sónia Sanfona viver fora de Alpiarça em termos profissionais, lhe deve retirar a possibilidade de poder visitar todo o interior da terra em que nasceu desconhecendo assim os seus principais problemas.

Na entrevista não apresenta nada de novo e muito menos substância para que possamos crer que Alpiarça possa se desenvolver no futuro ou no seu mandato.

Continua a defender projectos que Rosa do Céu apresentou como «defesa do bem patrimonial alpiarcense» quando na verdade, tudo o que disse e prometeu mais não foi simples e incertas promessas.

Sónia continua a bater na tecla do turismo dando a entender que o desenvolvimento de Alpiarça se encontra no turismo.

Gostava de saber pormenorizadamente o que entende por «desenvolver o turismo» quando os concelhos vizinhos e mais desenvolvidos já há muito tempo deixaram de defender esta “dama” porquanto estão inseridos numa região agrícola.

Diz Sónia Sanfona na dita entrevista que «um dos vectores económicos que é fundamental é o turismo. Não temos dimensão agrícola, apesar da aposta na agro-indústria ser importante».

De maneira alguma estou de acordo com a entrevistada porque e, talvez por não exercer actividade profissional em Alpiarça, desconhecerá grande parte das necessidade e subsistência dos alpiarcenses.

Talvez, também, por ser uma “senhora com formação” quando Alpiarça precisa é de uma “mulher” para a desenvolver. Daqueles mulheres que andam no meio da terra e da lama sem medo de sujar os sapatos.

Sónia Sanfona está habituada aos tapetes luxuosos do Parlamento e ao conforto dos escritórios jurídicos como os ambientes dos tribunais. Não conhece os problemas e necessidades dos alpiarcenses.

Justifico: Sónia Sanfona apresenta na sua tese «querer desenvolver o turismo em Alpiarça»

Apenas uma promessa eleitoral ou uma pura ignorância ou então, desconhece os estudos que foram feitos nesta matéria por entendidos na matéria e que passo a republicar:

Em 1997 foi feito um estudo económico a vários concelhos da região. No nosso concelho, ficou bem vincado que a agricultura era, como continua a ser, o grande domínio existente.

No mesmo pode-se ler ainda o seguinte:
«Alpiarça é um concelho essencialmente agrícola, tendo a quarta mais elevada taxa de analfabetismo entre os 21 concelhos do distrito e um baixo nível de instrução e formação profissional.
Esta histórica e excessiva dependência da agricultura foi apontada no debate local como um factor impeditivo, ao longo dos anos, da melhoria do nível de instrução e formação profissional.
Uma questão de mentalidade, portanto, que está na base do excessivo individualismo e também na falta de espírito empresarial, bem patente no facto da zona industrial de Alpiarça continuar com cerca de 70% da sua área desocupada por falta de investidores.
O concelho não consegue reter os seus jovens e a classe média, assim como não consegue atrair investimento. Outro ponto fraco diz respeito à falta de uma estrutura produtiva para a comercialização dos produtos agrícolas.
Os fracos acessos viários do concelho constituem um dos principais estrangulamentos ao desenvolvimento económico de Alpiarça. A proximidade a Santarém e Almeirim são apontados como factores negativos, assim como a reduzida capacidade de gestão e de cultura empresarial.
Nos pontos fortes, destacaram-se a agricultura, as potencialidades turísticas e a boa qualidade de vida, a existência de uma zona industrial com terrenos disponíveis, a boa capacidade da mão-de-obra em especial na construção civil, e a disponibilidade de mão-de-obra, se houver formação profissional».

Passados estes anos pouca coisa mudou em Alpiarça. Quase tudo continua na mesma.

Tendo em consideração o estudo feito na altura podemos continuar a concluir que Alpiarça é denominada pela agricultura e assim será por longos anos.

Se Sónia Sanfona desconhece este estudo, aconselho-a vivamente a encontrá-lo porque o mesmo ainda contêm outras informações que mostram claramente que Alpiarça nunca terá qualquer futuro industrial e muito menos se desenvolverá no turismo.

Mas Sónia Sanfona diz algumas verdades na entrevista, mesmo sendo pobre em dizer aquilo que interessa aos alpiarcenses.

Fiquei com a ideia de que é uma pessoa séria.

Diz ela que: «comprometo-me a colocar no programa aquilo que entender que tenho condições para fazer. Não vou prometer coisas que sinto que não vou fazer. Falar verdade aos meus munícipes é ponto de honra».

Para esta citação faço uma vénia à honestidade da candidata mas retiro-me imediatamente da sua presença porque quanto ao resto fico com a sensação, ou quase certeza, de que tudo em Alpiarça continuará na mesma para continuarmos a viver num terra de marasmo que não passa da cepa torta.

Diz ainda Sónia Sanfona que se preocupado com a «construção do IC 3» parecendo então que esta via rápida vai ser a solução do desenvolvimento alpiarcense.

Pelo contrário, adianto eu, talvez seja é a “morte” de Alpiarça, desviando então o já pouco transito que por estas bandas circula. Depois acrescenta que «é para isso que estamos a trabalhar» ou seja: a construção do itinerário vai obrigar a termos uma entrada com portagem na auto-estrada, dando a impressão que como esta infra-estrutura seja a peça-chave para o meio populacional em que está inserido.

Também fiquei com a sensação de que Sónia Sanfona vai continuar a apoiar o “cavalo errado” ou seja: o turismo.

Ou Sónia têm um conceito de desenvolvimento errado para com o turismo ou pouco ou nada percebe de turismo porque para o turismo ser uma boa fonte de receita Alpiarça teria que se voltar de pernas para o ar, coisa que não é fácil.

Desenvolver o turismo local exige milhões de euros aplicados em grandes projectos e só um aventureiro o faria em Alpiarça porque a rentabilidade seria praticamente nula.

Se considera “turismo” apoiar e desenvolver o Complexo dos Patudos” para que tenha coisas novas e se mude a imagem de abandono que apresenta neste momento, então tudo isto, na verdade, não passará de um “turismo caseiro” que em nada modificará o tecido empresarial em Alpiarça.

Penso que Sónia Sanfona deve saber: que para se fazer um hotel neste complexo ou outra infra-estrutura só pode ser considerado um acto de alto risco e nunca a corrente ou o elo para aumentar as receitas locais vindas do turismo.

Que me diga qual o concelho da região que vive e tenha grandes receitas sobre o turismo?

Concluo então que, para Sónia Sanfona o «vector fundamental é o turismo» .

Isto será desenvolvimento para uma terra a quem alguns chamam de “Aldeia do Astérix”?

Quanto ao resto do conteúdo da entrevista fiquei com a sensação de que na verdade, Sónia Sanfona não é uma pessoa ambiciosa.

Penso que será aquele tipo de «senhora de gabinete» em que controla e ordena tudo à distância para que não seja incomodada com os maus cheiros da porcaria que abunda nas terras alpiarcenses ou que se tenha de deslocar às terras do campo alpiarcense porque o pó da apanha do tomate a incomoda e o Sol a torra, antes de ir para a praia.

Gostará, possivelmente -na minha opinião – de ouvir o que os outros dizem e pensam, no seu gabinete mas quem, só lhes interessa o vencimento ao fim do mês, como será pessoa para estar sentada na sua secretária a ouvir os lamentos dos munícipes.

Agora que seja “mulher” para andar no meio da população ou da sujidade, duvido que o seja.

Fiquei a admirá-la, porque penso e, quase tenho a certeza, que é uma pessoa séria e que não dará grandes passos para ultrapassar aquilo que sabe não conseguir. Mas, falta-lhe a ambição e a visão.

Em suma: uma «senhora de gabinete» na qual não acredito que mudará Alpiarça porque tem uma «perspectiva de satisfação» para com Alpiarça. Afirma, na entrevista que é «visível a transformação que o concelho sofreu».

Como não estou de acordo nenhum com a parlamentarista tenho muitas duvidas que alguma coisa possa acontecer no seu mandato, se ganhar claro.

Para acabar esta minha opinião, acho curioso e estranho que Sónia Sanfona não fale em projectos de investimento ou no crescimento industrial dando-me a impressão que é a mulher certa para ser a «conservadora de Alpiarça».

Dá a entender que tudo vai continuar na mesma para apenas se alterar ou modificar pequenas coisas que em nada vai beneficiar o crescimento empresarial nesta terra que, na verdade, mais não passa do que uma vila tranquila que parou e vai continuar parada no tempo.

Porque tenho que acabar este meu artigo de opinião, senão o “chefe” ainda me puxa as orelhas por causa da falta de espaço resta-me dizer que ainda acredito nas pessoas.

Então vou esperar pelo “programa eleitoral da candidata” para ver se traz outras novidades ou promessas eleitorais, coisa que duvido.
Quero ver escrito no "papel" seja de quem for: projectos que façam crescer a minha terra!

A minha terra merece melhor!

Quem? Não sei!
«Foto: O Mirante»

2 comentários:

Sommer disse...

Ponto de Vista
Por: Sommer
Excelente artigo de opinião de Antaeus com o qual estou absolutamente de acordo.
Acho que a Sónia deve lê-lo e tirar as suas ilacções.
Sempre que se fala de turismo referem-se à Casa-Museu dos Patudos, ou à Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça como agora é fino dizer-se, mas é difícil aumentar o seu numero de visitantes e mesmo que aumentasse 3 ou 4 vezes não chegaria para haver em Alpiarça um verdadeiro turismo, porque assim que acabam a visita ao Museu as excursões vão "a correr" provar a bela da sopa da pedra.
Já se experimentou a Rota do Vinho, já se experimentou o Parque de Campismo, a Barragem dos Patudos que trás cá muita gente, Triatlos, Provas de Ciclismo, Etapas de Voltas a Portugal, mas lá está são iniciativas de 1/2 dia e o almoço é em Almeirim.
Durante a governação comunista e quando o comércio já dava sinais de estar a quebrar culpou-se a gestão dos "camaradas", agora que o comércio bateu no fundo, que a "praça mete dó" e até as pequenas oficinas estão prestes a fechar portas culpam-se as grandes superfícies.
Temos uma enorme Zona industrial, mas é uma zona industrial quase fantasma, o que não fechou, mais tarde ou mais cedo "vai de cana", duvido que tanto a Monliz como a Celta se aguentam por cá muito tempo, mais dia menos dia deslocalizam-se.
Estou convicto que mais de metade da população vive da reforma, depois há os jovens que estudam e a outra parte trabalha em concelhos vizinhos como Almeirim e Santarém.
A indústria da construção civil está moribunda, contam-se pelos dedos os empreiteiros com Alvará válido, pedreiros, carpinteiros, pintores e estucadores ou estão no desemprego, ou vivem de biscates ou emigraram para Angola e outros destinos.
A própria câmara compra quase tudo fora, até os jardins estão entregues a uma empresa de Almeirim e agora até o IVA que era cobrado sobre a água, deixa de entrar nas finanças de Alpiarça, fala-se que a sede da Águas do Ribatejo será em Salvaterra de Magos e será lá que o aumento do IVA terá repercussão.
Louvo a atitude de Sónia ao falar verdade e dizer que não aceitará o lugar de vereadora se perder, mas isso vai tirar-lhe centenas de votos, que a vão acusar de apenas gostar de Alpiarça mas apenas para ter um TACHO.
Assumir publicamente que não fala com a presidente e que nem a convida para as listas (embora possivelmente a Vanda não aceitasse) é outro tiro no pé.
A Sónia como advogada devia ter tido a perspicácia e a astúcia necessária para ter dado outro tipo de resposta aos jornalistas sobre estas duas questões, bastava dizer que concorria para ganhar e presidir à câmara e que nem equacionava a hipótese de ser vereadora, porque tinha a certeza que ganhava, a resposta estava dada e ficava por ali. Sobre o convidar ou não a actual presidente, escusava de confessar que não falava com ela nem a convidava, bastava responder que ainda era cedo, que as listas estão em construção e que todas as hipóteses estão abertas e em estudo e que ainda não se fecharam portas a ninguém.
Quer-me parecer que a Sónia está a preparar-se para ser uma reedição de Vanda Nunes ao não assumir que de facto foi "corrida e escorraçada por Rosa do Céu" e que com esse é que não queria nada.
Ela até pode gabar e aceitar que Rosa do Céu mudou algo em Alpiarça, mas devia afirmar categoricamente que a sua governação será completamente diferente.
Sónia diz que Rosa do Céu não governou contra as pessoas de Alpiarça!
Então que fez ele ao aplicar em Alpiarça a taxa mais alta de IMI (contribuição autárquica), ao aplicar uma derrama sobre o IRC, ao vender a água mais cara de todos os concelhos que integram as águas do Ribatejo, ao evitar ao máximo frequentar locais públicos, ao negar pagamentos à Planotejo castigando-a com multas quando pagou em excesso a outras empresas de construção civil (Conegil, mais tarde ou mais cedo isso vai-se saber), ao mandar fazer a maioria das obras a empresas de fora do concelho?
Cara Sónia se Rosa do Céu não governou contra Alpiarça a seu favor é que não governou, daí que a senhora devia demarcar-se completamente dele, a não ser que tal como Vanda Nunes e caso ganhe as eleições vá ter esse homem sempre como sua sombra...
É este o meu Ponto de Vista

Anónimo disse...

Penso que Sommer preferiria que a Drª Sónia fosse fingida como os seus antecessores. Prometer só pode ser hipocrisia se não s conhecerem os dossiers. Ela é uma pessoa sincera e honesta e não precisa de fingir porque dizer a verdade foi o que os pais a ensinaram a fazer. Infelizmente para Alpiarça , uma grande parte das pessoas não fazem nada pela terra e dizem mal de tudo o que os outros dizem ou fazem mas eles nunca se chegam à frente. Só sabem criticar , dizendo mal do que não conhecem e elogiando quem nada faz e que teve oportunidade de fazer. Isto é que fez com que Rosa do Céu não fizesse nada para a Vanda ser candidata porque lhe irá arranjar um job e pôs a Sónia nos cornos do boi para lhe tirar o tapete porque a detesta. Se a Sónia não ganhar é uma pena porque é uma pessoa que não se deixa influenciar e gosta de trabalhar sem olhar a partidos ou a pessoas. Mas alguns gostam de gente falsa porque acreditam nas palavras e não nos actos. É triste mas é a realidade.Há pessoas que não merecem mais do que aquilo que têm e o Sommer está nesse grupo porque a leitura que fez mostra a sua muito débil visão da pessoa que é a Sónia.