.

.

.

.

domingo, 10 de maio de 2009

O PROJECTO DA CDU VAI HONRAR A ESCOLHA DOS ELEITORES E OS COMPROMISSOS ASSOCIADOS À DEFESA DOS PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS


Artigo de Opinião
Por Mário Santiago (*)

Em Outubro (data ainda a definir) seremos chamados a escolher o futuro elenco da nossa Autarquia.

Desejo profundamente que qualquer que seja a escolha dos Alpiarcenses, os eleitos saibam honrar a escolha dos eleitores. Esse compromisso de honra, implícito no exercício de funções sujeitas a sufrágio, traduz-se basicamente na aceitação por parte dos candidatos de qualquer resultado eleitoral.

Aceitei ser candidato, tendo a consciência da responsabilidade do que é ser cabeça de lista para um órgão deliberativo e fiscalizador como a Assembleia Municipal, e o que será exigido da minha parte caso o projecto que estamos a delinear seja o escolhido pela população. Qualquer que seja o resultado eleitoral, tanto estarei disponível para presidir a mesa da Assembleia Municipal como para me sentar na bancada da oposição.

Da mesma forma que também apoiei de forma incondicional a decisão do Orlando Marques, quando este confrontado com a contingência de não poder vir a honrar de forma incondicional tal como era o seu desejo, a sua condição de cabeça de lista para a Assembleia de Freguesia, por compromissos de ordem profissional que surgiram após a apresentação publica dos candidatos da CDU. A sua decisão foi de uma coragem e uma seriedade cada vez mais rara nos dias de hoje.

Se o projecto da CDU se tem regido pela predisposição de honrar os compromissos associados à defesa dos princípios democráticos, eis que agora, por parte do PS e do movimento ‘Alpiarça é a Razão’, sou surpreendidos pelas declarações da cabeça de lista à Câmara Municipal em que não estará disponível para honrar esses mesmos princípios caso não vença as eleições. Ou seja, a candidata Sónia Sanfona só estará disponível para cumprir a vontade dos Alpiarcenses, caso vença as eleições. Caso contrário, admite renunciar ao mandato de Vereadora, mesmo que tenha sido essa a vontade dos Eleitores, já que não se identifica num papel que não seja o da sua própria governação.

Se todos pensassem da mesma forma, certamente que o exercício democrático não passaria de mera teoria, já que qualquer força politica não teria as vozes criticas da oposição a refrear qualquer acção que não defendesse os interesses dos eleitores de outras forças políticas. Seria um perigoso retorno ao absolutismo, negando o direito à opinião alheia por muito válida que esta fosse.

Depois dos desastrosos anos de gestão autárquica conduzidos pelo PS e do movimento ‘Alpiarça é a Razão’, gerando um descontentamento generalizado entre praticamente todos os quadrantes sociais do concelho, julguei que esta força politica apostaria em pessoas que de forma humilde e com um reconhecido espírito de servir a população em detrimento de alguém que só estará na disposição de vir para Alpiarça desde que seja numa posição de governação remunerada.

Penso que Alpiarça desta vez tem de mostrar em Outubro, com o exercício do voto, o que se espera de quem irá gerir executivamente a Autarquia nos próximos quatro anos.

Quem vem apenas por manifesto interesse profissional ou de carreira politica, também é capaz de num momento de desafio mais aliciante, abandonar novamente a Autarquia deixando à frente da mesma quem não está devidamente preparado ou sem condições para o exercício de tal cargo, tal como aconteceu recentemente com a actual Presidente Vanda Nunes.

Ainda julguei que na sequência do recente golpe palaciano, existisse uma candidatura consensual e de valor perante a população e que fosse a oportunidade para o PS se tentar redimir das inúmeras asneiras cometidas nos últimos anos. Afinal a solução encontrada, e num momento em que ainda nem começou a campanha eleitoral para as Autárquicas manifesta-se desde já como a única solução que a população do concelho neste momento não necessita.

Já relativamente à CDU, e embora a minha opinião possa ser suspeita para alguns face à minha condição de candidato à Assembleia Municipal, é-me legitimo julgar positivamente o que esta força politica tem feito nos últimos anos, em que mesmo na Oposição nunca desistiram de apresentar as suas ideias nas reuniões de Câmara através de vereadores que nem pelouro têm, de promover iniciativas junto da População e das Associações e de defender a gestão autárquica que entendem como sendo aquela que melhor defende os interesses do nosso concelho. Imaginem agora o que teria sido, se tal como entende a candidata Sónia Sanfona, também estas pessoas não estivessem na disposição de defender os interesses de quem neles votou, só por não estarem numa posição de governação do Município.

E porque eu acho que existe uma tremenda diferença entre estas duas forças politicas e quem as representa na condição de candidatos ?

- Se pensarmos que a deputada Sónia Sanfona, sendo Alpiarcense, não apresentou uma única proposta durante os quatro anos que esteve na Assembleia da Republica que pudesse beneficiar directamente e especificamente o nosso concelho,

- Se pensarmos que a deputada Sónia Sanfona não tem nem como objectivo defender os interesses dos próprios militantes (já que não lhe interessa ser oposição), quanto mais a população do concelho na generalidade.

- Se pensarmos em todas as iniciativas, ideias e propostas da CDU que de forma incansável e não se resguardando apenas para os períodos eleitorais, e do envolvimento do Mário Fernando na sua condição de Vereador da Oposição que nunca desistiu de defender aquilo que entende serem as verdadeiras soluções para os problemas cada vez maiores do nosso concelho.

- Se pensarmos ainda nos diversos deputados da CDU na Assembleia da República que têm passado por Alpiarça, mesmo não sendo Alpiarcenses, e que têm apresentado propostas concretas com vista à resolução dos problemas que os habitantes lhes têm colocado por intermédio da CDU local.

É-nos legítimo pedir não só a vitória da CDU nas Autárquicas de 2009. É-nos legítimo pedir uma esmagadora maioria da CDU em Outubro. Numa provável derrota do PS, 2 Vereadores desta força politica seria demais. Até porque 1 deles, como todos já nos apercebemos, não vai assumir o seu mandato…

(*) Cabeça de Lista da CDU à Assembleia Municipal de Alpiarça

1 comentário:

Anónimo disse...

Honrar a escolha dos eleitores é um bom tema de reflexão para o cidadão eleitor.
Numa democracia participativa, os eleitos são os representantes dos eleitores. Mesmo em minoria, são a voz dos que neles depositaram as suas esperanças e expectativas. Demitir-se das suas funções é defraudar os que neles acreditaram.
Mas para alguns "o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente".
E o passado recente de poder absoluto do Partido Socialista tem evidenciado o conceito particular de democracia dos seus dirigentes.
Esta posição de Sónia Sanfona, vem na esteira de outras posições de dirigentes do seu Partido.
Ainda há pouco, Vitor Ramalho,(que além de dirigente do P.S. é presedente do Inatel) dizia que Manuel Alegre nunca viria a ser indicado para presidente da Assembleia da República, porque não reúne a opinião maioritária do Partido. Olhando os resultados da últimas elições presidenciais, em que Manuel Alegre obteve 1125077 votos, e Mário Soares 778781, ocorre perguntar - não reune a opinião de quem, dos votantes ou dos dirigentes?
E é esta distanciação entre eleitores e eleitos, entre os dirigentes do Partido Socialista e os seus eleitores, que, cada vez mais, se torna insuportável.
O Partido Socialista tornou-se numa agência de emprego para os seus dirigentes, e numa central de negócios para as suas empresas.
Quem é que ainda acredita neste Partido Socialista?