Por: F. Mariano |
Em minha opinião, esta questão que se tem vindo a colocar da
água, deve ser separada em duas partes. Uma é o aumento da água para 2014/2017,
que alguns dizem ser "brutal" e outros que será apenas de alguns
cêntimos. A outra parte é o sentido prático e justeza ou não das Tarifas
Sociais e Familiares.
Em relação à primeira (aumentos) estamos aí para ver o que
acontece. O presidente da câmara municipal de Alpiarça disse em Assembleia
Municipal, colocar-se à disposição de todos para tomar as medidas oportunas
nessa altura e as posições julgadas por convenientes. Em relação às
célebres Tarifas Sociais e Familiares, penso que o presidente depois de deixar
pouco clara a sua declaração sobre as ditas, devia publicamente explicar o que
pensava ou queria dizer sobre as mesmas e, dar até a sua opinião de modo claro
e sem deixar dúvidas, principalmente aos envolvidos, no que toca a benefícios
reais destas medidas sociais.
Para muita gente que tem analisado o assunto, o que seria
mais justo e correcto para as famílias carenciadas, numa política de contenção
(e mesmo didáctica) no uso da água, seria não cortar a condição de
"carenciados" mas, dizer-lhes: "Vocês têm aqui um máximo de 15m3
de água para consumir em que terão isenção de 50% nas Tarifas Fixas de Água e
Saneamento. (É preciso falar claro e ter em atenção que o benefício é apenas
nas Tarifas Fixas e não na água como alguém terá confundido e difundido). A
partir desses valores começarão a pagar essas Tarifas pela tabela normal, sem
qualquer benefício. O Benefício portanto, é só até aos 15m3!
Isto daria o mesmo estatuto de "carenciado" ao
consumidor e, o que pagaria ao preço normal funcionaria como que uma
advertência para futuramente gastar menos. Se o objectivo é mesmo poupar os
recursos hídricos, como é evidente.
É que não podemos ignorar que o consumidor "carenciado"
gaste + 1 metro ou – 1 metro cúbico de água, é sempre uma pessoa com uma
situação económica difícil. Se mais paga mais aflitiva se tornará a sua
situação.
A componente social, a meu ver, deve ser vista mais neste
prisma e não no "castigo" ou imposição: "gastas mais do aquilo
que nós queremos e por isso, a partir daqui, não tens direito a nada!"
A água é um bem da natureza que pertence a todos. Nasce da
terra que pertence a todos os seres vivos do Planeta.
Por isso não pode ser propriedade exclusiva daqueles
que têm o poder económico ou político nas mãos, que auferem bons ordenados, que
não precisam de verificar o contador para ver se o dinheiro chega ou não para
pagar a água que a medo consumiram durante o mês etc. etc.
É a minha opinião sobre o assunto.
2 comentários:
Esta história dos cêntimos é no minimo degradante, se um artigo custa um cêntimo, se aumentar para dois cêntimos, parece pouco, mas é um aumento de cem por cento, isto multiplicado por milhões é muito dinheiro. É bom que não esqueçam o que se passou, quando da passagem do escudo para o euro, quando se passou a igual, os 100 escudos a um euro.
Ainda hoje estamos a pagar por esse erro..
A grande parte, senão a maioria dos consumidores já está por tudo e nem sequer reclama. Diz, fala, barafusta mas é só para o vizinho do lado. Quando é hora de agir directamente contra quem está a ir-lhe à carteira diz que não vale a pena, eles acabam por ter sempre razão, o remédio é pagar etc. E em certa medida tem razão. Mas se não manifestarmos o nosso desagrado e indignação pior nos acontece.
Ainda agora há quem venha para os jornais defender os seus próprios carrascos. Mas isso é outra conversa...
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