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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Privados embolsam 500 milhões por ano graças à ADSE

O relatório de atividades de 2012 da ADSE mostra que os grupos privados ganham por ano, pelo menos, 500 milhões de euros com o subsistema do Estado, conta hoje o Diário Económico. Apesar de reconhecer que “a ADSE é um negócio importante para os privados”, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Artur Osório de Araújo, defende que este subsistema de saúde fica, apesar de tudo, mais barato ao Estado.
Numa altura em que os funcionários e pensionistas da Função Pública se preparam para sofre um agravamento nos descontos para a ADSE, que passarão dos atuais 2,25% para 2,5%, dados do relatório de atividades de 2012 do subsistema de saúde do Estado revelam que, conta hoje o Diário Económico, pelo menos 500 milhões de euros são ‘entregues’ por ano aos grupos privados do sector.
O documento, citado pelo Diário Económico esta quarta-feira, indica que 272,7 milhões de euros foram gastos com o regime convencido da ADSE, ou seja, no qual há um acordo com o prestador de serviços, e 138,2 milhões no regime livre, aquele em que os beneficiários recebem a posteriori o reembolso de um parcela do que pagaram pelo serviço.
Na opinião do presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), Artur Osório de Araújo, “é evidente que a ADSE é um negócio importante para os privados” mas acabar com este subsistema seria, considera, “andar para trás” porque “se acabasse, muitas pessoas fariam um seguro de saúde e os privados acabavam por ganhar na mesma”.
Também consultado pelo Diário Económico, o antigo secretário de Estado do Orçamento, Emanuel dos Santos, afirma que “ a ideia de que a ADSE alimenta os privados, é errada”. O que pode suceder, esclarece, “é que algumas das entidades convencionadas possam ter alguma dependência significativa da ADSE”, ainda assim “não se pode dizer que seja essa a lógica”.
Recorde-se que, já este mês os trabalhadores e pensionistas do Estado passaram a descontar mais para a ADSE porque é intenção do Governo que o subsistema de saúde deixe de depender da transferência do Orçamento do Estado e passe a ser sustentável apenas com o financiamento das contribuições.
«NM»

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