Há dias, numa cabeçada, ergueste-te a 2,84 m do chão. Voaste, num estádio, num jogos dos Homens. Hoje, com os pés no chão, choraste num palco reservado aos semi-deuses.
Por ventura, não obstante as tuas humildes e espinhosas origens, não terás a real percepção da inspiração que essas lágrimas trazem a tantos.
Aos que lutam todos os dias, aos que estão longe da família, aos que são esmagados pelos lobbys só porque erraram o ventre de onde saíram.
Sim, a esses todos, que por fortuna, se chancelam portugueses. E que por essa fortuna, paradoxalmente, amarguram o infortúnio de terem sido convencidos que são de uma genética fraca, uma raça menor, uma casta de vinho corrente para servir aos bêbados de língua torpe.
Marca-me essa vontade férrea em corpo de aço, essa falta de medo de ser orgulhoso, esse chutar violento nas falsas modéstias e a derrota do politicamente correcto.
Somos o que somos. Somos portugueses e aprendemos , mais uma vez, que ser daqui é ser do mundo. Tão bom como todos os outros.
Obrigado Ronaldo.
Texto de Pedro Gaspar
Vereador do PS