OPINIÃO: O modo de fazer política em Alpiarça está a mudar

Por: M.Ramos

Compreendo de certa forma o que é dito em Editorial ( "O TPA e a CDU": ) e até pelos comentaristas. Mas, como já muitas vezes foi abordado neste e noutros meios de comunicação, o modo de fazer política está a mudar. Mesmo neste meios mais pequenos em que há disputa de vários partidos pelo poder local e uma maior informação e até participação por parte das populações muito mais presentes e esclarecidas. Basta ver o nosso auditório nas Assembleias Municipais repleto de público quando dantes haveria meia dúzia de munícipes a assistir.

O mediatismo tornou a política de Alpiarça muito mais discutida e até acalorada da parte da oposição, sem qualquer dúvida. Já aqui alguém escreveu que Pedro Gaspar é um Vereador ainda mais acutilante que Francisco Cunha, só que tem um estilo diferente, talvez mais calmo, de expor os assuntos.

Efectivamente muito já se escreveu por aqui sobre a oposição do passado e a oposição do presente. Penso que o tempo em que a oposição se limitava apenas ao papel de mera figura decorativa com uns votos contra, umas abstenções e alguma unanimidade acabou. Hoje a oposição questiona, é muito mais exigente e quer saber o que faz o executivo da maioria e, se o dinheiro dos contribuintes está a ser gerido da melhor forma. 

Também já alguém aqui afirmou que, se num passado não muito longínquo a oposição tivesse demonstrado este interesse pelo controlo do dinheiro dos contribuintes, a Câmara de Alpiarça não estaria agora na difícil situação financeira em que se encontra.

Pelo exposto conclui-se que o executivo municipal, para além da sua responsabilidade governativa deve estar hoje muito mais preparado e aberto para lidar com as forças da oposição. Os serviços da própria Câmara Municipal devem ser reestruturados para as novas exigências que se colocam no século XXI. O seu pessoal deve estar plenamente preparado para lidar com estas exigências.

Afinal o “barulho” que mais se tem notado nas Reuniões de Câmara prende-se com uns simples documentos que foram solicitados por um Vereador e que tardam em chegar. Ora, num qualquer país da CEE esses documentos seriam entregues em menos de 24 horas! Dai a insistência, com toda a razão e legitimidade, da parte do Vereador. Isto é que deve ser visto. Não podemos ver só o incómodo que causa no andamento das reuniões a insistência do Vereador que exige um direito consignado na lei! É preciso ver se a sua insistência tem ou não algum fundamento ou alguma legitimidade.

O caso do gradeamento dos Patudos, por exemplo, alguém sabe do final da história? O Vereador Pedro Gaspar que levantou o assunto também não sabe.

Não seria mais prático encarar as realidades e resolver de imediato as situações ao invés de criar expectativas e alimentar casos que vão ficando nos ouvidos da opinião pública?

No caso dos documentos, não seria melhor entregar os documentos solicitados pelo Vereador e sanar de vez o problema?

As discussões dos campos desportivos, das hortas, do parque de campismo, das piscinas, de projectos disto e daquilo, já me parecem assuntos normais de discussão. Agora aqueles que mais barulho e incómodo têm causado, persistem muito por culpa daqueles que têm a obrigação de dar a adequada resposta que a situação exige para ser sanada.

É a minha opinião.