Empresa Municipal está entre as melhores
no desempenho económico, financeiro e social e apresenta um tarifário
socialmente responsável
Os municípios que integram a ÁGUAS DO RIBATEJO reconhecem que sem a
empresa, não teriam condições para tratar a água e o Saneamento com a
qualidade atestada pelos relatórios da Entidade Reguladora.
Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche e do Conselho
de Administração da AR, afirmou que no seu concelho não havia uma única Estação
de Tratamento de Águas Residuais antes da criação da empresa. “Todos os esgotos
corriam a céu aberto para as linhas de água e para o Sorraia. Não se podia fazer
qualquer atividade náutica no rio sem riscos para a saúde. Hoje, há oito ETAR
construídas. Temos um espelho de água valorizado com dezenas de espécies que
possibilita a prática de várias atividades de lazer. O Rio é uma atração”,
referiu na abertura duma sessão de esclarecimento promovida pela AR, no dia 16
de janeiro, em Alpiarça.
No concelho Alpiarcense também não existia tratamento de esgotos antes da
requalificação da ETAR e das estações elevatórias. Os esgotos corriam a céu
aberto para a Vala de Alpiarça e outras linhas de água com um impacto ambiental
sobre toda a zona envolvente. Hoje os espelhos de água e a biodiversidade
existente evidenciam as mudanças.
Moura de Campos, diretor-geral da empresa explicou que “existe ainda o
problema dos esgotos industriais, cuja responsabilidade do tratamento é
das empresas geradoras do efluente”.
O responsável referiu que “só podem descarregar no sistema com autorização
da AR depois de verificadas as características do efluente”, salientando que
algumas descargas ilegais causaram problemas nos sistemas de tratamento e
prejuízos avultados.
Moura de Campos adiantou que a AR, com a colaboração do Município, tem
dialogado com os responsáveis industriais no sentido de encontrar soluções que
cumpram rigorosamente as exigências legais e as boas práticas ambientais.
O presidente da Câmara de Alpiarça, Mário Pereira reconheceu que o ambiente
melhorou de forma significativa com a entrada em funcionamento dos sistemas de
saneamento dotados de modernos equipamentos.
Mário Pereira realçou o mérito dos autarcas que criaram a empresa e que a
geriram com uma enorme solidariedade que permitiu a realização de investimentos
de cerca de 8 ME nos sistemas de tratamento de água e esgotos no seu concelho.
No final de 2014, o concelho de Alpiarça terá uma cobertura de quase 100 %
no saneamento e o abastecimento de água, com uma cobertura de quase 100%,
apresenta uma qualidade de excelência, eliminado o problema do Arsénio na água
com a entrada em funcionamento da Estação de Tratamento.
No universo dos sete municípios que integram a AR, já foram concluídos 90
ME de investimentos de um pacote de 130 ME a concretizar até 2017. O concelho
de Torres Novas, o último a integrar a empresa, é agora a prioridade, com 30 ME
em obras que já se iniciaram na Brogueira, Riachos e Torres Novas.
E quem suporta estes investimentos?
Miguel Carrinho, diretor administrativo e financeiro da AR explicou que
apesar dos investimentos serem financiados pela União Europeia, “não são a
100%”. A empresa tem de suportar uma parte e para tal recorre à banca. “Em 2013
pagámos 3 ME de juros e amortizações e este ano prevemos um valor semelhante”,
referiu.
Como a única receita que a AR tem é a fatura da água paga pelos seus 75000
clientes, “é natural que o tarifário tenha de ser atualizado”.
Em 2014, a fatura da água aumentou 4,6 %, o valor da inflação acrescido de
3%, valor aprovado pelos municípios com uma redução da estimativa prevista no
contrato de gestão que apontava para um aumento de 5% mais inflação em 2014.
“Os municípios perceberam que tinham de aliviar as famílias em dificuldade
e assumimos que a atualização seria mais suave. Com esta atualização, o nosso
tarifário é ainda muito mais económico que os das entidades gestoras da
região”, referiu o Presidente do Conselho de Administração, Francisco Oliveira.
O líder explicou que não atualizar o tarifário anualmente, iria obrigar a
uma atualização na ordem dos 20% em 2016 ou 2017 “com consequências muito mais
graves”.
Confrontado com um conjunto de questões sobre o tarifário, os responsáveis
da AR esclareceram todos os clientes e munícipes presentes e registaram algumas
sugestões deixadas que acentuam as preocupações com as famílias mais
carenciadas.
“Sabemos que há muitas famílias que já não conseguem pagar a fatura da água,
por isso temos um tarifário social com critérios amplos que enquadra uma
percentagem significativa dos nossos clientes”, concluiu o presidente da AR,
Francisco Oliveira.
QUADRO COMPARATIVO DOS TARIFÁRIOS NA REGIÃO
PARA CONSUMOS DE 5 E 10 M3
Entidade Gestora
|
5 m3
|
10 m3
|
||
Valor
|
%
|
Valor
|
%
|
|
Águas Ribatejo (2014)
|
7,86 €
|
13,79 €
|
||
Águas Santarém (2014)
|
10,12 €
|
28,71%
|
16,51 €
|
19,69%
|
SMA Abrantes (2014)
|
12,01 €
|
52,64%
|
18,73 €
|
35,84%
|
Águas de Alenquer (2013)
|
17,83 €
|
126,66%
|
29,76 €
|
115,81%
|
Cartágua (2013)
|
9,80 €
|
24,55%
|
19,05 €
|
38,11%
|
Águas Azambuja (2013)
|
10,17 €
|
29,31%
|
18,60 €
|
34,85%
|
SMAS Tomar (2013)
|
16,29 €
|
107,08%
|
24,11 €
|
74,86%
|
CM Entroncamento (2013)
|
9,35 €
|
18,92%
|
17,23 €
|
24,94%
|
CM Golegã (2013)
|
4,18 €
|
-46,83%
|
7,18 €
|
-47,91%
|
Ourém (2013)
|
8,34 €
|
6,07%
|
13,97 €
|
1,29%
|
«AR»
6 comentários:
Todas as pessoas sabem que a sul do Tejo a captação e distribuição da água é muito mais barata, por isso não admira que a água nesta região possa não ser tão cara.
Ó senhor/a das 16:01: Ainda continua a insistir nesta questão? Ainda não chegou a sessão de esclarecimento? Começamos a achar que é demência ou carência de inteligência para compreender os dados objectivos que lhe foram apresentados. Talvez tivesse faltado um desenho ...
com o preço da água na Golegã não admira e fica explicado, porque é que o Pombalinho se passou para o lado das águas da Golegã. Pudera! Até eu metia lá um contador com uma mangueira ligada a Alpiarça. O problema é o Tejo, LOL!
Sejam as empresas publicas ou sejam privadas o respeito pelo consumidor e pela legislação deve ser o principal objectivo das empresas e não sacar uns tostões para arranjar mais uns lugares para os boys&girls dos partidos
Há muitas histórias mal contadas como esta adesão às Aguas do Ribatejo. Não culpo o actual executivo, mas sim a gestão de quem estava no poder antes de 2009. (PS - Rosa do Céu)
Agora é a defesa política cega do indefensável, e é bom lembrar que, aquando da adesão a CDU também estava contra a adesão.
Penso que até teria razão, nunca apresentou foi os fundamentos da contestação.
Fazendo meia dúzia de contas e conclui-se que os "vultosos investimentos" se traduziriam em cerca de 50 centimos na fatura de cada alpiarcense durante os próximos 15 anos.
A verdade é que um concelho como o nosso, com 94 km2 está a pagar os investimentos em concelhos gigantes como o da Chamusca, com 743 Km2, o de Coruche com 1117 km2, ou Torres Novas com os seus 278 KM2, mas com elevada densidade populacional.
É também bom de ver a quantidade de aldeias e lugares que cada um tem, comparados com Alpiarça.
Deveria o executivo da Câmara reflectir em bloco se a adesão às Águas do Ribatejo se traduziu numa melhoria, ou se seria melhor (à semelhança da Golegã) manter a nossa água sob a forma de Serviços Municipalizados.
A alternativa seria a adesão a uma empresa inter-municipal para a obtenção de fundos comunitários, mas cada concelho responder pelos seus investimentos e tarifas.
Estou certo que poderíamos manter as tarifas ao nível pré-Aguas do Ribatejo, com o pequeno incremento de 1 euro para o investimento que foi feito.
E toda a gente sabe e nota que desde a constituição das Aguas do Ribatejo a factura subiu para o dobro.
Curiosamente muito antes de ler este comentário das 17:46 estive a pensar na nossa entrada na Águas do Ribatejo e o que nos aconteceu com a adesão à CEE. Recordo-me que Mário Soares na altura era um fervoroso adepto da entrada de Portugal na CEE. Ao contrário de Álvaro Cunhal que dizia que era o maior erro histórico de sempre para Portugal caso entrasse na CEE.
A verdade é que o tempo passou e ainda hoje ninguém poderá afirmar que esta adesão foi o melhor que poderia ter acontecido a Portugal. Estivemos alguns anos a viver à grande e a gastar à tripa-forra mas, agora temos de pagar a factura. Como tal é sempre difícil avaliar este tipo de decisões. Será que o investimento que foi feito em Alpiarça pela Águas do Ribatejo não nos vai criar um ónus que deixará a praguejar as próximas gerações de alpiarcenses? Como seria se tivéssemos ficado sós, como a Golegã e outros municípios? Como estivemos durante tantas décadas. Será que deixávamos de tomar banho...de beber água? Pagaríamos a água mais cara? Não tínhamos hipótese de sobreviver?
É uma questão que dificilmente poderá ser respondida. É preciso viver as situações. No entanto, uma coisa é garantida: a Câmara Municipal iria ter muito mais trabalho, preocupações e responsabilidades.
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