A riqueza produzida em Portugal caiu 0,9% no primeiro semestre e estagnou em cadeia. Na segunda metade do ano, a recessão vai ser mais grave.
O abrandamento mais forte do que o esperado das economias europeias poderá comprometer o desempenho das exportações nacionais e, consequentemente, da economia que conseguiu, no segundo trimestre não contrair face aos três meses anteriores. Os economistas ouvidos pelo Diário Económico, apesar de surpreendidos por este comportamento, mantêm as perspectivas negativas para o resto do ano. Assim, no próximo semestre Portugal deverá registar, em termos homólogos, uma contracção de 3,4%, terminando o ano com uma quebra em torno dos 2%.
Governo, Banco de Portugal e Fundo Monetário Internacional apontam para uma queda do PIB entre 2% e 2,3% em 2011. Isto pressupõe "fortes quedas nas variações em cadeia nos próximos trimestres", afirma o economista-chefe do Santander Negócios. Rui Constantino admite "uma contracção do investimento não muito diferente do passado recente", "um acentuar da redução da despesa", logo do consumo público, e uma contracção do consumo privado que será acentuada até ao final do ano, não só devido ao impacto da subida do IVA da electricidade e do gás, mas também pela contribuição especial que incidirá sobre os subsídios de Natal e os efeitos dos receios do conjunto de medidas de austeridade.
"O que aí vem é o pior", confirma Filipe Garcia. O economista da consultora IMF sublinha que tanto a "procura interna como a procura externa vão enfrentar contextos piores". "Vamos ver os efeitos do plano de austeridade e continuar a ver os efeitos da desalavancagem da economia. Sem crédito não há aquisição de bens duradouros", sublinha, acrescentando os efeitos que se farão sentir sobre as expectativas dos agentes económicos.
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