Os desmandos dos políticos

Por: L.A.

Em minha opinião, não obstante estar naturalmente preocupado com os desmandos dos políticos, preocupação que não é de agora mas de há duas ou três décadas. Sim porque isto que agora foi aprovado dando proteção sigilosa aos políticos, sempre existiu de uma forma ou de outra. Com esta rapidez e liberdade de informação através da blogosfera, há pessoas que só agora despertaram para essa realidade que, como diz o outro, já tem barbas. Como é fácil perceber, os verdadeiros culpados pelo facto de este grupo de independentes estar sob a égide do PSD, são na verdade todos os partidos políticos com assento na Assembleia da República que tudo fizeram para dificultar a vida aos cidadãos que agrupando-se desejam entrar na cena política. Claramente os políticos profissionais nunca viram com bons olhos o facto de cargos políticos serem preenchidos por gente sem "brevet". Daí as dificuldades criadas a pequenos grupos de independentes que acabam por concorrer apadrinhados pelos partidos já implantados e com nome na praça. Continuo a acreditar que Mário Santiago não se vergará ao PSD ou MPT da mesma forma que não se vergou à CDU. Assim como os outros concorrentes com ideais de esquerda não se submeterão a ideais de direita. Estamos a lidar com o poder local onde há um espaço de manobra bastante diferenciado do poder central.

Aqui poderemos tranquilamente votar nas pessoas que conhecemos e temos confiança, pelas provas dadas, sem termos surpresas nas suas prestações executivas ou deliberativas. A menos que fossem como aqueles que são comandados pelos respetivos aparelhos partidários e não tomam qualquer decisão sem consulta prévia aos mesmos. O que não parece ser o caso destes independentes de Alpiarça a julgar pelo seus currículos. É o que eu penso. Contudo, nada melhor como fazer a experiência para confirmar. De outra forma nunca iremos saber. Reparem que não estou de modo algum a elogiar ou defender o atual governo do PSD e CDS que, diga-se em abono da verdade, está lá porque a maioria dos portugueses assim o entendeu. Em democracia atende-se a vontade da maioria e assim se albardou o burro à vontade do dono até à próxima corrida. Como aliás acontece há mais de trinta anos a esta parte.

Que não se confunda o que é claro nesta separação de águas.