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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

No papel tudo parece muito bonito, mas na maior parte das vezes a realidade é bem diferente

Quando avalio o investimento de um qualquer centro comercial, hipermercado ou até a localização de uma loja de uma grande cadeia tenho sempre algumas variáveis em conta. A concorrência, quantidade e qualidade da mesma, atratividade do espaço, numero de habitantes que esse outlet irá servir ( a 5 minutos, a 20 minutos, a 40 minutos e a hora de distancia) e orçamento necessário para o tornar viável. 
Apesar de não ser possível comparar um espaço comercial com um espaço social/desportivo há algumas variáveis do primeiro que podem ser utilizadas na avaliação da viabilidade deste investimento público. É assim portanto analisar quantas pessoas este espaço irá captar para a sua utilização, que espaços concorrentes existem no concelho e será que estão a ser bem aproveitados (sub ou sobre aproveitados), qual o orçamento anual necessário para manter mais uma infra-estrutura aberta e em plenas condições de funcionamento.
Pelo que tomei conhecimento o CD Águias está a ter dificuldade em captar atletas para as escolinhas de futebol, tanto que recebi em casa uma carta do clube a mesmas. Também ouvi dizer que a anterior sessão de futebol demitiu-se por incompatibilidades várias ( cá para mim tem a ver com o mau estar politico que se vive em Alpiarça e o sobre-poder de um determinado partido no clube) e que muitos dos atletas foram para outros clubes, por serem mais competitivos e por apresentarem melhor organização e apoio. Mas isso é o que ouvi dizer.
Mas voltando ao novo campo, a não ser que este seja mais um projecto sem retorno à vista para servir os atletas de outros concelhos que na falta de instalações desportivas nos locais onde vivem vêm até Alpiarça usar, e muito bem, as nossas instalações, que, a meu ver já estão sobre-dimensionadas para a população existente.
Que se note que não sou totalmente contra esta infra-estrutura, mas preferia que os dinheiros do novo quadro comunitário fossem melhor utilizados, ou pelo menos utilizados em infra-estruturas de elevado valor económico para o concelho. Continuamos a apostar na fachada e a aparentar que somos um país de ricos. Eu diria que somos umas ricas pessoas, de outra forma não aturaríamos estes políticos que não sabem como desenvolver o território que administram. Talvez uma formação em gestão território, património publico e sustentabilidade económica viesse colocar alguma luz em certas cabeças pensantes.
Lembrem-se dos estádios para o Euro, aquilo foi só para uma certa malta meter dinheiro ao bolso à custa do contribuinte. Por aqui e na sua proporção não gostaria de pensar que a CDU rege-se pela mesma bitola do PS e PSD, mas atendendo à obra dos Paços do concelho já não digo nada.
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2 comentários:

Anónimo disse...

Agora já não falam em marasmo. Agora questionam a importância da obra. Estão a evoluir.

Anónimo disse...

Os meus sinceros parabens ao autor deste comentário que muito justamente foi promovido a post.
Tocou na ferida em muitos pontos chave sobre as ditas obras publicas e a questionalidade da sua necessidade.
De facto qualquer investimento publico seja ou não co-financiado por terceiros acarreta sempre um custo para o seu promotor, seja ele um municipio ou o estado português.
Deste modo, e trantando-se de obras publicas, na sua maioria os ditos proveitos não serão economicos mas sim sociais.`
E é aqui que lhe tiro o meu chapéu. Qual o custo de oportunidade (relação custo/beneficio) desta obra para a generalidade da população? Será que os potenciais utilizadores/benefeciários serão os suficientes para justificar o investimento? Quanto custará a obra se fizermos um racio utilizador/custo?
Pois é meus senhores, sejam um bocadinho mais criteriosos nos investimentos a fazer. Para o bem geral da população!!!